


Depois do SVZ (abaixo), feito de modo
independente e vencedor de muitas provas, a Alfa firmou parceria com a Zagato
e fez o SZ, acima
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Os
mestres da mecânica e da audácia deixaram suas marcas na história do
automobilismo de competição. O incansável americano Carroll Shelby e
seus intimidantes Cobras,
derivados dos AC ingleses; da Inglaterra o gênio Colin Chapman e seus
esportivos Lotus; da França, um dos grandes foi Amédée Gordini com
protótipos e carros homônimos. Na Argentina, Orestes Berta prometia
dobrar a potência de motores, e no Brasil homens como Jorge Lettry e
Luís Antônio Grecco fizeram merecida fama.
Na Itália, nomes como Carlo Abarth deixavam os Fiats mais potentes.
Outro da península que fazia muito bem seu serviço era Ugo Zagato.
Nasceu em 1890 na cidade de Gavello, no norte da Itália, próxima a
Veneza. Já na maioridade trabalhou em empresas aeronáuticas, tendo esse
aprendizado influenciado muito sua carreira. O primeiro trabalho foi
feito no Lancia Lambda, em 1925, e quatro anos
mais tarde começou a trabalhar com uma marca que o deixaria muito
famoso: a Alfa Romeo, que tinha suas instalações nos arredores de Milão.
Na mesma cidade, em 1919, ele fundou a Carrozzeria Ugo Zagato. Desde
então, modelos muito apimentados foram produzidos lá. Entre 1929 e 1937
fez trabalhos muito interessantes nos Alfas 6C 1500,
6C 1750 GS, 8C 2300 e 8C 2900. Décadas
depois, em 1957, apresentou um trabalho primoroso baseado no
Giulietta. Era o esportivo
SVZ (Super Veloce Zagato), que nasceu por causa de um acidente. Dois
irmãos, proprietários de um Giulietta original, acidentaram-se na famosa
prova italiana Targa Florio e, em vez de levar o carro para ser reparado
em uma oficina Alfa, o levaram para os irmãos Elio (nascido em 1921) e
Gianni Zagato (de 1929), que na época trabalhavam com o pai e eram
responsáveis por desenhos e projetos.
Os irmãos, em vez de reparar o estrago, fizeram uma carroceria especial
moldada em alumínio e apoiada em um chassi tubular de aço. Aliviavam 100
kg em relação ao original. Nascia assim o Giulietta SVZ, que
triunfaria desde o princípio em competições. A empresa milanesa ficou
entusiasmada, mas não podia ainda fazer uma parceria, pois tinha em
andamento um trabalho com Abarth. Isso não impediu que vários
proprietários de Giulietta levassem seus carros, mesmo novos, até a
Zagato para ser transformados em SVZ. E dispensavam bela soma nesta
alteração. Nas pistas, vitórias em Le Mans, Monza e Silverstone em sua
categoria eram constantes. Foram
feitos de forma artesanal apenas 14 exemplares do belo cupê, de linhas
curvas e aerodinâmicas.
Em 1960 a Alfa assumia a parceria com a Zagato para produzir o SZ (Sprint
Zagato) e homologá-lo em competições. Foi apresentado no Salão de
Genebra em março e dois meses mais tarde, numa equipe independente, já
vencia o GP de Nápoles. Atraente, sua frente inclinada tinha faróis
circulares, a famosa grade em forma de coração e duas outras,
perpendiculares, para aumentar a refrigeração. Para um esportivo nascido
para competição, mas que seria também vendido ao público, tinha ótima
visibilidade. Atrás o porta-malas era mínimo e as lanternas ficavam em
posição vertical.
O princípio de carroceria em alumínio e chassi tubular em aço
permanecia. Media 3,92 metros de comprimento, 1,54 m de largura, 1,25 m
de altura e 2,25 m entre eixos e seu peso era de 770 kg. Fazia parte da
escola de carrocerias superleves, ou Superleggera em italiano. Este
dois-lugares tinha painel simples e funcional. Bem à frente do piloto
havia um grande conta-giros e, ladeando-o, velocímetro, termômetros de
água e óleo, nível do tanque e amperímetro.
Continua
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