Três hatches pequenos, três tipos de caixa automática, três modos de atender à mesma demanda
Texto e fotos: Fabrício Samahá
De um lado, espaços cada dia mais escassos nas ruas, garagens e estacionamentos. De outro, um trânsito congestionado a qualquer hora do dia que requer acionamento constante do pedal de embreagem. De outro ainda, preços dos carros em franca elevação que levam muitos compradores a migrar para categorias inferiores na hora da troca.
Tudo isso explica a disseminação dos sistemas automáticos de transmissão — aí incluídas, de modo genérico, as caixas automatizadas — em carros pequenos. Só em 2016, duas famílias de modelos nacionais de entrada passaram a deixar o pé esquerdo em descanso: a dupla Nissan March/Versa com uma caixa de variação contínua (CVT), o Toyota Etios com uma automática de quatro marchas. Eles juntam-se a modelos que já dispensavam as mudanças manuais de marcha, como o Fiat Uno, que oferecia caixa automatizada e acaba de receber novos motores. Boa ocasião para colocarmos os três lado a lado.
Fiat Uno Way | Nissan March SL | Toyota Etios XLS |
3,82 m | 3,83 m | 3,78 m |
1,3 litro | 1,6 litro | 1,5 litro |
101/109 cv | 111 cv | 102/107 cv |
R$ 56.930 | R$ 59.290 | R$ 60.550 |
Preços públicos sugeridos para os carros avaliados, com possíveis opcionais; potência com gasolina/álcool |
A análise dos habituais quatro “Ps” não deixa dúvidas da validade do confronto. Sua proposta de uso é a mesma: hatches pequenos de preço moderado, com espaço modesto para passageiros e bagagem, bom desempenho em cidade e rodovia e consumo de combustível contido. A diferença em porte mal chega a 5 centímetros em comprimento (maior no March) e 9 cm em entre-eixos (mais longo no Etios).
Os motores flexíveis desenvolvem potências muito próximas: 111 cv no March de 1,6 litro, 101/109 cv no Uno 1,3 e 102/107 cv no Etios 1,5 (gasolina e álcool, na ordem). Chama atenção o bom resultado do Fiat, apesar da menor cilindrada e das duas válvulas por cilindro em vez de quatro.
Em preço, o Uno começa bem abaixo dos outros (R$ 52 mil), mas precisa receber opcionais para obter equilíbrio em equipamentos. Acaba saindo por R$ 56,9 mil, não muito distante dos R$ 59,3 mil do March e dos R$ 60,6 mil do Etios. Vale notar que a Fiat não oferece o motor 1,3 em uma versão “normal” como a Attraction: ou se parte para o “aventureiro” Way ou para o Sporting. Nossa escolha foi o primeiro, tanto por termos avaliado o Sporting 1,4 há menos de dois anos quanto por entendermos que o Way fica mais próximo da proposta dos oponentes de carro simples, prático e robusto, sem apelo esportivo.
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