Mostrador multifunção, interface Bluetooth com comandos no volante,
função um-toque para todos os vidros e controles de marcha à mão
são boas novidades, mas o rádio é mais simples do que parece desligado
Somado o coxim hidráulico aos demais aprimoramentos, o resultado é a sensação de um motor relativamente suave, que não lembra a fábrica de vibrações dos Unos do passado, e com nível de ruído aceitável para viagens a até 120 km/h. Seu desempenho é bom em baixas rotações, mas um tanto limitado em altas, nas quais os 88 cv com álcool se mostram muito pouco para uma versão com proposta esportiva. Seria outro carro se recebesse o motor E-Torq de 1,6 litro com até 117 cv — quer apostar que haveria demanda, Fiat?
Suspensão tem bom acerto
Em relação ao Evolution antes avaliado, o Sporting diferencia-se também na calibração mais firme da suspensão e nos pneus mais largos (185/60 R 15 ante 175/65 R 14). O efeito obtido é bom, com um rodar firme e controlado, sem oscilações indesejadas, e maior capacidade de curva sem prejuízo importante ao conforto. O que desagrada nele, a absorção de pequenos impactos, é o mesmo inconveniente notado no outro Uno — ou seja, há mais ganhos que perdas. Por outro lado, a direção é mais pesada em baixa velocidade do que o desejável.
O motor 1,4 é pouco potente, mas ficou mais suave; botões acionam as
posições do câmbio Dualogic, que está em boa fase de calibração
A versão traz para 2015 um pacote visual interessante, com para-choques de desenho próprio, rodas bastante criativas (provavelmente, o mais perto do conceito de “quadrado arredondado” que a Fiat conseguiu sem deixar de fazê-las circulares) e a citada dupla saída de escapamento no centro da traseira, que é apenas extensão dos tubos que vêm pelo lado esquerdo do carro, como em qualquer Uno.
Os 88 cv são muito pouco para uma
versão com proposta esportiva: ele seria
outro carro com o E-Torq de 1,6 litro
No interior estão bancos com tecido simples, mas de bom aspecto, e revestimento preto no teto, que tem seus adeptos mas parece acentuar o calor infernal deste verão paulista — para o qual o ar-condicionado está claramente subdimensionado, mesmo em comparação a outros carros pequenos. O tom vermelho está nas maçanetas, em um raio do volante, no mostrador digital do quadro de instrumentos e na costura dos bancos, enquanto o painel imita o que (com boa vontade) se poderia chamar de fibra de carbono.
Como no Evolution, o acabamento está mais adequado e há novas conveniências como controles elétricos de vidros com função um-toque para todos, abertura e fechamento a distância, computador de bordo, marcador de temperatura externa, ajuste elétrico dos retrovisores (o direito mostra o meio-fio ao engatar a ré) e até câmera traseira de manobras no espelho interno como acessório aplicável em concessionária. E o quinto ocupante agora pode ter encosto de cabeça e cinto de três pontos.
Mais firme que nas outras versões, sua suspensão traz boa estabilidade
com pouca perda em conforto, mas a direção poderia ser mais leve
Há outros bons detalhes, como espelho no teto para acompanhar crianças no banco traseiro e interface Bluetooth para telefone celular com comandos no volante, mas o aparelho de áudio parece quando desligado mais atual do que é, com seu mostrador monocromático ao estilo dos anos 90. Ao menos a recolocação das tomadas USB e auxiliar no console abriu mais espaço no antes ínfimo porta-luvas, além de deixar os dispositivos portáteis mais à mão (embora à vista). No restante é o Uno bem conhecido em qualidades e limitações, como o espaço interno dos menores e a visibilidade dianteira comprometida por largas colunas.
Mesmo sem o desempenho que sua aparência faria esperar, o Uno Sporting agrada com o câmbio Dualogic e as evoluções importantes no ambiente interno para 2015. Resta lamentar o preço: R$ 50 mil por um carro de sua categoria e com meros 88 cv são demais, mesmo com a comodidade do câmbio, os opcionais convenientes e o charme da cor com o nome da prestigiada marca do tridente.
Mais Avaliações |
Ficha técnica
Motor |
|
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 2, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 72 x 84 mm |
Cilindrada | 1.368 cm³ |
Taxa de compressão | 12,3:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 85/88 cv a 5.750 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 12,4/12,5 m.kgf a 3.500 rpm |
Transmissão |
|
Tipo de câmbio e marchas | manual automatizado / 5 |
Tração | dianteira |
Freios |
|
Dianteiros | a disco |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção |
|
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | hidráulica |
Suspensão |
|
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção |
Rodas |
|
Dimensões | 6 x 15 pol |
Pneus | 185/60 R 15 H |
Dimensões |
|
Comprimento | 3,811 m |
Largura | 1,673 m |
Altura | 1,487 m |
Entre-eixos | 2,376 m |
Capacidades e peso |
|
Tanque de combustível | 48 l |
Compartimento de bagagem | 280 l |
Peso em ordem de marcha | 1.023 kg |
Desempenho e consumo |
|
Velocidade máxima | 170/172 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 11,3/10,8 s |
Consumo em cidade | ND |
Consumo em rodovia | ND |
Dados do fabricante; gasolina/álcool; ND = não disponível |