10 Chances ao Cronos Drive, versão 1,3 do novo sedã Fiat

Concorrente de Prisma e HB20S mostra conforto, bom motor e economia; preço poderia ser melhor perante Virtus

Texto e fotos: Fabrício Samahá

 

Antiga líder de mercado entre os sedãs pequenos, a Fiat busca reconquistar espaço com o Cronos, derivado do Argo. O novo concorrente de Chevrolet Prisma e Hyundai HB20S chega com bons avanços sobre o Grand Siena, que incluem o motor Firefly de 1,3 litro (com potência de 101 cv com gasolina e 109 com álcool) das versões de menor preço. O Best Cars colocou um desses Cronos, o Drive de caixa manual (preço de R$ 63.220 com opcionais), na avaliação 10 Chances: descubra as chances para esse Fiat merecer sua garagem.

1. Estilo
O Argo mostrou um bom trabalho de desenho, que teve continuidade no Cronos. A traseira saliente combina bem com o conjunto, e certa inspiração nos carros da Alfa Romeo pode ser notada nas lanternas. As mudanças na frente para o sedã é que causam polêmica. 1 ponto

 

 

2. Acabamento e conveniência
Para a faixa de preço da versão Drive, o interior é agradável tanto em aspecto quanto nos materiais plásticos, embora use tecido bem simples nos bancos. O sistema de áudio com tela de 7 pol e integração a celular, por Android Auto e Apple Car Play, é um destaque. Outras conveniências: alerta para excesso de velocidade, aviso de qual porta está mal fechada, câmera traseira de manobras, controle elétrico de vidros com função um-toque e abertura/fechamento a distância, duas tomadas USB e para-brisa com faixa degradê. O espaço para objetos pode melhorar, assim como os comandos de ar-condicionado: as posições de recirculação e de velocidade se confundem. E faz falta o assistente de saída em rampa, só disponível com caixa automatizada. 1 ponto

 

O motor 1,3 oferece boa potência e respostas adequadas em médias rotações, mas poderia ser mais silencioso; o novo Fiat revelou-se muito econômico

 

3. Posto do motorista
Como no Argo, o Cronos 1,3 vem com bancos inferiores aos da versão Precision, algo curtos nas coxas e com encosto mais mole do que deveria: acabam cansando as costas em viagens. O volante tem ajuste em altura, mas não em distância. Já o quadro de instrumentos é muito bom, com repetidor digital do velocímetro, computador de bordo completo e mostradores como voltímetro e termômetro de óleo. A visibilidade dianteira sofre prejuízo pelas largas colunas, mas os retrovisores são ótimos. Ele tem faróis de duplo refletor, mais os de neblina e repetidores laterais das luzes de direção. 0,5 ponto

 

Traseira do Cronos mostra bom trabalho de estilo; frente também o diferencia do Argo; versão Drive começa em R$ 56 mil e passa de R$ 62 mil com opcionais

 

4. Espaço
A Fiat optou por manter a distância entre eixos do Argo no Cronos, diferente do que a Volkswagen fez do Polo para o Virtus. Isso o deixou menos espaçoso que o concorrente. No banco traseiro há boa acomodação para pernas, adequada em altura e limitada em largura para três pessoas. 0,5 ponto

 

 

5. Porta-malas
O espaço para bagagem é um ponto alto do Cronos: 525 litros, similar ao do Virtus e maior que os de Prisma, HB20S e Voyage. Ele tem banco traseiro bipartido, abertura pelo comando remoto e uma tampa que sobe por inteiro e para suavemente ao ser destravada. O estepe usa pneu como os outros, diferente do Argo. 1 ponto

6. Desempenho
O motor de 1,3 litro, de geração moderna, usa bloco de alumínio e variação de tempo de válvulas. Oferece boa potência e respostas adequadas em médias rotações. Só abaixo de 2.000 rpm fica um tanto apagado. Poderia vibrar menos ao redor de 4.000 giros e, acima de tudo, ser mais silencioso em rodovia. Na pista o Cronos foi de 0 a 100 km/h em pouco mais de 12 segundos, boa marca para a categoria. A caixa manual tem engates macios, mas não muito precisos. 0,5 ponto

 

Bom acabamento interno e espaço apropriado à categoria; porta-malas de 525 litros é destaque; instrumentos completos; câmera traseira e áudio com integração a celular

 

7. Consumo
O novo Fiat revelou-se muito econômico: cerca de 15 km/l de gasolina no trajeto urbano leve e no rodoviário. São ótimas marcas para um sedã com o espaço e o desempenho que ele oferece. 1 ponto

8. Comportamento dinâmico
Não é de hoje que a Fiat prioriza o conforto no acerto da suspensão. O Cronos roda macio, sobretudo com os pneus de perfil mais alto desta versão, e absorve bem as irregularidades. O preço a pagar é uma estabilidade apenas mediana. Os freios satisfazem e a direção com assistência elétrica está bem calibrada. Não há opção de controle eletrônico de estabilidade com caixa manual. 0,5 ponto

9. Segurança passiva
As bolsas infláveis são só as frontais, exigidas por lei. A Fiat ao menos aplicou encostos de cabeça e cintos de três pontos para cinco pessoas, assim como fixação Isofix para cadeira infantil. 0,5 ponto

 

Motor de até 109 cv traz bom desempenho e consumo muito baixo ao Cronos, mas ruído incomoda; suspensão favorece conforto com estabilidade mediana

 

10. Custo-benefício
A versão Drive manual começa em R$ 56 mil e passa a R$ 63.220 como avaliada, com todos os opcionais, a maioria relacionada a estética e conveniência. O Prisma LTZ, pouco mais caro (R$ 63.550), tem conteúdo semelhante e motor de 1,4 litro com 98/106 cv. O HB20S Comfort Plus custa menos (R$ 59.230) e é mais potente, 122/128 cv no motor 1,6, mas não tem rodas de alumínio ou a câmera traseira.

O que realmente pesa contra é o Virtus MSI, também de preço próximo ao do Cronos testado (R$ 62.940 com opcionais): tem motor de 1,6 litro e 110/117 cv, mais espaço e a segurança do controle de estabilidade, embora lhe faltem alguns itens como a câmera traseira. Assim, embora competitivo com o mais vendido dos concorrentes, o Cronos poderia ter melhor relação custo-benefício comparado a outros rivais. 0,5 ponto

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