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Aerofólio traseiro era opcional na primeira versão; com máxima de 325 km/h, o Diablo superava Ferrari F40 e Porsche 959 por margem mínima

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No interior, contraste entre o nobre revestimento e o painel de desenho excessivo, mas excesso era tudo o que se desejava do V12 de 492 cv

Como um tiroteio   O "coração" do Diablo era derivado do motor V12 de duplo comando e quatro válvulas por cilindro já conhecido do Countach, no qual essa versão havia aparecido em 1985. Mas a unidade foi revista com maior cilindrada (de 5.169 para 5.709 cm³) e a aplicação de injeção multiponto sequencial de moderna geração, enquanto o antecessor havia usado injeção apenas para o mercado norte-americano e sem ganho de potência sobre a versão com carburador. Com lubrificação a cárter seco, bloco e cabeçotes de alumínio e comando de válvulas acionado com corrente, o V12 fornecia potência de 492 cv a 7.000 rpm e torque máximo de 59 m.kgf a 5.200 rpm.

Conduzidos a uma caixa manual de cinco marchas e dali às rodas traseiras, os números permitiam ao pesado esportivo de 1.576 kg acelerar de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos, sendo possível chegar quase lá (97 km/h) ainda em primeira marcha, e atingir a máxima de 325 km/h — apenas 1 km/h acima do Ferrari F40 e 2 além do Porsche 959, conforme os fabricantes. Esses seriam seus principais concorrentes, ao lado do norte-americano Vector W8, do Ferrari Testarossa (depois 512 TR), do Bugatti EB 110 ainda por ser apresentado e do Cizeta-Moroder V16T, projeto de ex-funcionários da Lamborghini que logo entraria em produção. Mais tarde, em 1993, haveria ainda o Jaguar XJ 220. Ao ser lançado, o Diablo assumiu o posto de carro de produção mais veloz do mundo.

Embora favorecida pela posição central-traseira longitudinal do motor, a distribuição de peso não era equilibrada, com 59% atrás. Por isso e pelo uso de tração apenas traseira (com diferencial autobloqueante), as rodas OZ compostas de várias peças, com aro de 17 pol, eram bem mais largas atrás (13 pol de tala) que na frente (8,5 pol) e usavam pneus diferentes nos dois eixos: 245/45 na dianteira, 335/35 na traseira. Lamborghinis sempre foram carros exigentes em músculos, o que no caso do Diablo era notado no peso da embreagem (apesar do comando hidráulico) e da direção sem assistência. A suspensão independente recorria a braços sobrepostos em ambos os eixos e os freios a disco ventilado, da renomada marca italiana Brembo, não tinham sistema antitravamento (ABS), pois muitos usuários de supercarros preferiam não o ter para garantir perfeita modulação dos freios. Para dar conta da sede do V12, o tanque comportava 100 litros.

A imprensa recebeu o Diablo com entusiasmo, mas sem deixar de notar suas limitações. A revista inglesa Car descreveu a sensação de dirigi-lo: "Quando se afunda o acelerador a, digamos, 160 km/h, o V12 urra, berra como um tiroteio em um desfiladeiro. E com esse urro vem uma vibração urgente, não de um motor desbalanceado, mas do puro empurrão do propulsor ao chassi tubular do Diablo. É como um gigante tencionando os músculos, tremendo enquanto ele se estende". A compatriota Autocar considerou-o "violentamente rápido e imponente, com desempenho monstruoso e visual ultrajante, mas prejudicado pela suspensão áspera, o câmbio com operação desagradável e a posição de dirigir muito ruim".

"Carros como o Honda NSX e até o Porsche 911 Turbo", continuava a Car, "fazem-nos acreditar que hoje qualquer um pode manejar um cupê esporte de alto desempenho — errado. O novo Lamborghini é prova viva de que há exceções a essa regra. Ele não chega perto de ser perverso como o Countach, mas ainda exige habilidade e respeito. Antes que possa encarar o Diablo, você deve perceber que, em vez de tentar agradar por ser equilibrado e previsível, o 12-cilindros quer propor um desafio. Ele dará satisfação apenas aos que puderem lidar com seus defeitos. O Diablo certamente fez meus olhos brilharem mais que qualquer outro carro que eu tenha dirigido por muito, muito tempo". Continua

Nas telas
O Diablo encontrou grande aceitação no cinema, seja esbanjando potência em cenas de ação ou como símbolo de poder ou excentricidade. No primeiro caso está o filme alemão de ação A2 Racer - Riscando o Asfalto (Autobahnraser, 2004), em que um grupo rouba carros esporte como Ferraris, Vipers e um Lamborghini preto, enquanto jovens tiram rachas e a polícia se infiltra entre eles à procura dos ladrões. BMW M3, Ford Mustang e até um Smart Brabus participam do filme. Outro caso de ação é Passado Infernal (Thursday, 1998), em que um Diablo azul aparece. Um ex-traficante recebe a visita do ex-sócio de crimes que vem infernizar sua nova vida.

Entre os papéis excêntricos, um Diablo vermelho está na comédia Debi & Lóide - Dois Idiotas em Apuros (Dumb & Dumber, 1994). Todos os citados são cupês. Quem prefere o Roadster encontra um prata em Rede de Corrupção (Exit Wounds, 2001), outro dessa cor em Cannonball Run Europe: Great Escape (2005), um VT amarelo já com faróis fixos na comédia A Inveja Mata (Envy, 2004), um preto em National Lampoon's The Great American Run (2007) e um cinza da série especial Millenium em Mischief Destroy, documentário de 2003.

Não poderia faltar um em Endiabrado (Bedazzled, 2000), comédia em que o diabo aparece como uma bela mulher para obter a alma de Elliot (Brendan Fraser), jovem tímido e sem sorte com as garotas. O VT preto, contudo, é apenas uma réplica. Como também é falso o VT Roadster preto do filme de ação Redline - Velocidade sem Limites (Redline, 2007), que deixa claro esse fato pelas proporções algo estranhas e a grande altura do solo. O lado excêntrico do Diablo ficou em evidência no desenho animado Team America - Detonando o Mundo (Team America: World Police, 2004), em que um modelo branco se torna uma imensa limusine.

O V12 também roncou em séries de TV. Um VT amarelo apareceu em Nip/Tuck (desde 2003), um cupê e um Roadster da mesma cor em CSI: Miami (desde 2002) e uma réplica do VT Roadster em prata em Smallville (desde 2001). Em documentários, um preto está em LI Extreme (2002). Há Diablos também em clipes de música, como o SE30 roxo — carro pessoal do vocalista Jay Kay — em Cosmic Girl, de 1996, do grupo britânico Jamiroquai.
A2 Racer A Inveja Mata
Débi & Lóide Passado Infernal
Endiabrado Team America

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