No centro dos instrumentos, informações variadas e até horas de uso do motor; na tela de 5 pol do painel, navegador e imagens da câmera traseira
Ficou de fora da Toro o seletor de programas de condução do Renegade, mas está mantido o controlador de velocidade em declive: basta acelerar até o ponto desejado e o carro o mantém, usando os freios, sem que o motorista precise tocar nos pedais. Como no Jeep, a caixa automática admite mudanças manuais pela alavanca (com reduções para frente, padrão Fiat) ou pelos comandos junto ao volante. Mesmo em modo manual, reduções são feitas com o acelerador todo aberto.
Seu desempenho não chega a brilhar, mas ao superar o ligeiro retardo de ação do turbo se obtém torque o bastante para qualquer condição
Embora a plataforma do novo Fiat seja baseada na que serve ao Renegade, a suspensão traseira é outra, do tipo multibraço, mais moderna e sofisticada que a McPherson desse modelo. A opção faz sentido, pois o sistema permite ao fabricante melhor definição da posição das rodas em cada condição de uso, mesmo com toda a variação de carga de um veículo apto a transportar 1.000 kg (apenas nas versões a diesel; são 650 kg para a flexível). O arranjo McPherson, que leva a maior variação de câmber durante o curso da suspensão, não seria apropriado para uma picape.
Afinal, como se sai a Toro nas variadas condições de uso?
Caçamba para 820 litros tem tampas que se abrem para os lados; motor turbodiesel com 170 cv e 35,7 m.kgf traz desempenho adequado, sem brilho
As primeiras boas impressões são com o motor pouco ruidoso: só até 40 km/h se percebe o ruído característico do Diesel, que desaparece em velocidades de rodovia. Macio em funcionamento na maior parte do tempo, ele vibra um pouco mais em marcha-lenta. Seu desempenho não chega a brilhar, pois são quase duas toneladas sem carga, mas ao superar o ligeiro retardo de ação do turbo (mais notado ao acelerar do zero, como no trânsito) se obtém torque o bastante para qualquer condição e para sustentar um ritmo de viagem típico de bons automóveis sem esforço ou desconforto. Pena que o acelerador imponha incômoda posição do pé ao ser premido mais a fundo.
As medições do Best Cars apontaram marcas adequadas de aceleração, como 12,9 segundos de 0 a 100 km/h, e retomada para o tipo de veículo. Embora não tanto quanto o Renegade que lhe empresta o motor, a Toro é econômica e obtém grande autonomia, sobretudo no uso rodoviário (veja no quadro abaixo os resultados e análise detalhada).
A transmissão opera com grande suavidade e mantém o motor em uma faixa favorável. A relutância em deixar a rotação cair abaixo de 2.000 rpm, que estranhamos no Renegade, não se repetiu aqui: nessa faixa o Diesel produz um som compassado que pode desagradar, razão para a Jeep tê-la evitado em sua calibração da caixa. A nona marcha não entra com facilidade: precisa-se combinar velocidade acima de 100 km/h a pouco uso do acelerador. Foi possível também avaliar a tração nos modos Auto e 4WD em piso com lama: o carro segue mais decidido no segundo, em que o sistema não precisa aguardar patinação para redistribuir o torque entre os eixos.
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Desempenho e consumo
Embora tenha ficado longe do tempo anunciado para acelerar de 0 a 100 km/h (fez em 12,9 segundos contra 10 divulgados pela fábrica), a Toro mostrou desempenho adequado nas medições exclusivas do Best Cars. Conseguimos melhor tempo ao arrancar usando o estol da caixa automática (acelerando com o pé no freio: a caixa permite 2.600 rpm nesse caso) que ao liberar o pedal esquerdo e então calcar o pé no acelerador, ocasião em que o retardo de ação do turbo a prejudica.
Vale a pena também a seleção manual da primeira marcha em vez de manter a caixa em automático, o que a faz sair em segunda. As arrancadas são sempre “limpas”, sem patinação. Como curiosidade, a picape precisa levar a quarta marcha quase ao limite de rotação (4.500 rpm) para chegar a 100 km/h.
A comparação ao teste do Jeep Renegade Diesel revela o que o peso adicional e a pior aerodinâmica de uma picape (apesar de não quantificada, pois a Fiat não informou seu Cx) fazem pelo desempenho: a Toro foi de 0 a 120 km/h em 18,7 segundos, ante 16,3 s do Renegade, e retomou de 60 a 120 em 13,1 s contra 12,5 s. A desvantagem foi ainda maior em consumo, como 13,4 km/l no trajeto rodoviário, bem menos que os ótimos 15,5 km/l alcançados pelo Jeep. Ainda assim, as marcas da picape indicam um veículo econômico para a categoria e com ótima autonomia.
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 12,9 s |
0 a 120 km/h | 18,7 s |
0 a 400 m | 19,1 s |
Retomada | |
60 a 100 km/h* | 9,3 s |
60 a 120 km/h* | 13,1 s |
80 a 120 km/h* | 9,6 s |
Consumo | |
Trajeto leve em cidade | 13,2 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 6,9 km/l |
Trajeto em rodovia | 13,4 km/l |
Autonomia | |
Trajeto leve em cidade | 713 km |
Trajeto exigente em cidade | 373 km |
Trajeto em rodovia | 724 km |
Testes efetuados com diesel; *com reduções automáticas; conheça nossos métodos de medição |
Dados do fabricante
Velocidade máxima | 188 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 10,0 s |
Consumo em cidade | 9,0 km/l |
Consumo em rodovia | 11,2 km/l |
Consumo conforme padrões do Inmetro |