
O motor de 180 cv do Golf GTI
lida com apenas 1.030 kg, para ótimo desempenho; o comportamento em
curvas mostra um grande acerto
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O Lobini tem a seu favor o
baixo peso e a reduzida área frontal (estimada em 1,95 metro
quadrado), mas não conta com bom
coeficiente aerodinâmico: 0,39. Mesmo assim, esperava-se
desempenho muito bom na simulação elaborada pelo consultor Iran Cartaxo.
O que se confirmou na aceleração. Fazer de 0 a 100 km/h em 6,9
segundos o coloca entre os carros mais rápidos que já passaram
por avaliação completa no site, atrás apenas do
BMW 550i (5,9 s) e do
Jeep Grand Cherokee SRT-8
(6,2 s), mas bem à frente do
Golf GTI que lhe cede o motor (8,2 s na versão de 193 cv).
As retomadas também foram excelentes, como ao passar de 80 para
120 km/h em 1,5 s a menos que o Golf.
Já a velocidade máxima perdeu para o próprio GTI e para outros
modelos, por causa do Cx elevado. Isso contando com acerto de
transmissão exato, em que o motor supera a potência máxima em
apenas 100 rpm quando o carro atinge a velocidade final de 219
km/h. Em consumo, aspecto irrelevante nesta categoria, o Lobini
foi razoável ao obter no ciclo rodoviário os mesmos 10,6 km/l do
GTI. |
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Velocidade
máxima |
219,0 km/h |
Regime à velocidade
máxima (5ª.) |
5.600 rpm |
Regime a 120
km/h (5ª.) |
3.100 rpm |
Potência
consumida a 120
km/h |
30 cv |
Aceleração de 0
a 100 km/h |
6,9 s |
Aceleração de 0
a 400 m |
15,1 s |
Aceleração de 0
a 1.000 m |
26,3 s |
Retomada 80 a
120 km/h (5ª.) |
9,9 s |
Retomada 80 a
120 km/h (4ª.) |
7,5 s |
Retomada 80 a
120 km/h (3ª.) |
5,6 s |
Retomada 60 a
100 km/h (4ª.) |
7,1 s |
Retomada 60 a
100 km/h (3ª.) |
5,4 s |
Retomada 60 a
100 km/h (2ª.) |
3,4 s |
Consumo em
cidade |
7,4 km/l |
Consumo em
estrada |
10,6 km/l |
Consumo a 60
km/h constantes |
11,9 km/l |
Consumo a 80
km/h constantes |
11,1 km/l |
Consumo a 100
km/h constantes |
10,2 km/l |
Consumo a 120
km/h constantes |
9,2 km/l |
Conheça
o simulador e os ciclos de consumo |
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Velocidade
máxima |
230 km/h |
Aceleração de
0 a 100 km/h |
6,0 s |
Consumo em
cidade e estrada |
ND |
ND = não disponível |
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O espaço para os pés,
contudo, é pequeno para o motorista e o passageiro e chega a atrapalha o
uso dos pedais. O local para o pé esquerdo fora da embreagem ("quarto
pedal") praticamente inexiste e o acelerador e o freio, embora próximos,
não permitem o punta–tacco. Se o
motorista executa essa manobra com a lateral do pé, o acelerador — em
posição muito mais profunda que o pedal de freio — não pode ser
alcançado. Usando a posição tradicional, freando com a ponta do pé e
acelerando com o calcanhar, falta espaço para o pé do motorista, que
bate na caixa de ar ao lado. Essa é uma falha importante em um carro
esporte e com pretensões de uso em pista.
Os bancos do H1 são exclusivos do carro e contam com revestimento em
couro, assim como as laterais das portas e o painel. Este conta com
difusores de ar apenas centrais, em uma caixa que deveria ter
revestimento interno — fica gelada e sua durante o uso do
ar-condicionado. Difusores laterais seriam oportunos. O sistema de áudio
tem rádio/toca-CDs com leitura de MP3 e
alto-falantes apenas nas portas. O bom porta-luvas não possui chave, o
que o deixa vulnerável ao estacionar o veículo sem o teto. Há também um
porta-objetos no console, de bom tamanho, mas profundo demais, o que faz
com que todo item ali colocado escorregue para o fundo.
À parte o espaço para os pés, a posição de dirigir é muito boa. Senta-se
baixo, com as pernas quase paralelas ao assoalho e pedais bem colocados.
O volante Sparco, revestido em couro e camurça, é de excelente pega e
tem regulagem de distância e altura. A alavanca do câmbio tem pomo em
aço escovado e mantém a disposição de marchas do Golf, com a diferença
de que há um anel-trava para impedir o engate involuntário da ré,
enquanto no VW se pressiona a alavanca para baixo.
O painel de instrumentos é formado por instrumentos idênticos aos do
Golf GTI (sem computador de bordo), mas fixados à coluna de direção —
que também é a mesma do modelo da VW, assim como o miolo de ignição e
partida e as alavancas de comando de luzes de direção e limpador de
pára-brisa. A fixação à coluna não é uma boa idéia, pois o volante tem
pequeno diâmetro e encobre parte dos mostradores e as luzes indicadoras
de setas. Se o painel fosse fixo seria possível melhorar a visão com o
ajuste do volante. Ainda, quando o carro está sem o teto, o reflexo no
vidro protetor dos instrumentos prejudica sua leitura.
O limpador de pára–brisa precisa melhorar: sua velocidade mais rápida é
um tanto lenta e não consegue dar conta de uma chuva mais intensa. E,
embora a alavanca de acionamento seja a do Golf, não está disponível o
ajuste de intervalo na função intermitente, apesar de existir o comando
para tal função. Já a vedação da cabine mostrou-se muito boa durante uma
chuva torrencial, pois a água não infiltrou em nenhum ponto. Só a água
acumulada na soleira de porta incomoda ao entrar e sair, pois é preciso
se apoiar nessa região.
Motor de GTI,
mas central
Chegou a hora de
dirigir. E já começa diferente: se o motorista girar a chave até o fim,
como no Golf, não ligará o motor. É preciso girá-la até a metade e dar
partida por um botão vermelho no painel. O ronco do motor e dos
escapamentos então invade o habitáculo, mas é o som esperado de um carro
esportivo — que agrada e não incomoda.
O motor do GTI, sem alterações, confere excelente desempenho pois o
Lobini é bem mais leve — 1.030 contra 1.302 kg. A versão aplicada é a
que a VW usava até a linha 2007, com potência de 180 cv e torque máximo
de 24 m.kgf (hoje o GTI tem 193 cv e 25,5 m.kgf abastecido com gasolina
premium). A tração é traseira, pois motor e câmbio do Golf foram
trazidos para a parte de trás do carro, como na primeira versão com
motor Alfa Romeo. O desempenho é muito bom, mesmo que fique atrás do
informado pelo fabricante (veja ao lado a simulação e a análise
detalhada).
Continua |