Mais que pelo aumento de 10 cv para 190, o 2,4-litros deixa bem para trás o antigo 3,2 em torque máximo: passou de 38 para 43,9 m.kgf
Novo motor traz bem mais torque
O motor de 2,4 litros é todo novo, com bloco de alumínio (o primeiro em picape a diesel no Brasil, afirma o fabricante), duplo comando e quatro válvulas por cilindro. Apesar da menor cilindrada, comparado ao anterior de 3,2 litros fornece potência superior em 6% (190 ante 180 cv) e torque 16% mais alto (43,9 contra 38 m.kgf). Com a previsível redução de consumo, talvez não faça tanta diferença a redução de capacidade do tanque de combustível de 90 para 75 litros.
Em potência ela está bem situada na classe: supera a Ranger mais simples (160 cv), Hilux (177 cv) e Amarok (180 cv), empata com Frontier (190 cv) e perde para S10 e a Ranger de 3,2 litros (200 cv). Em torque a liderança é da S10 com 51 m.kgf, ante 48 m.kgf da mesma Ranger, 45,8 da Frontier, 43,9 da Triton, 42,8 de Hilux e Amarok e 39,3 da Ranger de 2,2 litros. A Mitsubishi, como se vê, deixou bem para trás a última posição que ocupava em um aspecto importante. Embora o fabricante não informe dados de desempenho, como referência a versão de 178 cv à venda na Europa tem anunciadas aceleração de 0 a 100 km/h em 11,8 segundos e velocidade máxima de 177 km/h.
A transmissão manual passou a ter seis marchas, mas a automática permanece com cinco. A tração oferece modos de uso 4×2 (traseira), 4×4 em tempo integral, 4×4 parcial e 4×4 com reduzida, sendo possível aplicar a tração suplementar a até 100 km/h. O segundo modo citado é raro na classe, sendo oferecido apenas pela Amarok com caixa automática (que não tem reduzida, porém). Nas demais, fazer curvas fechadas em piso aderente com 4×4 aplicado representa atritos elevados e risco de danos ao sistema.
Um percurso fora de estrada severo pôs à prova a capacidade da nova Mitsubishi: aprovada
As suspensões conservam os padrões da categoria, com eixo traseiro rígido e molas semielípticas, mas houve evoluções em isolamento de impactos, ruídos e vibrações, assim como foi aplicado controle eletrônico de estabilidade e tração, que a marca estava devendo havia tempos. Ele inclui controle de reboque, que atua ao detectar que o veículo rebocado está serpenteando. Para os praticantes de fora de estrada, seguem os valores de ângulo de entrada (30°), rampa (26°) e saída (22°), inclinação lateral máxima (45°), vão livre do solo (220 mm) e travessia máxima com água (600 mm).
Outro dos bons resultados é a rodagem macia e silenciosa: a L200 Triton Sport não “pula” em irregularidades e mantém o equilíbrio no asfalto
Ao volante
No lançamento à imprensa no Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu, SP, tivemos acesso apenas à versão HPE Top. Aproveitando o fato de contar com circuito próprio e pista de teste fora de estrada ao lado, a Mitsubishi permitiu-nos tanto avaliar os limites nas curvas e frenagens no asfalto quanto participar de um roteiro bem difícil na terra.
A primeira boa impressão vem do isolamento acústico. É outro desafio evitar que o ruído de “castanhola” do motor a diesel invada a cabine, mas na nova L200 esse barulho é bem contido até 3.000 rpm, só se fazendo notar dessa rotação até o limite de 4.000 rpm. No percurso de asfalto pudemos perceber o bom desempenho, coerente com as principais adversárias, e a maciez de operação da caixa automática. Em modo manual sequencial as trocas são feitas pelos comandos atrás do volante e não há mudança automática para cima no limite. A 120 km/h o conta-giros indica 2.200 rpm.
Desempenho bem situado na classe; estabilidade e conforto mostram suspensão acertada
Outro dos bons resultados é a rodagem macia e silenciosa. Mesmo com a caçamba vazia a Triton não “pula” em irregularidades e mantém o equilíbrio no asfalto. Com diâmetro pequeno, o volante tem boa empunhadura e a direção mostra-se bem progressiva. Depois da avaliação rodoviária, foi a vez de enfrentar um percurso bem exigente no fora de estrada. Nesse terreno a Sport faz jus a todo investimento feito em ralis pela marca — uma pena que a maioria dos usuários não use a picape como aventureira para qualquer terreno, porque as possibilidades de diversão são muito grandes.
O destaque mais uma vez ficou por conta do bom trabalho de acerto das suspensões. Os sistemas eletrônicos que controlam freios, estabilidade e tração funcionam dentro do esperado, passando uma sensação de segurança. Não há controlador de velocidade em declives, mas o efeito da transmissão reduzida mantém a velocidade sob controle mesmo em descidas íngremes. Outro ponto que merece destaque é a facilidade de selecionar as opções de tração e reduzida pelo seletor no console.
Pelo que demonstrou na avaliação, a L200 Triton Sport é um veículo que cumpre o que se propõe. No começo a Mitsubishi espera comercializar 60% da versão Top, 30% da intermediária HPE e apenas 10% da GLS. Num segundo cenário, após deixar de ser novidade, a divisão passaria a ser de 30%, 50% e 20%, na ordem.
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Ficha técnica
Motor | |
Posição | longitudinal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4 |
Diâmetro e curso | 86 x 105,1 mm |
Cilindrada | 2.442 cm³ |
Taxa de compressão | 15,5:1 |
Alimentação | injeção direta, turbocompressor e resfriador de ar |
Potência máxima | 190 cv a 3.500 rpm |
Torque máximo | 43,9 m.kgf a 2.500 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa e marchas | automática, 5 |
Tração | integral temporária |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | hidráulica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, braços sobrepostos, mola helicoidal |
Traseira | eixo rígido, molas semielípticas |
Rodas | |
Dimensões | 7 x 16 pol |
Pneus | 265/70 R 16 |
Dimensões | |
Comprimento | 5,28 m |
Largura | 1,815 m |
Altura | 1,795 m |
Entre-eixos | 3,00 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 75 l |
Caçamba | 1.046 l |
Carga útil | 1.000 kg (Top) a 1.075 kg (GLS) |
Peso em ordem de marcha | 1.875 kg (GLS) a 1.950 kg (Top) |
Desempenho e consumo | |
Velocidade máxima | ND |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND |
Consumo em cidade | 9,9 km/l |
Consumo em rodovia | 11,8 km/l |
Dados do fabricante para versão HPE Top; consumo conforme padrões do Inmetro |