Bom de dirigir, novo utilitário nacional oferece motor 2,0-litros flexível e muito em conveniência e segurança
Texto: Fabrício Samahá e Geraldo Tite Simões – Fotos: divulgação
Chega ao mercado o terceiro produto da fábrica da FCA (Fiat Chrysler Automobiles) em Goiana, PE, depois do Jeep Renegade e da Fiat Toro: o Compass, um utilitário esporte de tamanho médio, que vem competir com modelos como Honda CR-V, Hyundai IX35, Kia Sportage, Mitsubishi ASX e Toyota RAV4. A novidade estreia com quatro versões de acabamento, duas de motores e duas de tração, em total de cinco opções (veja abaixo o quadro de preços e equipamentos e, na próxima página, como ele está diante dos concorrentes). E o Best Cars esteve em Recife para avaliá-la.
Sucessor do modelo norte-americano homônimo, que nunca teve vendas expressivas no Brasil, o Compass — nome que significa bússola em inglês — será vendido em mais de 100 mercados e produzido também em outros países. Do Renegade ele aproveita a plataforma básica, o motor a diesel e alguns componentes mecânicos e internos, mas suas maiores dimensões e a oferta de motor flexível de 2,0 litros (no “irmão menor” é usado um de 1,75 litro) devem separá-los o bastante no mercado para evitar competição interna.
A distinção começa na aparência: enquanto o Renegade teve certa inspiração no Wrangler e nos Jeeps do passado, caso dos faróis circulares e das lanternas traseiras quadradas, o Compass deixa claro que fotos do Grand Cherokee estavam na parede do estúdio de Estilo durante sua concepção — basta notar a semelhança de linhas de faróis, grade dianteira, tampa e lanternas traseiras, além dos habituais recortes das caixas de rodas. Chama atenção a largura das colunas finais, que acrescenta solidez visual e contribui para a rigidez da carroceria em prejuízo da visibilidade. Os faróis usam refletor elipsoidal e há luzes diurnas com leds em todas as versões. As superiores Limited e Trailhawk vêm com lâmpadas de xenônio.
Com dimensões entre Renegade e Cherokee, o Compass inspira-se em outro Jeep, o Grand Cherokee, em itens como grade, faróis e lanternas
O resultado é bastante positivo, com um desenho equilibrado e que parece duradouro, ao não apostar em recursos visuais exagerados. Em termos de dimensões, seu comprimento de 4,416 metros está entre Renegade (4,232 m) e Cherokee (4,624 m), assim como largura (1,819 m contra 1,798 e 1,859 m) e distância entre eixos (2,636 m ante 2,57 e 2,70 m, na ordem). A altura de 1,645 m está abaixo de Renegade (1,705 m) e Cherokee (1,67 m), todos na versão Longitude.
Entre as opções estão controlador da distância à frente, assistente de faixa de rolamento e comutação automática entre faróis alto e baixo
As rodas variam entre 17 e 18 polegadas, estas de série para Longitude e Limited. Como nos citados “irmãos” menor e maior, a versão Trailhawk tem alterações voltadas ao uso fora de estrada: suspensão elevada em 20 mm, proteções inferiores, dois ganchos de reboque vermelhos na frente e um atrás, seção central do capô em preto fosco — para evitar que o sol intenso ofusque o motorista com o veículo sob forte inclinação, explica a Jeep — e rodas de 17 pol com pneus de uso misto.
A exemplo do Renegade foram aplicados “ovos de Páscoa”, como a fábrica chama detalhes que só se acham com atenção, como os ovos que as crianças buscam no quintal na data comemorativa. Entre eles estão a silhueta do monstro do Lago Ness na borda do vidro traseiro, rastros de pneus de Jeep Willys e uma salamandra em relevo junto ao limpador de para-brisa. Uma forma curiosa de mostrar que é um veículo divertido em todos os sentidos.
Interior bem-acabado e espaçoso oferece muitas conveniências; monstro do Ness e salamandra junto aos vidros estão entre os “ovos de Páscoa”
No interior o Compass guarda um ar de família com o Renegade e outros produtos das marcas norte-americanas da FCA, como painel, volante e comandos em geral. No entanto, logo se percebe que é mais luxuoso do que o pequeno Jeep, com materiais de boa qualidade e montagem caprichada. Os instrumentos fáceis de ler e de visual agradável incluem, nas duas versões superiores, mostrador digital colorido no centro do quadro. O motorista encontra posição confortável com facilidade, mas falta regulagem elétrica do banco: apenas o Limited, não disponível com motor a diesel, a oferece. Ponto crítico está nas largas colunas dianteiras, que criam grandes pontos sem visibilidade.
O freio de estacionamento com comando elétrico é conveniente e tem acionamento e liberação automáticos, conforme a posição da alavanca de transmissão. Outro detalhe que revela cuidado é o amortecimento na tampa do porta-luvas, que a faz descer de maneira suave. A Jeep não economizou em conveniências: mesmo a versão de entrada Sport vem com câmera traseira de manobras, navegador, controlador e limitador de velocidade, sensores de estacionamento na traseira e monitor de pressão dos pneus. Contudo, seria válido que as cinco bolsas infláveis adicionais — laterais dianteiras, de joelhos e de cortina — viessem de série ao menos no Longitude, se não no Sport.
Próxima parte
Versões, preços e equipamentos
• Compass Sport Flex (R$ 100 mil) – Ar-condicionado manual, auxílio para saída em rampa, banco traseiro bipartido, câmera traseira de manobras, cintos de três pontos para todos os ocupantes, computador de bordo, controlador e limitador de velocidade, controle eletrônico de estabilidade, tração e anticapotamento, faróis de neblina, fixação Isofix para cadeira infantil, freio de estacionamento elétrico, freios a disco nas quatro rodas, monitor de pressão dos pneus, rodas de alumínio de 17 polegadas, sensores de estacionamento traseiros, sistema de áudio com tela de 5 pol e navegador, volante ajustável em altura e distância.
Opcional: pacote Safety (bolsas infláveis laterais dianteiras, de cortina e para os joelhos do motorista).
• Compass Longitude Flex (R$ 107 mil) e Diesel (R$ 133 mil) – Como o Sport, mais ar-condicionado automático de duas zonas, chave presencial para acesso e partida, comandos de mudanças de marcha no volante, rodas de alumínio de 18 pol, sistema de áudio com tela de 8,4 pol, volante com comandos. Com motor Diesel, tração integral e seletor de modos de condução.
Opcionais: pacote Safety (bolsas infláveis laterais dianteiras, de cortina e para os joelhos do motorista), pacote Premium (bancos de couro, sistema de áudio Beats, limpador de para-brisa e faróis automáticos, retrovisor interno fotocrômico) e teto solar.
• Compass Limited Flex (R$ 125 mil) – Como o Longitude Flex, mais pacotes Safety e Premium, faróis de xenônio, monitor de veículo em ponto cego, painel de instrumentos com tela colorida de 7 pol.
Opcionais: bancos de couro bege, pacote Advanced Assist (controlador de distância, monitor de mudança de faixa, aviso/prevenção de colisão frontal e assistente de farol alto), pacote Top III (ajuste elétrico dos bancos dianteiros, assistente de estacionamento, partida remota, sistema de áudio Beats, tomada de 127 V), teto solar panorâmico.
• Compass Trailhawk Diesel (R$ 150 mil) – Como o Limited, mais ganchos de reboque, protetores de cárter, da transmissão e do tanque de combustível, seletor de modos com cinco programas, suspensão elevada, tração integral (as rodas são de 17 pol).
Opcionais: pacotes Advanced Assist e Pack Top III (vide Limited), teto solar panorâmico.
• Haverá ainda a série de lançamento Opening Edition com motor flexível, a preço ainda não anunciado.