Depois de aumentos de cilindrada e potência no começo dos anos 60, o 2CV ganhavam melhorias em conforto e portas dianteiras convencionais neste modelo 1965

No calor do verão ou no inverno rigoroso, a robustez e a facilidade de dirigir e manter este Citroën ganhavam mais adeptos pelo mundo afora

Um ano depois o motor ficava mais vigoroso. Tanto para o carro quanto para o furgão, passava a ter 425 cm³ (66 x 62 mm) e 12 cv a 3.500 rpm. O torque máximo era de 2,5 m.kgf. Com o novo propulsor chegava a 85 km/h. Em 1959 passava por grandes evoluções: porta-malas de metal, vidro traseiro retangular com boas dimensões, rodas de 15 pol e rádio como opcional. Além da cor padrão cinza, quase uma marca registrada, passava a ser oferecida a azul glacial — como o próprio nome dizia, a cor quase não tinha vida.

Em 1960, mais mudanças: grade retangular com frisos horizontais cromados e a dupla engrenagem ao centro, capô redesenhado e cores mais alegres, como verde e amarelo. Nova década, novos ares ao sucesso da Citroën. Na época, além de concorrentes sérios como o alemão Volkswagen sedã, o italiano Fiat 500 e o inglês Mini, chegava da Renault o modelo R4 com a mesma proposta. Em setembro de 1961 ganhava 1,5 cv a mais. O motor dava provas de mecânica robusta: já havia carros com mais de 300 mil quilômetros rodados sem maiores problemas. No ano seguinte, mais alterações na potência. O 2CV começou o ano com 15 cv e terminou com 18 a 5.000 rpm. Também em 1962 era lançado o Ami, derivado do 2CV.

Na metade da década o caçula da família Citroën estava mais moderno e confortável. Tinha novo desenho de painel, limpador de pára-brisa elétrico, acabamento interno mais esmerado, outra mudança de grade e pára-choque dianteiro com reforços. As portas dianteiras passavam a ter abertura convencional, como na maioria dos carros, e as colunas traseiras ganhavam vidro lateral, melhorando a visibilidade. Na parte mecânica passava a ter novas juntas homocinéticas e amortecedores telescópicos atrás. Em 1967 vinha o segundo derivado, o Citroën Dyane, que tinha linhas muito próximas às do 2CV, mas modernizadas. No ano seguinte o Méhari era apresentado. Tratava-se de um jipinho muito simpático. Continua

Os especiais

Carros versáteis como o 2CV sempre são alvo de transformações para os diversos fins. A francesa M. Foureau fez nos anos 80 este curioso 2CV Aska, um meio-termo entre conversível e bugue. Tinha capota de lona, traseira de linhas retas com o estepe exposto, pára-lamas mais altos e apenas duas portas, que mantinham a moldura das janelas. Outra opção francesa de conversível, neste caso com quatro lugares e desenho mais próximo do carro original, era a da Leman.

O jornalista e fotografo inglês Tony Howarth, inconformado com a fragilidade dos carros comuns em condições severas de piso, desenvolveu três unidades do que chamou de Africar: uma perua, um picape leve e um carro de três eixos. Usavam chassi e carroceria de madeira, com grande entreeixos (2,75 metros), e motor de 2CV. Construídos na Inglaterra em 1986, os carros rodaram até o Círculo Polar Ártico e de volta ao Equador. Apesar de obter interessados, a empresa formada por Howarth nunca produziu carros para venda. Anos depois, Bob Williams, da inglesa Special Vehicle Conversion, produziu em pequena quantidade um modelo similar denominado Bedouin.

Da Inglaterra veio o Lomax, um roadster no mais perfeito estilo inglês, com a mecânica do 2CV e estepe à mostra à direita da carroceria. Na Alemanha, a Die Ente da cidade de Munster fabricava versões conversíveis de dois e quatro lugares e picape. A Franzmann fez um conversível com quatro portas.

A também alemã Hoffman fez nos anos 90 este conversível simpático, o 2CV Cabriolet, com apenas dois lugares e capota de lona. Rodas especiais com pneus de faixa branca, traseira toda redesenhada e acabamento luxuoso davam aspecto diferente ao pequeno Citroën. Ela ofereceu ainda o 2CV X-Large (extragrande), com a carroceria original ou conversível, acrescida de pára-lamas e rodas bem mais largos.

E na cidade de Bremen foram feitas versões artesanais muito interessantes nos anos 80. A empresa Der Entenmacher produziu o 2CV Landaulet, um cupê para duas pessoas muito caprichado. Tinha capota de lona clara quando a carroceria era escura, pneus com faixa branca e estepe preso ao porta-malas, para dar um ar retrô. Os motores originais Citroën eram modificados para chegar a até 80 cv.

No último Salão de Paris, para celebrar os 60 anos do 2CV, a Citroën encomendou um acabamento especial a Hermès, que trabalhou em um  Séecial de 1989. O carro recebeu revestimento em couro nos bancos (em dois tons, cinza e bege), portas, volante, pára-sol, pomo de câmbio e até retrovisor. O requinte nos detalhes faz um inusitado contraste com a proposta de simplicidade do carrinho.

Colaborou Fabrício Samahá

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