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O pára-brisa envolvente destacava-se nas linhas do Bel Air 1955, que trazia sob o capô o primeiro V8 da GM desde 1919: um 4,3-litros que entregava até 180 cv

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Além do charmoso Sport Coupe, a família contava com sedã, conversível e duas peruas: uma delas era a Nomad de três portas (vermelha), de desenho inspirado

Na publicidade da GM, o objetivo declarado de atrair a atenção antes destinada a carros de alto preço

O que antes era o motor exclusivo para quem optasse pela caixa Powerglide agora era o padrão, mas já com 108 cv. Para os automáticos havia o Blueflame de 115 cv. Ambos tinham 235 pol³, mas a taxa de compressão aumentava de 7:1 para 7,5:1 no mais forte. Mais potência viria em 1954: 115 cv de série e 125 cv com Powerglide. Reconhecível pelas luzes de direção dianteiras em forma de pílula e cinco dentes na grade, esse ano-modelo oferecia controle elétrico dos vidros e do ajuste de bancos, freios e direção assistidos. O hardtop era agora exclusivo da série Bel Air e se chamava Sport Coupe.

O nome estava certo, o estilo cada vez melhor, mas ainda faltava uma faísca capaz de causar entusiasmo no topo de linha da Chevrolet. Numa época em que os fabricantes de Detroit faziam atualizações anuais, o Bel Air teve sua mais relevante evolução para 1955. Dessa vez o estilo seria um aspecto valorizado, mas não o único. Uma das duas mais importantes inovações da engenharia de Detroit nos anos 50 — a outra sendo o V8 Hemi da Chrysler de 1951 — surgia para aquele ano nos Chevrolets.

Bloco pequeno, grande passo   Desde 1915 a Cadillac oferecia seu V8. Desde 1932 a Ford vendia motores V8 em carros acessíveis. Desde 1953 a Chrysler também fazia o mesmo com os motores Red Ram dos Dodges. Só faltava a GM decidir injetar esse tipo de ânimo em seus modelos mais populares, os da Chevrolet. Havia um limite de desempenho para seu tradicional seis-cilindros, o que o Corvette tão bem exemplificava, e era hora de atender às expectativas do mercado. Nascia o V8 Turbo-Fire small-block (bloco pequeno), que abrilhantou a carreira do Bel Air e, por tabela, fez o Corvette ser levado a sério como carro esporte.

A pergunta que fica é: por que a Chevrolet demorou tanto para oferecer seu V8? O que a maioria das pessoas não sabe é que ela já havia fabricado modelos de oito cilindros — muito antes da Ford, diga-se de passagem. Sua primeira investida durou tão pouco que passa despercebida: foi a Série D de 1917 a 1919, nas versões touring e roadster. Com 288 pol³ (4,7 litros) e 55 cv, o motor tinha válvulas no cabeçote e não passou de 6.350 unidades — o número é ainda menor segundo algumas fontes.

Nesse meio tempo, em 1918, a marca entraria para a General Motors. Escolhida para enfrentar a onipresente Ford, a Chevrolet encerrou seus dias de motores potentes e luxo, para se concentrar em modelos mais acessíveis. Mas com a prosperidade dos anos 50, a popularidade do Ford V8 e a febre desse tipo de motor na América, era chegada a hora de um novo V8 da Chevrolet. Entretanto, isso não eliminou o seis-cilindros, que em 1955 rendia 123 cv com câmbio manual e 136 cv com Powerglide.

O V8 de bloco pequeno da linha 1955 media 265 pol³ (4,3 litros), com 95,2 mm de diâmetro e 76,2 mm de curso, e vinha em dois níveis de potência. Com 8:1 de taxa, produzia 162 cv com carburador de corpo duplo ou 180 cv com carburador quádruplo. O torque era de 35,5 m.kgf e 35,8 m.kgf, na ordem. Apesar do nome, o Turbo-Fire era de aspiração natural. Era a maior novidade do Bel Air 1955, mas não a única: ele estreava o estilo Motoramic. As colunas eram recuadas para que o pára-brisa ficasse envolvente, o que o Corvette e o Cadillac Eldorado haviam adotado dois anos antes. A grade estava mais estreita e, exceto pelas peruas, a linha da cintura tinha um discreto vinco após as portas dianteiras. Continua

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