Embora as linhas tenham sido
modernizadas, ainda é clara a identidade do Grand Cherokee; o mais
importante foi a adoção de nova plataforma
Houve ganho relevante em espaço
e qualidade de materiais no interior e ambos os acabamentos, Laredo e
Limited (fotos), vêm bem-equipados |
As concessionárias da marca Jeep já recebem a nova geração do Grand
Cherokee — a quarta desde o surgimento do modelo em 1992 —, que usa
arquitetura e carroceria bastante diferentes. Ainda um fruto da desfeita
parceria DaimlerChrysler, o novo utilitário esporte compartilha a
plataforma do Mercedes-Benz ML,
tem suspensões independentes nas quatro rodas (a traseira era de eixo
rígido até a terceira geração) e ganhou 13,4 centímetros na distância
entre eixos e outros 5 cm na largura. O resultado disso é um interior
bastante espaçoso.
O desenho externo manteve as principais características, como a grade
dianteira e as caixas de roda. As lanternas traseiras tiveram seu
desenho inspirado nas do modelo
Wagoneer, de 1962. A área envidraçada diminuiu, acompanhando uma
tendência atual. O redesenho melhorou também o
coeficiente aerodinâmico (Cx), que agora tem valor 0,37, ante 0,40
da carroceria anterior.
O modelo é produzido em Detroit, nos Estados Unidos, e está disponível
em duas versões: Laredo, de R$ 154.900, e Limited, de R$ 174.900, ambas
equipadas com o novo motor Pentastar V6 de 3,6 litros e 286 cv e câmbio
automático de cinco marchas. O que justifica essa diferença de R$ 20 mil
é que só a Limited vem com teto solar, sistema de entretenimento para o
banco traseiro (com monitor de DVD no teto), maçanetas e outros detalhes
cromados, ajuste elétrico do volante,
sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré e
memória para os ajustes do banco do motorista, do volante, dos
retrovisores e das estações do rádio.
Contudo, os principais itens de conforto e conveniência equipam as duas
versões, como ajustes elétricos nos bancos dianteiros e encosto traseiro
reclinável. Há ainda revestimento em couro, computador de bordo com tela
de 4,5 pol no centro do painel e volante com controles de áudio e de
velocidade. O sistema de áudio vem com
nove alto-falantes e grande capacidade de armazenamento de músicas (30
Gb).
O Jeep é equipado com sistema de partida sem chave, mas o motorista pode
retirar um botão que há no painel e encaixar ali o chaveiro para ligar o
carro do jeito convencional (alguns hábitos são difíceis de mudar). O
ar-condicionado automático tem duas zonas distintas de temperatura e o
volante também encontrou inspiração no do Wagoneer. Há ainda acessórios
da linha Mopar nas concessionárias, como rodas de 20 pol, detalhes
cromados, barras de teto, gancho de reboque e estribos.
Os preços da linha são altos quando comparados com outros utilitários
esporte com motores V6, como Ford Edge
(R$ 131,6 mil), Hyundai Veracruz (R$ 139,9 mil), Kia Mohave (mesmo
valor) e Toyota Hilux SW4 (R$
149,4 mil). Já o Subaru Tribeca (R$ 160 mil) e o Mitsubishi Pajero Full
V6 HPE (R$ 169,9 mil) são mais caros que o Laredo. E nessa faixa de
preço há versões a diesel de alguns concorrentes, o que o Jeep ainda não
oferece.
Interior
melhorou
Admitir os próprios erros não é fácil, e quando um fabricante faz isso é
porque a mancada foi feia. A Jeep reconhece hoje que falhou na geração
anterior pelo abuso de plásticos no acabamento. Na linha 2011, porém, o
primeiro contato com o interior já surpreende. Os materiais têm toque
agradável e o redesenho dos instrumentos e de todo o painel combina com
essa proposta. O couro natural tem ótimo aspecto e costuras precisas e o
uso dos comandos é quase sempre intuitivo.
Outra vantagem da nova carroceria está na localização do estepe, agora
alojado no fundo do porta-malas (antes o pneu reserva ficava sob o
carro, o que poucos apreciam, embora dispense a remoção da bagagem para
seu uso). Ali há também uma lanterna com bateria recarregável. A
forração do compartimento de bagagem foi revista para evitar que o
tira-põe das malas acabe deixando marcas e arranhões.
A eletrônica também joga a favor desse Jeep, que traz
controle de estabilidade e freios cujo
sistema antitravamento (ABS) está bem calibrado para pisos irregulares.
Há também o sistema contra rolagem da carroceria (ERM), mas, como não
existe mágica e o Grand Cherokee tem centro
de gravidade alto e pesa mais de duas toneladas, ainda é preciso
atenção redobrada em trechos de serra e curvas acentuadas.
Continua |