Faltou inovação ao lançamento mineiro, que chega em seis versões a partir de R$ 31.900 com mecânica do Uno
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Mais de dois anos depois de tirar de produção o longevo Mille (lançado em 1984 como Uno), a Fiat apresenta um sucessor para ele: o Mobi, que vem para competir com o Volkswagen Up e o futuro Renault Kwid entre os menores carros nacionais. Menor e mais barato que o atual Uno, ele busca o motorista urbano que procura algo original em termos de estilo e deve substituir, a médio prazo, tanto o Uno Vivace quanto o Palio Fire.
Projetado no Brasil e fabricado em Betim, MG, o Mobi estreia em seis versões (veja seus equipamentos e preços no quadro abaixo), todas com cinco portas e motor de 1,0 litro. Comparado ao Uno de hoje, ele mede 245 mm a menos em comprimento, 40 mm a menos em largura e 71 mm a menos em distância entre eixos, mas é 3 mm mais alto. De acordo com a fábrica, a parede que divide o cofre do motor da cabine é a única parte aproveitada do monobloco.
Versão Easy é bem simples; com o pacote On (fotos) ganha equipamentos desejados
Mesmo que faça lembrar o Uno na seção central da carroceria, o Mobi tem identidade própria – tão própria, aliás, que não se parece com qualquer outro modelo da marca. A frente usa capô, grade e faróis volumosos que parecem vir de um carro maior, em um excesso mais habitual nos Chevrolets que nos harmoniosos Fiats. Causa estranheza o excessivo vão entre capô e faróis. Nas laterais, arcos de para-lamas bojudos e linha de cintura alta concorrem para a sensação de robustez almejada pela Fiat. A traseira bastante curta, que praticamente “acaba” nas rodas, é a primeira em carro nacional a usar tampa de porta-malas toda de vidro, solução que a VW descartou na nacionalização do Up.
O Live On inclui suporte para telefone e aplicativo para a interface ao carro, de modo a controlar funções pelos botões no volante
Por dentro o Mobi é simples, como se espera na categoria, sem incomodar. As formas do painel – exclusivas, mesmo que lembrem as do Uno – mostram certa elaboração, não há grandes áreas de chapa à vista e os plásticos, ainda que rígidos, usam texturas agradáveis ao olhar. As versões superiores trazem conveniências como controle elétrico dos vidros dianteiros com função um-toque, computador de bordo, mostrador de temperatura externa e ajuste de altura do assento do motorista. Os bancos, porém, são estreitos e têm encosto desconfortável e os pedais ficam muito à direita. O quadro de instrumentos inclui luz sugestiva de mudança de marcha. A visibilidade dianteira é razoável; a traseira, crítica.
De início o único sistema de áudio disponível é um simples rádio/MP3 com entradas USB, auxiliar e Bluetooth, mas em junho a Fiat oferecerá uma novidade: o Live On, composto de suporte para telefone celular no lugar do rádio e aplicativo para a interface ao carro. Com ele será possível controlar pelos botões no volante várias funções do celular, como programas de navegação e música (além de ligações, claro), e haverá um monitor de condução econômica. A ideia faz sentido, pois aproveita os recursos já presentes no telefone e evita a compra de um aparelho só para o carro.
Mobi Like On vem mais equipado; interior lembra o do Uno; bancos não agradaram
Se o Uno já não sobressaía em espaço interno, você pode imaginar como ficou o Mobi com 25 cm a menos. Acertou: um motorista de 1,75 metro já deixa mal acomodado um passageiro igual atrás dele, com os joelhos quase no encosto dianteiro e os pés apertados. A largura inviabiliza três pessoas ali, assim como no Up – embora ambos sejam homologados com cinco lugares –, mas a altura disponível é adequada. Ponto positivo é o grande ângulo de abertura das portas traseiras.
Capacidade de bagagem é outra limitação do novo Fiat: apenas 235 litros ante 280 do Uno. O compartimento é bastante estreito, no sentido longitudinal, e tem um vão de acesso muito limitado. Embora a tampa de vidro seja mais leve que um conjunto de aço e vidro e bem mais delgada, o que poupa espaço, parece ter exigido uma base de acesso muito alta a fim de enrijecer a estrutura, o que penalizou o acesso. Uma caixa organizadora com divisão é oferecida nas versões Like e Way e nas respectivas On.
Próxima parte
Versões, preços e equipamentos
• Mobi Easy (R$ 31.900): banco traseiro bipartido com duas posições de inclinação, cintos laterais traseiros retráteis, luz indicadora para troca de marcha, para-choques na cor da carroceria, para-sol com espelho para o passageiro, retrovisores com comando interno, rodas de 13 polegadas com calotas, temporizador de faróis. Opcionais: aquecedor e pacote Functional (controle elétrico de vidros dianteiros e travas, limpador e desembaçador do vidro traseiro, predisposição do rádio).
• Mobi Easy On (R$ 35.800): adiciona ar-condicionado, direção com assistência hidráulica, rodas de 14 pol e volante com regulagem de altura.
Banco traseiro bipartido é de série em todos; painel traz mostrador central digital
• Mobi Like (R$ 37.900): como o Easy On, mais caixa organizadora para o porta-malas, chave com controle remoto de trava, cintos dianteiros ajustáveis em altura, comandos internos para bocal de combustível e porta-malas, computador de bordo, controle elétrico de vidros e travas, limpador e desembaçador traseiro, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, para-brisa com faixa degradê, predisposição de rádio. Opcionais: alarme antifurto, rádio/MP3 ou suporte com integração para celular com comandos no volante.
• Mobi Like On (R$ 42.300): como o Like, mais alarme, banco do motorista com regulagem de altura, faróis de neblina, porta-óculos, rádio com comandos no volante, retrovisores com ajuste elétrico e luzes repetidoras de direção, rodas de alumínio, sensores de estacionamento traseiros e tecidos internos em duas cores.
• Mobi Way (R$ 39.300): como o Like, mais barras longitudinais de teto, molduras nas caixas de rodas, para-choques exclusivos e suspensão elevada. Opcionais: alarme, rádio/CD ou suporte para celular.
• Mobi Way On (R$ 43.800): como o Way, mais os itens do Like On.
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