Na esteira do sucesso do
modelo de 2002, o novo Cayenne traz menos peso, mais potência e avanços
tecnológicos em toda a parte mecânica
Rodas de 21 pol e tomadas de ar
maiores na frente diferenciam o Turbo, que recebe conteúdos adicionais e
adiciona 100 cv ao motor 4,8-litros |
Audi Q7,
BMW X5 e Mercedes-Benz ML têm,
em comum, mais do que apenas a nacionalidade de seus fabricantes. Todos
eles têm no Cayenne, da também germânica Porsche, um fortíssimo rival. O
grande utilitário esporte da marca de Stuttgart — que fez os mais
arraigados fãs gritarem "heresia!" quando, no já distante ano de 2002,
foi apresentado — rompeu com uma forte tradição da Porsche, a de fazer
apenas carros esportivos. Mas à distância de quase uma década é
impossível dizer que tal ruptura prejudicou a marca Porsche e que a
opção de enveredar pelo concorrido ambiente dos SUVs foi errada, uma vez
que a ação atraiu novos clientes e não afugentou nenhum dos antigos.
O Cayenne vende bem, tanto no exterior como aqui entre nós: foi
responsável por 60% do total de vendas da marca no Brasil de 2003 até
agosto passado. E é o líder entre seus adversários e compatriotas
citados acima. Se você notou falta de um inglês assemelhado, não
esperneie: apenas reproduzimos os dados do importador. A ausência deixa
patente que os "alvos" considerados pelos alemães são apenas os citados.
Ainda segundo o representante, de janeiro a agosto de 2010 o Cayenne
vendeu mais do que o dobro do segundo colocado BMW X5, disparando na
dianteira num embate que em 2009 viu o Porsche vender pouco mais, 357
Cayennes contra 340 X5.
Agora, a segunda geração do Cayenne, mostrada ao consumidor europeu em
março no salão de Genebra, na Suíça, e que chegou às revendedoras no
início de maio nos principais mercados mundiais, desembarca por aqui.
Aliás, não por inteiro: a versão de entrada, o Cayenne dotado de motor
V6, assim como o interessante Cayenne S Hybrid — que concilia ao V6 um
motor elétrico — e o Cayenne Diesel, ficam de fora. Por enquanto, apenas
o Cayenne S de aspiração natural e o
Cayenne Turbo, ambos com unidade V8, pisam em nossas ruas e estradas.
A versão S, que tem preço sugerido de R$ 379 mil, já vem com quase tudo
o que pode imaginar em um carro, como seis bolsas infláveis (frontais,
laterais e cortinas), controle de
estabilidade, bancos com ajuste elétrico, câmera traseira para
orientar manobras, sistema de áudio Bose, teto solar, quinta porta com
abertura e fechamento elétricos, faróis
bi-xenônio e suspensão com controle eletrônico e ajuste de altura. No Turbo o valor
passa a R$ 555 mil, que trazem — além do aumento de potência em 100 cv —
aplicação de couro em todo o interior, quatro zonas de ajuste do
ar-condicionado, bancos mais esportivos, rodas de 21 pol e sistema de áudio com toca-DVDs, toca-CDs para seis
discos e sintonizador de TV.
Menos é mais
"Mais leve, mais econômico, mais dinâmico, mais seguro e mais
confortável": é assim o texto que abre um caprichado livro contendo as
mais importantes informações sobre o novo Cayenne. E uma análise rápida
dos principais itens revela que o trabalho seguiu exatamente o rumo
descrito na primeira página, o do aprimoramento de um produto que, desde
o nascimento, recebeu importantes elogios, mas também críticas.
Se é indiscutível que o sucesso da marca Porsche se deve a um conjunto
de fatores, entre os quais a excelência da engenharia e o consequente
desempenho, ao criar o Cayenne — o maior dos Porsches de todos os tempos
— a equipe acrescentou à marca um adjetivo importante: versatilidade.
Contudo, a opção por aplicar-lhe todo o aparato de um veículo fora de
estrada resultou em um utilitário muito pesado, um dos fatores que a
atual consciência ambiental exigiu retrabalhar na nova geração.
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