Enquanto a concorrência sofre com o IPI mais alto, a Honda pode ampliar o êxito do CR-V, que ganha conforto na nova geração
O novo Civic mal chegou às ruas e a Honda já tem outro importante lançamento para o mercado brasileiro: a quarta geração do utilitário esporte CR-V, lançada no ano passado no exterior. Importado (como antes) do México, o modelo traz novo desenho, mais tecnologia e uma versão de entrada, a LX com câmbio manual de seis marchas.
Essa opção mais acessível tem preço sugerido de R$ 84.700 e vem com equipamentos de série como bolsas infláveis frontais, freios com sistema antitravamento (ABS) e distribuição eletrônica entre os eixos (EBD), cinto de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes, rodas de alumínio de 17 pol, ar-condicionado com ajuste manual, central de informações com tela de 5 pol no painel, câmera traseira para orientar manobras, faróis automáticos, banco traseiro reclinável e bipartido 60:40, sistema Econ, controlador de velocidade, computador de bordo e rádio/toca-CDs com MP3 e conexões auxiliar e USB. Com câmbio automático de cinco marchas, a versão passa a R$ 87.900.
O outro CR-V, o EXL, vem com tração integral e caixa sempre automática. Por R$ 103.200, acrescenta ao LX itens como bolsas infláveis laterais dianteiras e cortinas (que protegem a cabeça dos ocupantes dianteiros e traseiros), controle eletrônico de estabilidade, assistência de saída em aclives, revestimento em couro nos bancos e no volante, navegador, alto-falante de subgraves, ar-condicionado automático de duas zonas de ajuste de temperatura, teto solar com controle elétrico, interface Bluetooth e barras no teto. A garantia é de três anos.
Na nova geração a carroceria ficou 4 cm mais curta, sem alterar largura e distância entre eixos, e foi reduzida a altura total (também em 4 cm) para privilegiar a aerodinâmica (o Cx não foi divulgado). De forma geral, ele ficou realmente com mais estilo de crossover, aproximando-se de uma grande perua e se afastando de um fora-de-estrada. A frente está mais imponente, com a ampla grade e os faróis que parecem um olhar agressivo, e a forma característica da parte inferior do para-choque foi preservada.
Nas laterais, chama atenção a troca de curvas por traços retos e ângulos na parte traseira da área de vidros, que continua com o tema anterior, enquanto a seção posterior do carro é a que mais tem novidades. Embora mantenha o recurso das lanternas prolongadas até junto ao teto, o CR-V ganhou formas mais ousadas, que dão a sensação de movimento para frente — só não pode ser chamado de criativo pela semelhança com o Volvo XC60. Não deixa saudades a antiga saliência na tampa do porta-malas.
No interior houve também boa modernização no painel, embora elementos típicos do modelo permaneçam, como a alavanca de câmbio montada bem à mão. O controle elétrico dos vidros agora conta com função um-toque e sensor antiesmagamento para todos, além de ser possível abri-los e fechá-los a distância pelo comando da chave, o que inclui o teto solar no caso do EXL.
O quadro de instrumentos está mais esportivo, com mostradores que parecem sobrepostos pelo grande velocímetro, e dentro deste vem o indicador de consumo instantâneo. As informações do computador de bordo — incluindo duas medições de consumo médio e a autonomia — estão à direita do motorista, na tela elevada acima do aparelho de áudio, que informa também sobre o que está sendo tocado nele e permite configurar funções como imagem da tela, temporizador da luz interna, desligamento dos faróis e travamento das portas.
Como no Civic, o comando Econ (um botão verde à esquerda) aciona um modo favorável à economia de combustível. Ele afeta o controle da abertura da borboleta de aceleração, fazendo o carro ganhar velocidade mais devagar em parte do curso do pedal; o ar-condicionado, que passa a usar mais o ar interno (recirculação) e menor rotação de ventilador; e o controlador de velocidade, que adota aceleração mais suave.