Tela central do Q7 comanda áudio, navegação, modos de condução e configurações; mais alta, é controlada por botões e um painel de toque no console
Grande conveniência do XC90 e do Q7 é a condução semiautônoma, que pode ser usada a até 130 km/h no primeiro e até 65 no outro. O controlador de distância à frente soma-se ao assistente de faixas para que o carro conduza a si mesmo, seguindo o veículo adiante e/ou as faixas da via e acompanhando sua velocidade, dentro do limite fixado pelo motorista. Em paradas do trânsito, o sistema fica em espera de comando para voltar a rodar. Entendido como um auxílio que não chega a fazer curvas mais fechadas, funciona muito bem nos dois modelos. A ideia não é deixar o motorista alheio à condução: quando ele solta o volante surge um aviso para segurá-lo e, se ignorado, o sistema se desativa.
Os três carros são ricos em detalhes de conveniência, como ar-condicionado automático de quatro zonas com difusores para o banco traseiro, capô sustentado por molas a gás, chave presencial para acesso e partida, comando elétrico do freio de estacionamento, comutação automática do facho dos faróis, controlador de velocidade em declive (mantém-na sem ser preciso frear ou acelerar), controle elétrico de vidros com função um-toque e comando a distância para fechar, faróis e limpador de para-brisa automáticos, lavadores dos faróis, luzes de cortesia no assoalho, monitor de pressão dos pneus, para-sóis iluminados, projeção de informações no para-brisa e quatro alças de teto. Mesmo assim, há itens que os diferenciam.
Peculiares do Q7 são acionamento elétrico para bloquear portas e vidros traseiros em separado por lado (Vogue e XC90 também têm, mas unificado: ruim ao levar criança de um lado e adulto de outro), monitor da distância à frente (informa quantos segundos há de margem de segurança, no caso de o motorista controlar por si), roteador de internet e termômetro do óleo lubrificante.
Além das funções usuais, a tela de toque do Vogue mostra operação da tração integral e a profundidade em trechos alagados; também comanda ar-condicionado
A favor do Vogue estão aquecimento do volante (afinal, o carro vem da Inglaterra), para-brisa com desembaçador térmico (como o habitual no vidro traseiro, mas quase invisível) e o maior espaço para objetos no console. Sem falar na charmosa luz de cortesia sob os retrovisores que projeta no solo a silhueta do carro, moda iniciada com o Evoque. E o XC90 sobressai por alarme volumétrico (ultrassom), alerta para uso do cinto pelos cinco ocupantes (nos outros, só para os dianteiros), ar-condicionado que funciona com o motor a gasolina desligado (comum em híbridos) e pode ser programado para ligar antes de se entrar no carro, cortinas nas janelas traseiras (manuais) e refrigeração dos bancos dianteiros.
Grande conveniência do XC90 e do Q7 é a condução semiautônoma: por si próprio, o carro segue o veículo adiante e/ou as faixas da via e acompanha sua velocidade
Constam do Audi e do Volvo alerta automático para excesso de velocidade (que no segundo mostrou frequentes erros), assistente de faixas da via (pode ser usado em separado da condução semiautônoma), computador de bordo com duas medições, controlador de distância à frente, monitor de veículos em pontos cegos nas faixas laterais e retenção automática em paradas do trânsito. No Range Rover e no Volvo há aquecimento nos bancos dianteiros e traseiros, comando elétrico para abrir o porta-luvas e retrovisores externos também fotocrômicos — o interno é assim em todos.
Apenas Audi e Range Rover vêm com limitador de velocidade, para-sóis duplos (podem cobrir a parte frontal e a lateral ao mesmo tempo, ideais para trajetos sinuosos) e vidros que podem ser abertos a distância (mas o forro do teto não deveria abrir junto, pois aumenta a insolação do interior quando o objetivo é refrescá-lo). Vale notar que assim eram os carros avaliados, mas alguns itens podem ser acrescentados à parte.
Sistema híbrido, câmeras de 360 graus e modos de condução aparecem na tela do Volvo; potência de seu áudio de série supera em muito a dos oponentes
Pontos melhoráveis? Poucos: no Q7 o acesso ao interior incomoda pela altura; no Range Rover falta porta-luvas refrigerado (os ingleses devem pensar que ninguém precisa disso) e o botão que desativa a parada/partida automática do motor apaga-se quando acionado (deveria ser o contrário). No XC90 o consumo é informado em litros por 100 km (padrão europeu), não há termômetro do motor e a tela do teto solar deixa passar raios solares — também a do Audi, mas menos. Nos três o para-brisa deveria ganhar faixa degradê.
Espaço não é problema em qualquer um deles: à frente ou atrás há acomodações muito confortáveis em altura, largura e — sobretudo — vão para pernas. Mesmo tão amplos, ao levar três pessoas no banco traseiro o encosto incomoda o passageiro central e os colegas ao lado deslocam-se para posições menos confortáveis. O Audi permite regular o assento em distância e nos três carros pode-se reclinar o encosto traseiro.
O Q7 é o único a oferecer opção de sete lugares. Os bancos suplementares são mais apropriados a crianças: dois adultos de médio porte ficam com ombros juntos, cabeça no teto e bem pouco espaço para pernas. Mas o conjunto foi bem planejado: os cintos retraem-se nas colunas quando fora de uso, os bancos se montam e se ocultam no assoalho ao toque de um botão (pela frente ou pelo compartimento de bagagem) e os da segunda fila rebatem-se para acesso de maneira leve e segura. Pena que a estrutura da cobertura de bagagem deva ser guardada fora do carro para usar os lugares a mais.
Ampla capacidade de bagagem em todos, salvo quando o Q7 leva sete pessoas; tampa traseira do Vogue vem em duas peças e não tem acionamento elétrico
A explicação para o XC90 levar apenas cinco pessoas é curiosa: havia restrição a até seis lugares na concessão de benefícios fiscais a modelos híbridos no Brasil. Como a limitação caiu, nada impede que a marca venha a trazê-lo com sete lugares adiante. Por ora os interessados nesse recurso terão de optar pelas versões não híbridas.
Os compartimentos de bagagens são muito espaçosos, com destaque ao Range Rover (909 litros), seguido pelo Audi (770 com cinco lugares, 295 com sete) e o Volvo (721). O banco traseiro é bipartido 60:40 no Vogue e tripartido em seções iguais nos outros modelos. Volvo e Audi trazem abertura e fechamento elétricos da tampa. A do Range Rover é manual e dividida, com a seção inferior aberta para baixo, tradicional no modelo. Como as lanternas do Q7 estão fixadas à tampa, repetidores no para-choque suprem seu papel quando ela é erguida.
Único a ter estepe, o Vogue traz um respeitável com pneu de 22 pol e roda de alumínio igual às outras sob o assoalho. Recomenda-se bom preparo físico para usá-lo… Nos outros carros há compressor para encher pneu e selante de furos: boa solução para pregos, mas ineficaz no caso de danos extensos, que então acarretam reboque do carro.
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