Se desempenho for prioridade, a Ranger é a opção certa: a Hilux mostrou-se lenta para acelerar, embora com consumo menor nos trajetos urbanos
Desempenho e consumo
Apesar do peso bem maior, potência e torque adicionais no motor da Ranger asseguram-lhe melhor desempenho: nossas medições registraram 0 a 100 km/h em 11,6 segundos, tempo de um automóvel da faixa de 1,6 litro, ante demorados 13,5 s da Hilux. As demais acelerações e as retomadas são também mais ágeis no modelo da Ford com diferença sensível na prova de 60 a 120 km/h (11,2 contra 15,3 s).
Apesar da tração acionada apenas atrás, é fácil arrancar forte com as picapes em asfalto seco: acelerando enquanto se freia (estol, o que permite cerca de 2.500 rpm) ou sem frear, ambas largam sem acionar o controle de tração e avançam pelas marchas, trocadas entre 3.500 e 3.800 rpm na Ranger e entre 3.800 e 4.200 rpm na Hilux pelas caixas automáticas. O motor Ford pode ser levado a até 4.500 giros em modo manual, mas não compensa: a potência cai depois de 3.000. Foi empregado na Toyota o modo de uso Power nas medições de desempenho e o Eco nas de consumo.
Motor e peso menores favorecem a economia, item no qual a Hilux se saiu melhor em cidade (12,4 km/l no trajeto urbano leve contra 11,8 da Ranger), embora tenha havido quase um empate no percurso rodoviário. Ajudaria a Toyota nesse quesito receber cobertura de caçamba? É uma hipótese. Com tanques de mesma capacidade, as duas obtêm excelente autonomia e podem rodar mais de 700 km entre abastecimentos nas duas condições de uso mais favoráveis.
Medições Best Cars
Ranger | Hilux | |
Aceleração | ||
0 a 100 km/h | 11,6 s | 13,5 s |
0 a 120 km/h | 16,9 s | 18,3 s |
0 a 400 m | 18,4 s | 19,5 s |
Retomada | ||
60 a 100 km/h* | 8,3 s | 9,4 s |
60 a 120 km/h* | 11,2 s | 15,3 s |
80 a 120 km/h* | 9,1 s | 11,5 s |
Consumo | ||
Trajeto leve em cidade | 11,8 km/l | 12,4 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 6,0 km/l | 6,6 km/l |
Trajeto em rodovia | 9,9 km/l | 9,8 km/l |
Autonomia | ||
Trajeto leve em cidade | 850 km | 893 km |
Trajeto exigente em cidade | 432 km | 475 km |
Trajeto em rodovia | 713 km | 706 km |
Testes efetuados com diesel; *com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; conheça nossos métodos de medição |
Dados dos fabricantes
Ranger | Hilux | |
Velocidade máxima | ND | |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND | |
Consumo em cidade | 8,5 km/l | 9,0 km/l |
Consumo em rodovia | 10,1 km/l | 10,5 km/l |
Consumo de diesel conforme padrões do Inmetro |
O novo motor da Toyota usa turbina variável como o da Ford, que nesta geração adotou molas helicoidais na dianteira, a exemplo da concorrente
Comentário técnico
• Embora se pareça tanto com a anterior que poderia passar por uma remodelação parcial, a nova Hilux foi reprojetada já no chassi, que ganhou 20% em rigidez e 44% mais pontos de solda.
• O motor Toyota turbodiesel de 2,8 litros, parte da nova série Global Diesel (GD), usa turbocompressor de geometria variável (como o da Ranger), pesa menos que o anterior de 3,0 litros e oferece 25% mais torque que ele, com transmissão automática (subiu de 36,7 m.kgf para 45,9 m.kgf), enquanto a potência aumentou de 171 cv para 177 cv.
• Na Ranger, a unidade de cinco cilindros em linha e 3,2 litros passou por alterações para 2017 a fim de reduzir o consumo, como turbo e válvulas, sem alterações em potência e torque. A transmissão automática foi revista em calibração e conversor de torque e o chassi recebeu reforços para maior resistência em impactos laterais.
• Desde o lançamento da atual geração, em 2012, a Ford equiparou-se à adversária no emprego de molas helicoidais na suspensão dianteira em lugar das barras de torção. Os conceitos de suspensão são os mesmos: dianteira independente por braços sobrepostos, traseira com eixo rígido.
• A Ranger 2017 adotou assistência elétrica de direção, que consome menos energia e tem obtido ótimo resultado de calibração em muitos casos, como nesta picape. A Hilux permanece com o sistema hidráulico.