Aventureiro civilizado

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Jeep Grand Cherokee de quarta geração tem acabamento mais
caprichado, suspensões independentes e motor V6 de 286 cv

Texto: Mario Curcio* - Fotos: Maurício Machado/divulgação

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Embora as linhas tenham sido modernizadas, ainda é clara a identidade do Grand Cherokee; o mais importante foi a adoção de nova plataforma

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Houve ganho relevante em espaço e qualidade de materiais no interior e ambos os acabamentos, Laredo e Limited (fotos), vêm bem-equipados

As concessionárias da marca Jeep já recebem a nova geração do Grand Cherokee — a quarta desde o surgimento do modelo em 1992 —, que usa arquitetura e carroceria bastante diferentes. Ainda um fruto da desfeita parceria DaimlerChrysler, o novo utilitário esporte compartilha a plataforma do Mercedes-Benz ML, tem suspensões independentes nas quatro rodas (a traseira era de eixo rígido até a terceira geração) e ganhou 13,4 centímetros na distância entre eixos e outros 5 cm na largura. O resultado disso é um interior bastante espaçoso.

O desenho externo manteve as principais características, como a grade dianteira e as caixas de roda. As lanternas traseiras tiveram seu desenho inspirado nas do modelo Wagoneer, de 1962. A área envidraçada diminuiu, acompanhando uma tendência atual. O redesenho melhorou também o coeficiente aerodinâmico (Cx), que agora tem valor 0,37, ante 0,40 da carroceria anterior.

O modelo é produzido em Detroit, nos Estados Unidos, e está disponível em duas versões: Laredo, de R$ 154.900, e Limited, de R$ 174.900, ambas equipadas com o novo motor Pentastar V6 de 3,6 litros e 286 cv e câmbio automático de cinco marchas. O que justifica essa diferença de R$ 20 mil é que só a Limited vem com teto solar, sistema de entretenimento para o banco traseiro (com monitor de DVD no teto), maçanetas e outros detalhes cromados, ajuste elétrico do volante, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré e memória para os ajustes do banco do motorista, do volante, dos retrovisores e das estações do rádio.

Contudo, os principais itens de conforto e conveniência equipam as duas versões, como ajustes elétricos nos bancos dianteiros e encosto traseiro reclinável. Há ainda revestimento em couro, computador de bordo com tela de 4,5 pol no centro do painel e volante com controles de áudio e de velocidade. O sistema de áudio vem com nove alto-falantes e grande capacidade de armazenamento de músicas (30 Gb).

O Jeep é equipado com sistema de partida sem chave, mas o motorista pode retirar um botão que há no painel e encaixar ali o chaveiro para ligar o carro do jeito convencional (alguns hábitos são difíceis de mudar). O ar-condicionado automático tem duas zonas distintas de temperatura e o volante também encontrou inspiração no do Wagoneer. Há ainda acessórios da linha Mopar nas concessionárias, como rodas de 20 pol, detalhes cromados, barras de teto, gancho de reboque e estribos.

Os preços da linha são altos quando comparados com outros utilitários esporte com motores V6, como Ford Edge (R$ 131,6 mil), Hyundai Veracruz (R$ 139,9 mil), Kia Mohave (mesmo valor) e Toyota Hilux SW4 (R$ 149,4 mil). Já o Subaru Tribeca (R$ 160 mil) e o Mitsubishi Pajero Full V6 HPE (R$ 169,9 mil) são mais caros que o Laredo. E nessa faixa de preço há versões a diesel de alguns concorrentes, o que o Jeep ainda não oferece.

Interior melhorou   Admitir os próprios erros não é fácil, e quando um fabricante faz isso é porque a mancada foi feia. A Jeep reconhece hoje que falhou na geração anterior pelo abuso de plásticos no acabamento. Na linha 2011, porém, o primeiro contato com o interior já surpreende. Os materiais têm toque agradável e o redesenho dos instrumentos e de todo o painel combina com essa proposta. O couro natural tem ótimo aspecto e costuras precisas e o uso dos comandos é quase sempre intuitivo.

Outra vantagem da nova carroceria está na localização do estepe, agora alojado no fundo do porta-malas (antes o pneu reserva ficava sob o carro, o que poucos apreciam, embora dispense a remoção da bagagem para seu uso). Ali há também uma lanterna com bateria recarregável. A forração do compartimento de bagagem foi revista para evitar que o tira-põe das malas acabe deixando marcas e arranhões.

A eletrônica também joga a favor desse Jeep, que traz controle de estabilidade e freios cujo sistema antitravamento (ABS) está bem calibrado para pisos irregulares. Há também o sistema contra rolagem da carroceria (ERM), mas, como não existe mágica e o Grand Cherokee tem centro de gravidade alto e pesa mais de duas toneladas, ainda é preciso atenção redobrada em trechos de serra e curvas acentuadas. Continua

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A grade tradicional da marca combina-se a lanternas traseiras inspiradas nas do Wagoneer de 1962; rodas de 18 pol são de série nas duas versões

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Mário Curcio é jornalista free-lancer e escreve sobre carros e motos

Data de publicação: 24/1/11

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