Não deixe o estilo conservador do novo Volkswagen Passat enganá-lo: apesar da sensação de ser um velho conhecido, o modelo 2015 (designado como B8, ou oitava série da categoria B, a de carros médios) é mesmo uma nova geração, desenvolvida a partir da moderna plataforma modular MQB que também serve ao Golf. Com exceção da distância entre eixos, que teve aumento expressivo de 79 mm (agora são 2,791 metros), as dimensões variaram pouco: menos 2 mm em comprimento, mais 12 mm em largura, menos 14 mm em altura que no antecessor. O peso foi reduzido em até 85 kg, de modo que a versão mais leve acusa 1.312 kg.
O destaque do estilo é o perfil suave do teto, que deixa o sedã mais parecido a um cupê e quase torna desnecessária a variação CC. O longo entre-eixos também melhora as proporções, por meio de balanços mais curtos, e o vinco à altura das maçanetas é marcante. Já a frente, a nosso ver, exagerou no aspecto conservador. Das três versões (Trendline, Comfortline, Highline), a última traz faróis de leds com controle eletrônico, que usa câmera para identificar se há veículos à frente ou no sentido oposto e, assim, adaptar o facho. As lanternas traseiras, também com leds, oferecem uma versão que alterna o formato das luzes de freio para chamar mais atenção de quem vem atrás.
O interior foi todo redesenhado e ganhou 33 mm em comprimento útil, enquanto o porta-malas cresceu 21 litros no sedã (para 586) e 47 litros na Variant (para 650). Destaques são o difusor de ar que ocupa quase toda a largura do painel, emitindo ventilação para o topo da cabine de forma mais homogênea, e o quadro que simula mostradores analógicos em uma tela digital de 12,3 pol com resolução de 1.440 por 540 pixels. As informações mostradas são configuráveis, como navegação em duas ou três dimensões, que pode ser priorizada e relegar os instrumentos a posições secundárias.
O novo Passat traz ainda projeção de informações como velocidade e navegação na linha de visão do motorista (em uma tela antes do para-brisa, como em alguns Peugeots), sistema de entretenimento para o banco traseiro, tela central de 5 a 8 pol (conforme a versão), sistema auxiliar para estacionamento (em vaga paralela ou perpendicular à via) e câmeras que mostram os arredores em 360 graus.
O controlador da distância à frente inclui detector de pedestre, frenagem automática em uso urbano e um recurso que segue por si mesmo a faixa de rolamento a até 60 km/h. Com conexão à internet, o navegador pode informar sobre vagas em um estacionamento e preços de combustíveis nos postos próximos, além de mostrar imagens do Google Street View. A tampa do porta-malas abre-se por um movimento do pé sob o para-choque e, no caso da Variant, pode se fechar pelo comando remoto.
A gama de motores inclui as unidades a gasolina de 1,4 litro (125 ou 150 cv), 1,8 litro (180 cv) e 2,0 litros (220 ou 280 cv) e aquelas a diesel de 1,6 litro (120 cv) e 2,0 litros (150, 190 ou 240 cv), além de uma versão híbrida com motor elétrico e o 1,4 a gasolina, que somam 211 cv, podendo ser recarregada em fonte externa e rodar até 50 km com eletricidade. Todos os motores usam turbo e parada/partida automática; há ainda regeneração de energia nas frenagens.
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação