Motor de três cilindros relança o automóvel e o coloca na linha de frente da realidade tecnológica
Automóvel de entrada na marca, hábil no fugir à tentação do emprego de motor 1,0-litro, nova versão do Citroën C3, dita Puretech, desprezou o motor 1,45-litro de quatro cilindros, nacional, por importado 1,2 tricilíndrico. Conseguiu o melhor da sociedade de consumo, ser chique e econômico. É elegante em formas e conteúdo, muito agradável de uso, da boa acomodação de motorista, passageiros — se medianos — e cargas, boa fórmula na faixa de preços entre R$ 46.500 e R$ 52.700 (versão Tendance, marcada pelo para-brisa extenso, insólito, harmônico à proposta).
Motor relança o automóvel, faz esquecer o salto de preços entre a versão anterior e a atual, e o coloca na linha de frente da realidade tecnológica. Hoje, em nome das regras de emissões, consumo e parâmetros a cada dia mais rígidos, tendência de fabricantes de automóveis de menores dimensões e peso é aplicar motores de três cilindros. O da PSA, holding das marcas Peugeot, Citroën e DS, tem opção turbo no exterior, mostrando abrir o leque para aplicação em veículos maiores.
Ao usuário forma conjunto muito interessante com resultados expressivos em consumo como hatch de boa aerodinâmica, com Cx 0,31. Contribui a caixa de marchas com 4ª e 5ª longas. Pioneiro da direção com assistência elétrica. Como automóveis são produto de equação, no caso os resultados são positivos. Nos índices governamentais de consumo entre gasolina e álcool, está na comissão de frente. Novo engenho a gasolina faz 82 cv a 5.750 rpm e torque de 12,3 m.kgf a 2.750 rpm. A álcool, salta quase 10%, indo a 90 cv e torque de 13 m.kgf. Apesar de discordar, em alguns momentos segui mostrador no painel sugerindo mudar marchas ascendentes ou descendentes, produto da troca de informações entre velocidade, inclinação e torque do motor. Boa ajuda.
No uso é agradável na cidade, ágil para a cilindrada, bem disposto, sem exigir reduções para contornar rotatórias ou passar quebra-molas. Nas estradas de pista simples, nas longas subidas, mostra outra face: se você quiser andar rápido, bote um olho no conta-giros e outro na estrada e estique as marchas. Em comportamento, direção precisa, estável, freios apenas razoáveis pela economia no empregar discos sólidos frontais e a tambor na traseira. Números: aceleração de 0 a 100 km/h em torno de 14 segundos; velocidade final bordeja 180 km/h; autonomia surpreendente, capaz de fazer Rio-São Paulo-Rio com único tanque de gasolina.
Não medi consumo com álcool. Evito utilizá-lo, apesar de os números fornecidos indicarem quase 10% em adicionais e importantes cavalos-vapor. Área agricultável nobre, empregada para produzir álcool, melhor faria em alimentos, com volume forçando preços menores de comida a quem não tem carro.
Novidade: duas novas fábricas de automóveis
Produto curioso, em declínio, prevê eventuais novas marcas apenas com mudança básica de tecnologia mesclando eletrônica e comunicações, como nos previsíveis carros autônomos. Caminho se afunila, marcas se mesclam com outras em nome da sobrevivência: Fiat + Chrysler; Donfeng + PSA; Nissan-Renault + Mitsubishi. Entretanto, no continente sul-americano há notícias do surgimento de novas indústrias, na Argentina e no Brasil.
No Brasil pode ser a definição operacional da chinesa Zotye Motors. Como aqui relatado, adquiriu a TAC, fabricante do jipe Stark, sem levar o negócio à frente. Também prometeu implantar outra operação em Goianésia, GO, na produção de veículos elétricos. Carlos Eduardo Barbosa, diretor para relacionamento com o governo federal, contou à Coluna nova formatação dos planos, concordes com entendimentos com o governo cearense e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Disse, empresa reanimará a TAC, produzindo o jipe Stark para venda ao mercado brasileiro, América Latina e África. Da marca a operação poderá ter dois endereços: em Sobral, reativando reduzida área industrial, e nos arredores do Porto de Pecém, em operação para captar incentivos e vantagens de ZPE – Zona de Processamento de Exportações. Desta, todas as unidades serão enviadas a mercados externos, inicialmente, o africano. Do Stark, esclarece o diretor, haverá lançamento da linha 2017 incluindo versão com motor flexível e dinamização de operações a partir do segundo semestre.
Marca estima aplicação de R$ 130 milhões na operação no Ceará, com característica básica de fazer montagem com partes chinesas e exportar os veículos para América Latina e África. Atividade principal, esclarece, será em solo goiano, montando modelos Z100 Logic e do elétrico E200 (foto), com partes importadas e algumas nacionais.
Argentina
No vizinho país, retorno histórico. Um de seus primeiros fabricantes, a Siam/Di Tella, empresa de eletrodomésticos, entre 1959 e 1967 lá produziu automóveis ingleses Riley. Desistiu, ampliou o conglomerado industrial com as marcas Noblex, Atma, Siam, Philco, Sanyo, indústria pesqueira, eletrônica e telecomunicações colocadas sob o nome de Newsan.
Recentemente voltou à área da mobilidade com motocicletas elétricas e surpreendeu o mercado mudando sua razão social para incluir indústria automotriz, como contou o jornal El Cronista. A proposta aprovada pelos acionistas é expandir a liderança, atendendo às demandas da sociedade, em leque amplo: bicicletas, triciclos, motos, automóveis, tratores, caminhões e ônibus. Não indicou se produtos próprios, aquisição ou representação de produto ou marca já existente, ou entrar de cabeça no virgem mercado dos elétricos.
Roda a Roda
Avaliação – Bom sítio argentino Autoblog publicou fotos de protótipos do novo utilitário esporte Alfa Romeo, hoje o Projeto 952 e logo a ser chamado Stelvio, em testes nas regiões geladas de seu país. Crê-se apresentação no Salão de Los Angeles, novembro, 18-27. Sobre plataforma do Giulia, motor 2,9, biturbo, 510 cv, exige mão de obra dedicada para aproveitar tal cudelaria, não recomenda fazer veículo alto ou bruto.
Mercado – Para concorrer em diferentes segmentos, de Porsche Macan a Audi Q5, várias versões, desde motor 2,0 de 300 cv ao poderoso V6, tração simples e nas 4 rodas. Stelvio é instigadora e apertada rota alpina, ao norte da Itália. Na projeção o Stelvio por LP Design.
Enfim – Land Rover até final do ano trocará atuais motores Ford por seus novos, os Ingenium. Começa com diesel moderno, 4 cilindros, 2,0 litros, 240 cv e impactantes 50 m.kgf de torque. Família terá vertente com gasolina.
Renovação – Ministro do Desenvolvimento, Indústria, e Comércio Exterior, disse no Congresso da Fenabrave – agrupando revendedores, concessionários, distribuidores — que país terá plano de Renovação de Frota até o final do ano. Muitos agentes. Combinou com todos?
Enfim – Carlos Ghosn, CEO da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, informou a Mauricio Macri, presidente da Argentina, aumentar investimentos no país. Além da produção das novas picapes Renault-Nissan-Mercedes; da família Logan/Duster, deslocada de Curitiba, PR; US$ 100 milhões para novo produto: Dokker (foto), utilitário, substituto do provecto Kangoo.
Evolução – Latin NCAP, comparou o Novo Palio e o Peugeot 208, incluindo teste de impacto lateral. Os reforços laterais do Fiat permitiram menos intrusão no compartimento de passageiros.
Curiosidade – Pouco conhecida em sua história no Brasil, DAF, fábrica de caminhões, foi indicada Marca do Ano pela Fenabrave. Resultado é consequência de pesquisa entre todos os revendedores sobre relacionamento com fabricantes. Mesmo critério, Audi ganhou o prêmio na categoria Automóveis e BMW em motos.
Outro foco – Constatando 25 mil orelhões praticamente ociosos — médias 2 chamadas/dia — e 2,7 milhões de usuários sem celular nos ônibus em São Paulo, Festival Red Bull Basement criou nova utilidade. Por chamada graciosa centro de informações responde sobre linhas, horários e itinerários no perímetro do Orelhão. A iniciativa transforma a ociosidade em ferramenta útil ao cidadão.
Exibição – Unidade de Choque do Estado de São Paulo desfila nos cariocas Jogos Olímpicos e apresenta ao país o israelense Guarder, da Plasan, especializada em proteção blindada. Projetado para operações especiais de policiamento; 4×4; blindagem Stanag 3; leva motorista, comandante e 22 soldados, é capaz de ir e voltar em qualquer terreno. Utiliza potentes câmeras captando imagens ópticas e térmicas para orientar o comandante.
Pacote – Protege usuários com sistema de extinguir incêndios, ameaças químicas, biológicas e radioativas, resistindo a bombas sujas e ataques com armas químicas, portando sistemas não letais para dispersar manifestações violentas. Empresa já desenvolveu e entregou mais de 30.000 unidades.
Situação – Área de segurança e Forças Armadas trabalham com opção de resumir a parada do Dia da Independência, o 7 de setembro, em Brasília. Buscam poupar o Presidente — possivelmente já efetivado — de protestos de turbas com o discurso do golpe. Difícil administrar o remédio da democracia quando não se consegue aferir a semente da discórdia: democratas mal educados, ou os muitos órfãos das incontáveis tetas do governo petista?
Investimento – Mandão dos negócios da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, 85, em união estável com a paulista Fabiana Flosi, 39, produz café premium na estância hidromineral de Amparo, a 140 km de São Paulo. Investe em qualidade e processos para exportar o Celebrity Coffee.
Sobrevida – Investidores paranaenses deram um tempo, sobrestaram o projeto de passar trator sobre o particular Autódromo de Curitiba, em Pinhais, PR. Aparentemente a época não está boa para incorporação de imóveis em quantidade industrial, como seria o caso. No aguardo, corridas continuarão.
História – Volvo de automóveis comemora os 50 anos do início de produção de seu modelo 144, o primeiro da marca a superar vendas em mais de milhão de unidades, e de estilo europeizado. Decupado, o numeral 144 explica o automóvel. Primeiro algarismo indica série; seguinte número de cilindros do motor; último o de portas.
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