O pirata do bem

Com estilo diferente e certa inspiração americana, o
Corsair teve seu relevo na linha inglesa da Ford

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Os corsários eram caçadores de navios mercantes inimigos. Tinham sua própria embarcação armada, eram "patrocinados" por particulares ou o governo e, no caso deste, tinham a autorização beligerante. Roubavam tesouros e tudo que era de valor. Mas isso foi há muito tempo.

A linha de automóveis da Ford inglesa, no começo dos anos 60, era composta pelo pequeno Anglia, o médio Cortina e os modelos de luxo Consul, Zephyr e Zodiac. Alguns já tinham o desenho bem envelhecido. Era hora de renovar. Foi assim que, em 1963, foi lançado o Ford Consul Corsair, que pouco tempo depois era renomeado apenas Corsair. O sedã de três volumes tinha versões de duas ou quatro portas com linhas modernas, retas em quase toda a carroceria, mas com a frente inclinada para baixo, em cunha, dando um aspecto imponente.

A frente afilada como uma seta, que lembrava a do Thunderbird 1962, dava um aspecto interessante ao Corsair, que na Inglaterra e fora dela concorria com Opel Rekord, Peugeot 404 e outros sedãs médio-grandes

A inspiração no Thunderbird de 1962 era evidente e ficava maior se visto de lado, com o perfil dianteiro como uma seta. Se na época a Chevrolet dos Estados Unidos inspirava os modelos da Opel alemã, que era uma concorrente da Ford inglesa, esta também recebia tendências da matriz americana. Na frente do Corsair, os faróis circulares eram inseridos na grade e em parte do capô. Ladeando-os estavam as luzes de direção.

A grade, de frisos horizontais e verticais, tinha um desenho adequado e era boa a área envidraçada. Havia poucos frisos e, na coluna traseira, uma pequena saída de ar horizontal. Os pára-choques eram envolventes e, atrás, as lanternas tinham desenho vertical. O modelo media 4,49 metros de comprimento, 1,61 m de largura, 1,45 m de altura e 2,56 m de distância entre eixos. O cupê derivado do sedã pesava 905 kg, e o quatro-portas, 925. Tanto uma versão de carroceria quanto a outra tinham estrutura monobloco.

No interior simples, mas bem-acabado, cinco pessoas viajavam bem nos bancos inteiriços e havia travas de segurança nas portas traseiras, ainda raras na época

Por dentro era simples, mas com acabamento correto. Espaçoso, comportava cinco adultos e tinha banco dianteiro inteiriço. O volante tinha dois raios e um aro oblongo cromado para a buzina. O painel com desenho horizontal abrigava velocímetro, marcador de combustível e o de temperatura, em três mostradores circulares que combinavam com o difusor de ar na extremidade. O destaque na publicidade era para a segurança, informando que as portas de trás tinham travas para impedir que crianças as abrissem (como no Renault Dauphine/Gordini), além da ausência de metal em forros de portas e contornos de bancos. Continua

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Data de publicação: 19/6/07

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