Em categoria quase extinta, nova opção de sete lugares mostra conforto e aponta onde deve melhorar
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Uma das categorias mais populares de carros para a família, nos anos 2000, está desaparecendo: as minivans compactas. A Chevrolet Spin corre hoje sozinha nesse segmento, depois que opções como Fiat Idea, Nissan Livina e Renault Scénic se foram sem deixar sucessoras. Na linha 2019 a Spin recebe uma bem-vinda reestilização e passa a oferecer sete lugares também na versão Activ, de apelo “aventureiro”. Foi assim que a avaliamos na seção 10 Chances, que mostra suas chances de merecer sua garagem.
Estilo
O desenho sempre foi o ponto crítico da Spin, sobretudo em comparação à harmoniosa Zafira que a precedeu. Limitadas pelo orçamento, as mudanças tiveram bom resultado, em especial na frente (veja análise de estilo). A Activ perdeu o estepe externo, mas mantém uma decoração válida. A traseira continua seu ponto fraco. 0,5 ponto
Acabamento e conveniência
O acabamento interno usa plásticos bem simples, alguns com rebarbas e pontas, como um que insiste em espetar quem procura o botão de abrir o porta-luvas. Os bancos recebem tecido algo áspero com decoração alegre. Entre as conveniências estão alerta programável para excesso de velocidade, câmera de manobras e sensores de estacionamento na traseira, controlador de velocidade, controle elétrico de vidros com função um-toque e comando a distância para abrir e fechar, duas tomadas de 12 volts, faróis e limpador de para-brisa automáticos, monitor de pressão dos pneus e marcador de temperatura externa.
A central de áudio My Link tem tela de 7 polegadas, integração a celular por Android Auto e Apple Car Play e fácil operação, mas usa alto-falantes baixos. Existe ainda a assistência On Star, com serviços de conveniência, e um alerta sonoro para não esquecer algo ou alguém no banco traseiro, ativado quando se abre uma porta de trás, se dirige e não se volta a abri-la. Algumas faltas são alarme volumétrico (que um dia foi comum na marca), ar-condicionado automático, luzes de leitura, para-brisa degradê, preaquecimento de álcool para partida a frio (ainda usa tanque suplementar) e mais espaços para objetos. Além disso, o estribo lateral suja facilmente a barra da calça ao sair. 0,5 ponto
Frente e traseira renovadas deixaram a Spin com melhor aparência; versão Activ vem com pneus de uso misto e não traz mais o estepe junto à quinta porta
Posto do motorista
Apesar dos bancos dianteiros confortáveis e bem definidos, a posição de dirigir não agrada: os pedais estão muito à direita e ficam baixos, um mal antigo nas minivans da GM. Melhoraria se o volante fosse regulável em distância e se o banco realmente variasse em altura, não em inclinação. O quadro de instrumentos, agora com velocímetro analógico, inclui um computador de bordo simples com uma só medição. Os faróis são limitados, de refletor único, mas existem os de neblina, luz traseira de mesmo fim e repetidores laterais das luzes de direção. Ruim é a visibilidade dianteira, com colunas muito grossas. 0,5 ponto
O acerto de suspensão da Activ está aprovado: confortável e com ótima absorção de grandes irregularidades, faz dela um ótimo carro para estradas de terra
Espaço
Minivans são ótimas em aproveitar o espaço, e não é diferente na Spin. A altura útil e a acomodação das pernas atrás se destacam. O banco traseiro tem ajuste em distância e, mesmo todo para frente, um adulto de estatura média ainda se senta atrás de outro. As limitações são a largura, mais de carro pequeno que de médio, e o encosto que incomoda um passageiro central. Levar sete pessoas é uma qualidade, mas o banco adicional é bem limitado em largura e vão para pernas, além de o assoalho ficar muito alto e o acesso ser precário. O espaço para cabeça é bom também ali. 1 ponto
Acabamento e posição do motorista podem melhorar; banco da segunda fila é corrediço; espaço vertical é bom até na terceira, mas ali falta acomodação às pernas
Porta-malas
Com as famílias espremendo a bagagem em utilitários esporte, a Spin sobressai com o espaço para 553 litros de bagagem com cinco lugares em uso. Com sete, restam apenas 162. O rebatimento do banco adicional dá saudades da solução bem-bolada da Zafira, que tinha dois bancos e os guardava no assoalho. O acesso ficou mais prático sem o estepe, que deu lugar a um temporário sob o assoalho, bem menor em diâmetro que os outros pneus. Deveria haver cobertura sobre a bagagem. 1 ponto
Desempenho
A Chevrolet mantém o veterano motor de 1,8 litro e duas válvulas por cilindro, evoluído do primeiro Corsa. Se a potência (106 cv com gasolina, 111 cv com álcool) é pouca, há bom torque desde baixa rotação e uma transmissão automática de seis marchas para ajudar. O resultado é desempenho adequado à proposta, com 0 a 100 km/h em 12,4 segundos. O ruído incomoda em alta rotação e nota-se a aspereza tradicional desse motor. A caixa permite trocas manuais por botão na alavanca, solução longe de ser prática e que não atua na posição D. Em modo manual, a troca para cima continua automática e a redução vem em certo ponto do curso do acelerador. 0,5 ponto
Central de áudio fácil de usar, câmera traseira, velocímetro passou a analógico, faróis automáticos, controlador de velocidade, assistência On Star, estepe agora temporário, rebatimento do banco adicional que deixa saudades da Zafira
Consumo
A Spin obteve marcas razoáveis de consumo. Comparando a SUVs compactos, que são o alvo dessa versão, ela foi melhor que o Hyundai Creta, pior que o Nissan Kicks e ficou próxima a Ford Ecosport e Renault Captur, todos na faixa de 1,6 litro. 0,5 ponto
Comportamento dinâmico
O acerto de suspensão da Activ está aprovado. O rodar confortável, com ótima absorção de lombadas e grandes irregularidades, faz dela um ótimo carro para estradas de terra. Sua estabilidade é adequada à proposta, mesmo com pneus de uso misto, mas deveria haver controle eletrônico. Os freios e o peso da direção em qualquer condição são corretos. 0,5 ponto
Segurança passiva
Com bolsas infláveis apenas frontais, a Spin deixa a desejar em proteção dos ocupantes, mas os sete contam com cinto de três pontos e encosto de cabeça. Ela também tem fixação Isofix para cadeira infantil. 0,5 ponto
Conforto de rodagem é um ponto alto da Spin Activ 7; motor tem bom torque e caixa de seis marchas opera bem, mas deveria haver controle de estabilidade
Custo-benefício
A Spin Activ 7 custa R$ 85.790 e não oferece opcionais. Como não há outras minivans do tipo, os concorrentes mais próximos são SUVs compactos, que em regra são caros. O Renault Duster Dynamique 1,6 CVT com opcionais custa um pouco mais que ela (R$ 87 mil), tem 120 cv, controle de estabilidade e itens semelhantes de conveniência. O Nissan Kicks S 1,6 CVT sai por menos que a Spin (R$ 82.490), oferece melhor desempenho com 114 cv e também tem o controle eletrônico, mas deixa de fora vários itens de conforto. Ambos perdem para ela em espaço para bagagem e não têm sete lugares. Assim, a proposta da GM revela uma relação custo-benefício mediana. 0,5 ponto
Equipamentos e preços
• Spin Activ 7 – Alarme perimétrico, ar-condicionado, assistência On Star com pacote Exclusive, banco da segunda fileira corrediço, câmera traseira de manobras, central de áudio com tela de 7 pol e integração a celular por Android Auto e Apple Car Play, cintos de três pontos nos sete lugares, computador de bordo, controlador de velocidade, controle elétrico de vidros com abertura e fechamento a distância, faróis e limpador de para-brisa automáticos, faróis e luz traseira de neblina, fixação Isofix para cadeira infantil, monitor de pressão dos pneus, rodas de alumínio de 16 pol, sensores de estacionamento traseiros.
• Preço sem opcionais: R$ 85.790
• Preço como avaliado: R$ 85.790
• Preço completo: R$ 87.090
• Garantia – Três anos sem limite de quilometragem.
Preços sugeridos em dez/18
Desempenho e consumo
Aceleração | ||
0 a 100 km/h | 12,4 s | |
0 a 120 km/h | 17,6 s | |
0 a 400 m | 18,2 s | |
Retomada* | ||
60 a 100 km/h | 7,8 s | |
60 a 120 km/h | 13,7 s | |
80 a 120 km/h | 10,3 s | |
Consumo | ||
Trajeto leve em cidade | 12,4 km/l | |
Trajeto exigente em cidade | 6,4 km/l | |
Trajeto em rodovia | 11,1 km/l | |
Testes com gasolina; *reduções automáticas; conheça nossos métodos de medição |
Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 2 |
Diâmetro e curso | 80,5 x 88,2 mm |
Cilindrada | 1.796 cm³ |
Taxa de compressão | 12,3:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 106/111 cv a 5.200 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 16,8 m.kgf a 2.800 rpm/17,7 m.kgf a 2.600 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa e marchas | automática, 6 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 6,5 x 16 pol |
Pneus | 205/60 R 16 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,415 m |
Largura | 1,764 m |
Altura | 1,689 m |
Entre-eixos | 2,62 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 53 l |
Compartimento de bagagem | 553 l (5 lugares), 162 l (7 lugares) |
Peso em ordem de marcha | 1.275 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | ND/168 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND/11,3 s |
Consumo em cidade | 10,3/7,0 km/l |
Consumo em rodovia | 12,0/8,3 km/l |
Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível |