Posição de pilotar é mais esportiva na CBR; pedais são os limites para deitar em curvas
Como andam
Como já explicamos várias vezes, avaliações em autódromos são limitadas, apesar de muito divertidas. Aspectos importantes como maneabilidade e conforto das suspensões ficam comprometidos. Mas era o que havia por ora.
Começamos pela CBR, depois a CB F e finalmente a X. Apesar das diferenças visuais, o comportamento das versões F e R é muito parecido, uma vez que muda apenas o guidão (na verdade dois semiguidões na R) e a carenagem. Em termos de postura a CB F oferece um pouco mais de conforto ao piloto, pela postura mais ereta e menor força no guidão para esterçar. Por outro lado, na CBR o piloto conta com postura mais esportiva e a pequena, mas influente, proteção da carenagem.
No que diz respeito ao desempenho, elas são iguais em aceleração e retomada de velocidade. A maior crítica que se faz às CB é a falta de potência, pois já se tem hoje no mercado motos de 300-350 cm³ com relação peso-potência bem próxima. Por outro lado, seu bom torque em baixas rotações deixa as Hondas agradáveis de pilotar no dia a dia urbano.
Crossover: a CB 500 X fica no caminho entre as estradeiras e as motos de uso misto
Nada há de surpreendente ao pilotá-las com o motor bem conhecido: o destaque é o baixo nível de ruído e vibração, mesmo em se tratando de um dois-cilindros. Os pistões têm defasagem de 180º, o que normalmente faz um motor vibrar mais, mas duas árvores de balanceamento anulam essas vibrações e o deixam suave, ao custo de maior inércia para subir de giros.
Nas versões F e R os novos pneus se mostraram bem eficientes: ambas deitam com facilidade e o limite é imposto pelos pedais
No autódromo não foi possível avaliar velocidade máxima, porque a maior reta ainda era curta: conseguimos chegar a 165 km/h no velocímetro, mas ainda havia muito acelerador para girar. Pode-se projetar uma velocidade máxima real perto de 180 km/h, bom tamanho para um motor de 471 cm³. Falando em velocímetro, o painel inclui computador de bordo com consumo instantâneo, um importante aliado para salvaguardar o bolso.
Só tivemos a chance de avaliar as motos no asfalto. Nas versões F e R os novos pneus se mostraram bem eficientes nas curvas e frenagens. Ambas deitam com facilidade e o limite é imposto pelos pedais, que raspam no asfalto antes mesmo de os pneus chegarem ao limite — medida de precaução que algumas fábricas adotam para dar margem de segurança ao usuário, sobretudo nessa faixa média. É muito fácil mudar de trajetória nas sequências em “S”.
Versão X tem posição confortável e pode pegar uma terra; motor de 50 cv vibra pouco
Já na versão X o desenho dos pneus é mais “plano”, para dar mais aderência no piso de terra, e por isso a moto apresenta maior resistência ao inclinar, embora também seja possível tocar os pedais no asfalto. Seria interessante avaliá-la também na terra. A mudança apenas visual das pinças de freio deixou-as com visual moderno, igual às da NC 750 X, mas manteve o bom tato. Com o manete regulável pode-se ajustar a posição conforme o tamanho da mão. Mesmo com apenas um disco na dianteira a frenagem é segura e tranquila.
A categoria de 500 cm³ tradicionalmente serve de escada para quem sai das motos de 250 a 300 cm³ e quer chegar às grandes. É uma faixa muito versátil, porque pode ser usada como transporte pessoal diário e nos fins de semana para lazer e turismo, com conforto similar ao de uma moto maior sem consumo muito alto. Por isso a Honda investiu em três versões para expandir o leque de consumidores.
As principais concorrentes são a Kawasaki ER-6N (de 650 cm³) e a Yamaha MT-07 (700 cm³), que se enquadram na mesma faixa de preço. Com valores de R$ 26 mil a R$ 29.900, as Hondas estão competitivas na categoria. Como apelos de venda elas têm a garantia de três anos, o serviço de assistência 24-horas no Brasil e países do Mercosul, os mais de 1.000 pontos de venda e a reconhecida liquidez que caracteriza a marca.
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Ficha técnica
CB 500 F | CBR 500 R | CB 500 X | |
Motor | |||
Cilindros | 2 em linha | ||
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | ||
Válvulas por cilindro | 4 | ||
Arrefecimento | líquido | ||
Diâmetro e curso | 67 x 66,8 mm | ||
Cilindrada | 471 cm³ | ||
Taxa de compressão | 10,7:1 | ||
Alimentação | injeção | ||
Potência máxima | 50,4 cv a 8.500 rpm | ||
Torque máximo | 4,6 m.kgf a 7.000 rpm | ||
Transmissão | |||
Marchas | 6 | ||
Transmissão final | corrente | ||
Freios | |||
Dianteiro | a disco | ||
Traseiro | a disco | ||
Antitravamento (ABS) | sim (opcional na CB 500 F) | ||
Quadro | |||
Material | aço | ||
Suspensão | |||
Dianteira | garfo telescópico | ||
Traseira | monomola | ||
Pneus | |||
Pneu dianteiro | 120/70 R 17 | ||
Pneu traseiro | 160/60 R 17 | ||
Dimensões | |||
Comprimento | 2,081 m | 2,098 m | |
Largura | 791 m | 756 mm | 826 mm |
Altura | 1,056 m | 1,15 m | 1,358 m |
Entre-eixos | 1,409 m | 1,421 m | |
Altura do assento | 789 mm | 812 mm | |
Capacidades e peso | |||
Tanque de combustível | 16,7 l | 17,7 l | |
Peso em ordem de marcha | 176 kg (178 kg com ABS) | 183 kg | 183 kg |
Desempenho e consumo | |||
Não disponíveis | |||
Dados do fabricante |
Geraldo Tite Simões é jornalista e instrutor de pilotagem dos cursos Abtrans e Speed Master