O vinco bem marcado na lateral é mais um componente da identidade de estilo. Traz uma característica musculosa para a linha de cintura e evidencia o visual dinâmico.
O contorno das janelas forma um gráfico simples e com curvaturas suaves e bem feitas. As colunas em preto alongam o carro visualmente e deixam o conjunto mais elegante; dessa forma o belo desenho da coluna C fica em evidência.
O que faz a maior diferença e mais inova na silhueta em relação à geração anterior é a coluna avançada e bem inclinada, mais moderna e que propicia uma aparência muito mais dinâmica.
As molduras das caixas de rodas deixam os para-lamas musculosos. Os vincos estão na dose certa, deixando o visual da seção bem moderno e em harmonia com o estilo do carro.
Os faróis de neblina circulares, uma solução simples e fácil, ficaram bem. Mas, como o visual do carro é tão moderno, teria sido interessante explorar alguma coisa parecida com o do Fiesta.
Parte da atual identidade de estilo: nada de faróis enormes ou contornos complexos. Finos e alongados em direção às laterais, eles ficaram muito bem, assim como o fato de estarem conectados pela abertura que abriga o emblema do oval azul. Forma-se assim um contorno único, valorizado pela superfície que capta luz logo abaixo, delimitada pelo vinco. A iluminação por leds na função de luz de posição é o grande diferencial desses faróis.
Essa parte que emoldura a abertura inferior pode ser em prata, o que dá um toque bem interessante ao desenho frontal. Em preto, como na foto, também não fica nada mal.
Em meio aos dois vincos do capô surge, de maneira suave, esse músculo que sobe para a coluna. É uma solução diferenciada e interessante.
Os vincos vêm das laterais e formam chanfros que emolduram as lanternas como mais uma interessante solução estética. Várias outras partes do carro têm esse mesmo recurso; assim, tudo faz sentido e vai combinando.
Quando a dianteira tem a parte que emoldura a abertura inferior pintada na cor prata, nesse rebaixo da placa de licença é aplicada uma peça também na cor prata. Foi dada atenção a todos os detalhes.
Esteticamente, a cereja do bolo na traseira foi a maçaneta para abertura da tampa ser embutida discretamente na lanterna direita. Foi bem feito e é interessante, mas fica uma sensação de que seria mais útil se toda a lanterna fizesse sua função, que é sinalizar.
Os contornos das lanternas são simples, bem feitos e combinam bem com o estilo do carro. Contudo, pela relação de tamanho das partes da lanterna que possuem função com o tamanho da traseira, a conclusão é que elas são bem pequenas: mais um motivo para questionar se a maçaneta está em um lugar indevido.
O EcoSport fez escola por aqui ao ser lançado com o estepe preso à tampa traseira, o que levou várias marcas a imitar a solução de forma improvisada em carros cuja porta se abre para cima — VW CrossFox, Fiat Idea Adventure, Citroën C3 Aircross. É um dos charmes que o modelo não poderia perder, apesar das controvérsias.
Não dá para perceber por fotos, mas visto de perto incomoda um pouco: é possível enxergar um filete da cor do carro através do vão entre o vidro traseiro e a cobertura da coluna, o que quebra a ideia de continuidade para a área envidraçada. É um problema de acabamento fácil de ser resolvido.
Boa ideia foi usar esse chanfro para emoldurar o conjunto de janelas traseiras, pois dá um bom acabamento e ajuda a evidenciar tanto a noção de continuidade entre os vidros quanto o defletor traseiro.
Uma boa surpresa: rodas e pneus estão rentes aos para-lamas, e não enfiados para dentro como tem acontecido com frequência. Parece bobagem, mas contribui muito para um bom visual de qualquer carro.
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O autor
Edilson Luiz Vicente é designer com 22 anos de experiência na indústria automobilística, atuados em empresas de grande porte como Volkswagen, Ford e General Motors no Brasil, Isuzu no Japão e General Motors nos Estados Unidos. É um dos poucos de seu segmento com experiência também em projetos e engenharia. Também é professor no Istituto Europeo di Design em São Paulo. Mais informações.