Motores Firefly 1,0 e 1,3 trazem salto qualitativo ao Uno

Com até 109 cv, o Uno Sporting ganhou o desempenho que sua aparência sugeria; decoração inclui itens em vermelho e saídas de escapamento centrais

 

Na aparência, a Fiat alterou apenas o necessário para que as evoluções não passem despercebidas nas ruas: grade, para-choque dianteiro, rodas e as faixas decorativas do Sporting foram revistas. O interior ganhou nova grafia no quadro de instrumentos e opções de sistema de áudio com tela de 6,2 pol e câmera traseira de manobras. Na composição de versões, o fim da Evolution significa que o motor superior se torna disponível apenas com o visual “aventureiro” do Way ou o esportivo do Sporting: a nosso ver, deveria haver uma opção simples e discreta com o 1,3-litro.

 

Com pouco mais de uma tonelada, o torque bem distribuído logo se manifesta e o Uno sai “esperto”, vencendo rápido a inércia: não parece ter apenas 1,0 litro

 

Ao volante

No lançamento à imprensa em Belo Horizonte, MG, o Best Cars pôde dirigir o Uno com ambos os motores em trajetos urbanos, onde a Fiat quis destacar o bom torque em baixas rotações. Com a versão Attractive rodamos cerca de 20 quilômetros na região da Lagoa da Pampulha. Já ao acionar o motor, a impressão é diferente dos outros três-cilindros do mercado pelo ruído pouco mais agudo. Nota-se também certa vibração típica dessa arquitetura: na tentativa de atenuar esse efeito os fabricantes costumam aumentar o coxim superior e com a Fiat não foi diferente.

O que surpreende é a agilidade: com pouco mais de uma tonelada, o torque bem distribuído do Firefly logo se manifesta e o Uno sai “esperto”, vencendo rápido a inércia. Não parece ter apenas 1,0 litro. No trajeto não foi possível andar a mais de 60 km/h, mas para 120 km/h em quinta marcha o cálculo de transmissão indica aceitáveis 3.700 rpm. A caixa é relativamente suave e precisa nas mudanças e os freios redimensionados cumprem bem sua função. A Fiat também recalibrou molas e amortecedores com bom resultado — destaque para a suspensão macia ao transpor valetas e lombadas. A direção está mais agradável com a assistência elétrica, embora o modo City até pareça desnecessário: sem ele, com o volante mais firme, a sensação de controle é melhor.

 

Construção modular barateia produção; no painel do Sporting, botões do modo City da direção e para desligar a parada/partida automática do motor e o controle de estabilidade

 

Passamos depois à versão Sporting 1,3 com caixa Dualogic, comandada (como antes) por botões no console central e alavancas de mudanças junto ao volante. Esse motor cativa pelas respostas rápidas de aceleração e enfrenta os aclives da capital mineira sem perder o fôlego. Como no três-cilindros, fica evidente o torque bem distribuído pela faixa de operação, que dispensa frequentes reduções de marcha para manter a agilidade. A rotação calculada a 120 km/h é moderada, 3.300 rpm (igual para as caixas manual e automatizada), e seu nível de vibrações ficou melhor que o do 1,4, que era um pouco áspero, mesmo depois das revisões do modelo 2015.

 

 

Em termos de suspensão o Sporting usa calibração mais firme, sem chegar a sacrificar o conforto, mas com esse motor a opção mais indicada para quem prioriza maciez é o Way. A direção mais leve em baixa velocidade é bem-vinda (era um pouco pesada) e os freios respondem bem; contudo, o novo patamar de potência justificaria o uso de discos ventilados à frente em vez de sólidos. Quanto à transmissão Dualogic, em bom estágio de calibração, permanece a recomendação: ao perceber que vai trocar de marcha, tire levemente o pé do acelerador e volte a acelerar em seguida, o que a torna mais suave. Fica para a avaliação completa o julgamento do comportamento em rodovia.

A evolução dos motores do Uno foi grande e atende bem às necessidades de um carro deste porte. Os preços subiram, mas houve avanço efetivo em termos de satisfação ao dirigir e do desempenho das versões superiores, sobretudo para o Sporting, que agora dispõe de potência coerente com seu visual. E, ao que apontam os resultados do 1,3, a economia de combustível dos novos “vagalumes” apagará as críticas merecidas pelos motores anteriores.

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Ficha técnica

Uno Attractive 1,0 Uno Way e Sporting 1,3
Motor
Posição transversal
Cilindros 3 em linha 4 em linha
Comando de válvulas no cabeçote
Válvulas por cilindro 2, variação de tempo
Diâmetro e curso 70 x 86,5 mm
Cilindrada 999 cm³ 1.332 cm³
Taxa de compressão 13,2:1
Alimentação injeção multiponto sequencial
Potência máxima (gas./álc.) 72 cv a 6.000 rpm/ 77 cv a 6.250 rpm 101 cv a 6.000 rpm/ 109 cv a 6.250 rpm
Torque máximo (gas./álc.) 10,4/10,9 m.kgf a 3.250 rpm 13,7/14,2 m.kgf a 3.500 rpm
Transmissão
Tipo de caixa e marchas manual, 5 manual ou automatizada, 5
Tração dianteira
Freios
Dianteiros a disco
Traseiros a tambor
Antitravamento (ABS) sim
Direção
Sistema pinhão e cremalheira
Assistência elétrica
Suspensão
Dianteira independente, McPherson, mola helicoidal
Traseira eixo de torção, mola helicoidal
Rodas
Dimensões 5,5 x 14 pol 5,5 x 14 pol (Way), 6 x 15 pol (Sporting)
Pneus 175/65 R 14 175/70 R 14 (Way), 185/60 R 15 (Sporting)
Dimensões
Comprimento 3,82 m
Largura 1,636 m 1,636 m (Way), 1,673 m (Sporting)
Altura 1,48 m 1,555 m (Way), 1,487 m (Sporting)
Entre-eixos 2,376 m
Capacidades e peso
Tanque de combustível 48 l
Compartimento de bagagem 290 l
Peso em ordem de marcha 1.010 kg 1.057 kg (Way), 1.055 kg (Sporting)
Desempenho e consumo (gas./álc.)
Velocidade máxima 154/157 km/h 177 km/h
Aceleração de 0 a 100 km/h 13,6/12,5 s 10,6/9,8 s
Consumo em cidade ND 13,2/9,3 km/l
Aceleração de 0 a 100 km/h ND 13,7/10,1 km/l
Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro com caixa Dualogic; ND = não disponível

 

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