Motor Firefly de 101 cv (gasolina) trouxe desempenho próximo ao do antigo E-Torq de 130 cv; precisão da transmissão é melhorável
Motor e desempenho
As duas versões superiores da Strada usam o mais moderno motor Firefly, que não chega a ser sofisticado — tem apenas duas válvulas por cilindro, por exemplo —, mas usa boas soluções como bloco de alumínio e acionamento do comando de válvulas por meio de corrente. Ele supera o antigo Fire em suavidade de operação, potência e torque, com 109 cv e 14,2 m.kgf com álcool.
Mesmo que com gasolina (nosso padrão de teste) os valores caiam para 101 cv e 13,7 m.kgf, seu desempenho melhora bastante: a Volcano acelerou de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos, contra 14,1 s da Endurance, e ficou apenas 0,2 s atrás da antiga Adventure com motor E-Torq de 1,75 litro (130 cv) e transmissão automatizada Dualogic. A redução de peso em relação àquela versão anterior, em expressivos 110 kg, explica em boa parte o resultado.
Como pontos negativos, as relações de marcha curtas resultam em alta rotação em viagem (quase 4.000 rpm a 120 km/h em quinta) e ruídos mecânicos como um todo são bem notados no interior. A Volcano também mostra um incômodo frequente nos Fiats: o pedal acelerador tem começo de curso um tanto abrupto, que abre em grande parte a borboleta. Isso torna desafiadora uma saída em baixa velocidade e faz um bom motorista parecer habilitado ontem. A transmissão de engates leves poderia melhorar em precisão.
Eixo traseiro rígido cobra seu preço em conforto de rodagem, mas a Volcano nos pareceu melhor na absorção de irregularidades
Consumo
Menos peso e motor mais eficiente deixaram a Volcano bem mais econômica em cidade que a Adventure anterior: fez 15 km/l de gasolina no trajeto urbano mais leve e 12,9 no rodoviário, ante 12 e 12,7 km/l do modelo antigo. Como se nota, em velocidades mais altas o motor de 1,35 litro anula em boa parte sua vantagem sobre o 1,75 de antes.
Seu desempenho melhora bastante com esse motor: de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos contra 14,1 s da Endurance e 12,4 s da antiga Adventure
Comportamento dinâmico
Quando o comprador da Strada Volcano não escolhe as rodas opcionais de 16 polegadas, os pneus são de uso misto, Pirelli Scorpion ATR no caso — não de asfalto como os da Endurance —, o que traz algumas consequências ao comportamento dinâmico. Apesar do bom controle pelos amortecedores, a sensação em curvas rápidas é de resposta menos precisa, com maior subesterço e mais tempo para o comando dado ao volante se refletir em mudanças de direção. Nada que comprometa a segurança: com a devida precaução, pode ser dirigida como qualquer carro, além de agora dispor de controle eletrônico de estabilidade.
Em termos de conforto essa versão nos pareceu um pouco melhor na absorção de pequenos impactos — talvez por variações de produção, já que as suspensões não mudam e os pneus mistos seriam, em tese, até mais firmes. Mas não se engane: a traseira dura deixa claro que se tem um eixo rígido com molas parabólicas e grande capacidade de carga. Aqui, nada de automóvel.
Pneus de uso misto deixam respostas de direção menos precisas; faróis de leds mantêm facho baixo quando se aciona o alto
A Strada oferece grande vão livre do solo, freios apropriados e um novo controle de tração ajustável, o TC+. Quando se aciona o botão no painel, o sistema busca manter as rodas dianteiras tracionando por igual, como em um bloqueio parcial do diferencial, mesmo que ambas patinem em um pouco em certos tipos de terreno — o que às vezes é necessário para manter o carro em movimento, como em lama e areia.
Na Volcano a direção adota nova assistência elétrica, preferível tanto pelo menor peso em manobras quanto pela ausência de manutenção (não usa fluido como a hidráulica). Em velocidade o volante ganha peso apropriado. O diâmetro de giro poderia ser menor para o comprimento da picape.
Segurança passiva
Nada muda aqui em relação à Endurance: bolsas infláveis laterais dianteiras (com proteção também à cabeça) são itens de série, assim como os recursos hoje exigidos por lei: fixação Isofix para cadeiras infantis, encostos de cabeça e cintos de três pontos para os cinco ocupantes.
Com muito mais que a versão Endurance por preço semelhante, a Volcano leva boa vantagem em custo-benefício sobre a Saveiro Cross
Custo-benefício
O preço de R$ 80 mil da Strada Volcano (sem as rodas opcionais de 16 pol) faz dela uma opção atraente não apenas diante da versão Endurance, mas também da concorrente mais direta, a Volkswagen Saveiro. Nessa faixa de valor a rival fica limitada à versão de entrada Robust com pacote de opcionais, que custa R$ 80.890 com conteúdo bem menor: não tem controle de estabilidade, bolsas infláveis laterais, cobertura marítima, rodas de alumínio ou qualquer sistema de áudio.
Para ter os principais desses itens é preciso optar pela Saveiro de topo, a Cross, cujo preço salta para R$ 92.690 — mesmo assim, sem as bolsas laterais e com apenas duas portas. Apesar do melhor desempenho da picape Volkswagen, que tem 110/120 cv no motor 1,6 de 16 válvulas, e de alguns itens que faltam à Fiat, como controlador de velocidade e freios traseiros a disco, parece difícil justificar tamanha diferença.
Uma alternativa é a Renault Duster Oroch, cuja versão Dynamique de 1,6 litro e 118/120 cv custa R$ 80.690. É uma picape maior e mais espaçosa, mas de projeto antigo e com menos equipamentos que a Strada — faltam bolsas laterais, controle de estabilidade e câmera traseira, entre outros. Tudo isso deixa a Strada Volcano com boa relação custo-benefício na categoria.
Nossas notas
Estilo
3
Acabamento e conveniência
4
Posto do motorista
3
Espaço interno
3
Caçamba
4
Motor e desempenho
4
Consumo
4
Comportamento dinâmico
3
Segurança passiva
4
Custo-benefício
4
Média
3,6
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Desempenho e consumo
Aceleração
0 a 100 km/h
12,6 s
0 a 120 km/h
19,0 s
0 a 400 m
18,7 s
Retomada
60 a 100 km/h (3ª.)
7,4 s
60 a 100 km/h (4ª.)
11,2 s
60 a 120 km/h (4ª.)
17,7 s
80 a 120 km/h (4ª.)
12,6 s
Consumo
Trajeto leve em cidade
15,0 km/l
Trajeto exigente em cidade
8,4 km/l
Trajeto em rodovia
12,9 km/l
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Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 2, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 70 x 86,5 mm |
Cilindrada | 1.332 cm³ |
Taxa de compressão | 13,2:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas./álc.) | 101/109 cv a 6.250 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 13,7/14,2 m.kgf a 3.500 rpm |
Transmissão | |
Tipo de caixa e marchas | manual, 5 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo rígido, mola semielíptica |
Rodas | |
Dimensões | 15 pol |
Pneus | 205/60 R 15 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,48 m |
Largura | 1,732 m |
Altura | 1,595 m |
Entre-eixos | 2,737 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 55 l |
Caçamba | 844 l |
Peso em ordem de marcha | 1.174 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |
Velocidade máxima | 165/168 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 12,4/11,2 s |
Consumo em cidade | 12,1/8,4 km/l |
Consumo em rodovia | 13,3/9,4 km/l |
Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro |