Geely EC7, mais um chinês apoiado no custo-benefício

Geely EC7

 

Geely EC7
Geely EC7
 
Suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas compõem uma mecânica
interessante no papel, mas que requer mais refinamento e acertos de calibração

 

A Geely informa capacidade de bagagem de 670 litros, o que o colocaria entre os maiores da história mundial de sedãs e soa como exagero. Mas o espaço é certamente amplo, apesar do estepe na mesma medida de pneu (até com roda de alumínio) colocado sob o piso e da tampa com braços convencionais, que roubam alguns litros.

 

O motor revela resposta apenas razoável para acelerar: é preciso recorrer a altas rotações até em pequenas inclinações

 

Ao volante, desempenho discreto

Fabricado pela própria Geely, o motor 1,8 conta com variação do tempo de abertura das válvulas, mas não se destaca pelo torque. A potência de 130 cv impressiona mais que os 17,2 m.kgf a 4.400 rpm, valor modesto para a cilindrada (o E-Torq de 1,75 litro da Fiat, de igual potência com gasolina, fornece 18,4 m.kgf mesmo sem o mecanismo de variação).

Nosso contato com o sedã foi na região de Itu, SP. Motor acionado, silencioso em marcha-lenta, engatamos a primeira com uma embreagem muito macia. Ao sair, o motor revela resposta apenas razoável para acelerar. Com peso considerável (mas mediano para seu porte) de 1.280 kg, é preciso recorrer a altas rotações até em pequenas inclinações. Na estrada o motor é silencioso e o Geely roda a 120 km/h em tranquilas 3.000 rpm em quinta marcha, mas vibra muito ao deixar cair a rotação, como de 4.000 para 3.000 rpm.

 

Geely EC7
Geely EC7
 
O torque do motor não satisfaz para os 1.280 kg do Geely; com assistência ao gosto
chinês, a direção muito leve deixa a sensação de insegurança em alta velocidade

 

Com suspensão independente McPherson também atrás (os chineses parecem resistir à fórmula mundial do eixo de torção em carros que não usam sistema multibraço), o EC7 deixou a impressão de boa estabilidade no breve contato. No entanto, merece revisão a assistência de direção: a 120 km/h o volante fica leve e sugere cautela nas mudanças de trajetória.

 

 

É sabido que os chineses andam devagar e apreciam direção e suspensão moles, ou seja, faltou à Geely acertar essa calibração para o gosto brasileiro. De resto, com para-brisa bem inclinado que deixa o sol intenso “fritar” as pernas dos ocupantes da frente, a fábrica poderia melhorar o ar-condicionado, que não se mostrou suficiente para ao menos abrandar os 41°C indicados no dia da avaliação.

O EC7 tem à frente uma variedade de concorrentes. A exemplo do compatriota JAC J5, oferece espaço e comodidades de modelo médio ao preço de sedãs compactos como Chevrolet Cobalt LTZ 1,8, Fiat Grand Siena Essence 1,6, o novo Ford Fiesta SE 1,6 e VW Voyage Highline 1,6. Um carro de porte e potência equivalentes ao do chinês, entre os fabricantes mais consagrados, em geral começa em R$ 60 mil. Se essa aparente relação custo-benefício será o bastante para o êxito da marca estreante, só o tempo dirá.

 

Ficha técnica

Motor
Posição transversal
Cilindros 4 em linha
Comando de válvulas duplo no cabeçote
Válvulas por cilindro 4, variação de tempo
Diâmetro e curso 79 x 91,4 mm
Cilindrada 1.792 cm³
Taxa de compressão 10:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima 130 cv a 6.100 rpm
Torque máximo 17,2 m.kgf a 4.400 rpm
Transmissão
Tipo de câmbio e marchas manual, 5
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco ventilado
Traseiros a disco
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência hidráulica
Suspensão
Dianteira independente, McPherson, mola helicoidal
Traseira independente, McPherson, mola helicoidal
Rodas
Dimensões 6,5 x 16 pol
Pneus 215/55 R 16
Dimensões
Comprimento 4,635 m
Largura 1,789 m
Altura 1,47 m
Entre-eixos 2,65 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 50 l
Compartimento de bagagem 670 l
Peso em ordem de marcha 1.280 kg
Desempenho e consumo
Velocidade máxima 185 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 12,0 s
Dados do fabricante; consumo não disponível

 

 

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