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Coração fortificado

Zagato desenhou e produziu carrocerias especiais para a
Alfa Romeo, o que resultou nos bem-sucedidos SZ, SVZ e TZ

Texto: Francis Castaings - Fotos: divulgação

Depois do SVZ (abaixo), feito de modo independente e vencedor de muitas provas, a Alfa firmou parceria com a Zagato e fez o SZ, acima

Os mestres da mecânica e da audácia deixaram suas marcas na história do automobilismo de competição. O incansável americano Carroll Shelby e seus intimidantes Cobras, derivados dos AC ingleses; da Inglaterra o gênio Colin Chapman e seus esportivos Lotus; da França, um dos grandes foi Amédée Gordini com protótipos e carros homônimos. Na Argentina, Orestes Berta prometia dobrar a potência de motores, e no Brasil homens como Jorge Lettry e Luís Antônio Grecco fizeram merecida fama.

Na Itália, nomes como Carlo Abarth deixavam os Fiats mais potentes. Outro da península que fazia muito bem seu serviço era Ugo Zagato. Nasceu em 1890 na cidade de Gavello, no norte da Itália, próxima a Veneza. Já na maioridade trabalhou em empresas aeronáuticas, tendo esse aprendizado influenciado muito sua carreira. O primeiro trabalho foi feito no Lancia Lambda, em 1925, e quatro anos mais tarde começou a trabalhar com uma marca que o deixaria muito famoso: a Alfa Romeo, que tinha suas instalações nos arredores de Milão.

Na mesma cidade, em 1919, ele fundou a Carrozzeria Ugo Zagato. Desde então, modelos muito apimentados foram produzidos lá. Entre 1929 e 1937 fez trabalhos muito interessantes nos Alfas 6C 1500, 6C 1750 GS, 8C 2300 e 8C 2900. Décadas depois, em 1957, apresentou um trabalho primoroso baseado no Giulietta. Era o esportivo SVZ (Super Veloce Zagato), que nasceu por causa de um acidente. Dois irmãos, proprietários de um Giulietta original, acidentaram-se na famosa prova italiana Targa Florio e, em vez de levar o carro para ser reparado em uma oficina Alfa, o levaram para os irmãos Elio (nascido em 1921) e Gianni Zagato (de 1929), que na época trabalhavam com o pai e eram responsáveis por desenhos e projetos.

Os irmãos, em vez de reparar o estrago, fizeram uma carroceria especial moldada em alumínio e apoiada em um chassi tubular de aço. Aliviavam 100 kg em relação ao original. Nascia assim o Giulietta SVZ, que triunfaria desde o princípio em competições. A empresa milanesa ficou entusiasmada, mas não podia ainda fazer uma parceria, pois tinha em andamento um trabalho com Abarth. Isso não impediu que vários proprietários de Giulietta levassem seus carros, mesmo novos, até a Zagato para ser transformados em SVZ. E dispensavam bela soma nesta alteração. Nas pistas, vitórias em Le Mans, Monza e Silverstone em sua categoria eram constantes. Foram feitos de forma artesanal apenas 14 exemplares do belo cupê, de linhas curvas e aerodinâmicas.

Em 1960 a Alfa assumia a parceria com a Zagato para produzir o SZ (Sprint Zagato) e homologá-lo em competições. Foi apresentado no Salão de Genebra em março e dois meses mais tarde, numa equipe independente, já vencia o GP de Nápoles. Atraente, sua frente inclinada tinha faróis circulares, a famosa grade em forma de coração e duas outras, perpendiculares, para aumentar a refrigeração. Para um esportivo nascido para competição, mas que seria também vendido ao público, tinha ótima visibilidade. Atrás o porta-malas era mínimo e as lanternas ficavam em posição vertical.

O princípio de carroceria em alumínio e chassi tubular em aço permanecia. Media 3,92 metros de comprimento, 1,54 m de largura, 1,25 m de altura e 2,25 m entre eixos e seu peso era de 770 kg. Fazia parte da escola de carrocerias superleves, ou Superleggera em italiano. Este dois-lugares tinha painel simples e funcional. Bem à frente do piloto havia um grande conta-giros e, ladeando-o, velocímetro, termômetros de água e óleo, nível do tanque e amperímetro. Continua

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Data de publicação: 8/7/08

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