A quinta geração deixava o Série 7 elegante e sem sobressaltos outra vez; os motores adotavam turbo (nas fotos o V12) e as rodas traseiras esterçavam
F01/F02/F04: o retorno ao estilo sóbrio
Lição aprendida com as críticas ao desenho anterior, a BMW apresentava em 2008 o Série 7 de quinta geração (códigos F01, F02 e F04) com formas elegantes e menos polêmicas. As grades dianteiras estavam mais altas e as lanternas traseiras pareciam sugadas pelas laterais. O interior tinha como destaques a tela de 10,2 pol do I-Drive, quadro de instrumentos com tela de alta resolução, bancos traseiros com massagem e quatro zonas de ajuste de ar-condicionado.
Os motores a gasolina seguiam a tendência de menor cilindrada com superalimentação. O 740i trocava o V8 aspirado por um seis-cilindros em linha de 3,0 litros com dois turbos e injeção direta (326 cv e 45,6 m.kgf). O 750i vinha com o V8 biturbo de 4,4 litros (407 cv e 61,2 m.kgf) e o 730d trazia um turbodiesel de seis cilindros e 3,0 litros (245 cv e 55 m.kgf). O mais rápido para acelerar, o 750i de entre-eixos curto, ia de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos. A caixa era sempre automática de seis marchas com tração traseira. No ano seguinte vinha o 760i e sua versão longa Li, com um V12 biturbo de 6,0 litros, 544 cv e 76,5 m.kgf.
A concorrência mantinha Audi A8, Lexus LS e Mercedes Classe S, mas logo aparecia o Porsche Panamera. Como de hábito, constavam desse Série 7 diversas primazias mundiais: projeção ao para-brisa com alerta de excesso de velocidade, detector de placas do limite da via e câmeras laterais para auxílio ao estacionamento, além de um avançado sistema de visão noturna, capaz de reconhecer movimentos humanos em um vulto para diferenciar uma pessoa de outro obstáculo. Havia ainda rodas traseiras que esterçavam em até três graus, suspensão dianteira de braços sobrepostos (em vez de McPherson) e freios com regeneração de energia.
O Active Hybrid 7 combinava motores a gasolina e elétrico; o quadro de instrumentos do Série 7 de 2013 em diante mudava com o programa de condução
No comparativo da Car and Driver, o 750i superou o Maserati Quattroporte e ficou atrás do Panamera: “Interior confortável e cômodo, muito rápido e competente em estradas sinuosas. Um carro grande com o coração de um Série 3. O motor V8 é livre de retardo de turbo e o chassi com tamanho de são-bernardo pensa que é um border collie. O banco traseiro é o mais espaçoso, o único apto a acomodar três adultos. O BMW é o mais silencioso, mas tem um verdadeiro lado esportivo”.
Na sexta geração o Série 7 ficava mais leve, pelo uso de fibra de carbono em parte da estrutura, e ganhava versão híbrida recarregável em fonte externa
Nova opção em 2010 era o Active Hybrid 7, que somava motor V8 de 443 cv a gasolina a um elétrico de 20 cv. Uma revisão aparecia em 2012 com novos faróis (dotados de leds como opção), grade, lanternas e para-choques. O quadro de instrumentos com tela era configurado conforme o programa de condução (Comfort, Sport ou Eco Pro). Nos motores, o V8 do 750i passava a 450 cv e 66,3 m.kgf. Inédito era o 750 D XDrive, com tração integral, seis cilindros e três turbos (381 cv e 75,5 m.kgf), enquanto o 740 D tinha 313 cv e 64,3 m.kgf. O Active Hybrid 7 agora tinha seis cilindros e 315 cv, somados aos 55 cv do elétrico. Todos usavam oito marchas na caixa automática.
G11/G12: carbono, laser e gestos
A mais nova geração do Série 7 (códigos G11 e G12) estreava em setembro de 2015 e, como não poderia deixar de ser, trazia uma série de inovações técnicas e de conveniência. Com estilo elegante e sem surpresas, o sedã usava faróis de leds com opção pelos de laser, que alcançavam até 600 metros adiante. O comprimento de 5,098 m e o entre-eixos de 3,07 m passavam a 5,238 m e 3,21 m (na ordem) na versão L. O Cx era excelente, 0,24 ou 0,25 conforme a versão.
O atual Série 7: faróis de laser, fibra de carbono na estrutura, opção de bancos traseiros reguláveis e comandos por gestos ou toques no sistema I-Drive
No interior a tela do I-Drive passava a ser sensível ao toque e capaz de reconhecer gestos, como para ajustar o volume de áudio e aceitar ou recusar uma ligação telefônica. O celular podia ser recarregado por indução e o sistema de estacionamento automático atuava via controle remoto. O teto com ampla área envidraçada trazia iluminação de leds, para a sensação de céu estrelado, e o sistema de áudio era Bowers & Wilkins. Com o pacote Executive Lounge, os bancos traseiros ofereciam massagem, ventilação e regulagens elétricas; o conjunto incluía telas de entretenimento e ar-condicionado de quatro zonas. O passageiro da direita dispunha de apoio para os pés e 9 cm adicionais para reclinar seu banco até perto da horizontal.
O Série 7 ficava mais leve em 130 kg mediante uso de plástico reforçado com fibra de carbono em parte da estrutura, combinado a aço e alumínio. As versões eram 740i e 740Li (seis cilindros em linha, 3,0 litros, turbo, 326 cv e 45,9 m.kgf), 750i e 750Li (V8 a gasolina de 4,4 litros, dois turbos, 450 cv e 66,1 m.kgf, tração integral XDrive de série), 730 D e 730 LD (diesel de 3,0 litros, turbo, 265 cv e 63,2 m.kgf) e 740 E e 740 LE, híbrido recarregável em fonte externa (plug-in) com motor turbo de 2,0 litros e um elétrico para 326 cv combinados. Um quatro-cilindros a gasolina aparecia pouco depois: o 730i de 2,0 litros com turbo, 258 cv e 40,8 m.kgf — o mesmo do 740 E sem o motor elétrico.
Em todos os casos a caixa era automática de oito marchas. A suspensão tinha molas pneumáticas e nivelamento automático de altura; podia vir com estabilizadores ativos, que atuavam apenas quando necessário. Pelo uso de dados do navegador e de uma câmera estéreo, antecipava-se nas intervenções para irregularidades da via.
Muitos “6” para um 7 extraordinário: o M760i XDrive vinha em 2016 com 6,6 litros e 600 cv no V12 biturbo, o bastante para passar de 0 a 100 em 3,9 s
O 730 D M Sport venceu o Mercedes S350 D L e o Porsche Panamera Diesel no confronto da inglesa Car: “O 730 D faz parecer muito menor ao dirigir do que é, um patamar que nem o Porsche atinge. Ao acrescentar estabilizadores ativos à suspensão com molas a ar e controle eletrônico, reduz-se a inclinação em curvas ainda mais. O uso de carbono e os estabilizadores também contribuem para o conforto de rodagem. Elegante, discreto, inteligente e supremamente capaz na estrada, o novo Série 7 combina inovações técnicas ao estilo Apple com o tradicional apelo de dirigir da BMW”.
A linha crescia no começo de 2016 com o M760i XDrive. O motor V12 de 6,6 litros com dois turbos produzia 600 cv e 81,6 m.kgf, o bastante para acelerar o sedã de 2,2 toneladas de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos. O escapamento tinha aletas para liberar mais o ronco do motor em certas condições e as rodas eram de 20 pol. Outra novidade era o motor turbodiesel de seis cilindros mais potente do mundo para o 750 D e o 750 LD: 3,0 litros, quatro turbos, 400 cv e 77,5 m.kgf para 0-100 em 4,6 s.
“Sublime V12, atletismo surpreendente, luxo sibarítico”, definia a Car and Driver sobre o M760i. “Clichês sobre veludo e seda não capturam o quão sem esforço o V12 fornece seu empurrão. Seu quarto de milha em 11,7 segundos rivaliza um Dodge Hellcat de 717 cv. O M760i ainda fica feliz no papel de limusine, especialmente no modo Comfort, com uma convincente impressão de Rolls-Royce. Mesmo com rodas de 20 pol, o conforto ao rodar é sublime. Por US$ 179.595, este Série 7 parece quase uma barganha diante do competidor mais próximo, o Mercedes-AMG S65 de quase US$ 230 mil”.
Séries comemorativas: o The Next 100 Years (em cima), pelo centenário da marca, e a Edition 40 Jahre, que marcava quatro décadas de produção do Série 7
Como parte da comemoração de seu centenário, a BMW lançava a edição especial The Next 100 Years (os próximos 100 anos) do Série 7, com rodas 20, pintura especial em cor azul Centennial e revestimento interno em couro Merino, além de uma caneta-tinteiro Montblanc na cor do carro. Outra série limitada, a Edition 40 Jahre, celebrava os 40 anos do modelo em 2017 com cores prata e azul-petróleo, pacote aerodinâmico M, rodas 20 e couro Merino areia/preto ou areia/marrom.
Quatro décadas depois, o BMW Série 7 continua um dos automóveis mais sofisticados — tanto do ponto de vista do conforto quanto da vanguarda técnica — que o dinheiro pode comprar. E, a julgar por seu prestígio mundial, ele tem fôlego para permanecer entre os melhores por outros 40 anos.
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Ficha técnica
745i (E23, 1984) | 750iL (E32, 1987) | 750iL (E38, 1995) | |
Motor | |||
Posição | longitudinal | longitudinal | longitudinal |
Cilindros | 6 em linha | 12 em V | 12 em V |
Comando e válvulas por cilindro | nos cabeçotes, 2 | nos cabeçotes, 2 | duplo nos cabeçotes, 2 |
Cilindrada | 3.430 cm³ | 4.988 cm³ | 5.379 cm³ |
Potência máxima | 252 cv a 4.900 rpm | 300 cv a 5.200 rpm | 326 cv a 5.000 rpm |
Torque máximo | 38,7 m.kgf a 2.200 rpm | 45,9 m.kgf a 4.100 rpm | 50,0 m.kgf a 3.900 rpm |
Alimentação | injeção multiponto, turbo | injeção multiponto | injeção multiponto |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | manual/4 ou automática/3 | automática/4 | automática/5 |
Tração | traseira | traseira | traseira |
Freios | |||
Dianteiros | a disco | a disco ventilado | a disco ventilado |
Traseiros | a disco | a disco ventilado | a disco ventilado |
Antitravamento (ABS) | sim | sim | sim |
Suspensão | |||
Dianteira | ind. McPherson | ind. McPherson | ind. McPherson |
Traseira | independente, braços semiarrastados | ind., multibraço | |
Rodas | |||
Pneus | 220/55 R 390 | 225/60 R 15 | 235/60 R 16 |
Dimensões | |||
Comprimento | 4,86 m | 5,02 m | 5,12 m |
Entre-eixos | 2,80 m | 2,95 m | 3,07 m |
Peso | 1.650 kg | 1.830 kg | 2.035 kg |
Desempenho | |||
Velocidade máxima | 227 km/h | 250 km/h | 250 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 7,8 s | 7,4 s | 6,8 s |
760Li (E66, 2005) | 760Li (F02, 2012) | M760Li XDrive (G12, 2017) | |
Motor | |||
Posição | longitudinal | longitudinal | longitudinal |
Cilindros | 12 em V | 12 em V | 12 em V |
Comando e válvulas por cilindro | duplo nos cabeçotes, 4 | duplo nos cabeçotes, 4 | duplo nos cabeçotes, 4 |
Cilindrada | 5.972 cm³ | 5.972 cm³ | 6.592 cm³ |
Potência máxima | 445 cv a 6.000 rpm | 544 cv a 5.250 rpm | 610 cv a 5.500 rpm |
Torque máximo | 61,2 m.kgf a 3.950 rpm | 76,5 m.kgf de 1.500 a 5.000 rpm | 81,6 m.kgf a 1.500 rpm |
Alimentação | injeção multiponto | injeção direta, 2 turbos, resfriador de ar | injeção direta, 2 turbos, resfriador de ar |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | automática/6 | automática/8 | automática/8 |
Tração | traseira | traseira | integral |
Freios | |||
Dianteiros | a disco ventilado | a disco ventilado | a disco ventilado |
Traseiros | a disco ventilado | a disco ventilado | a disco ventilado |
Antitravamento (ABS) | sim | sim | sim |
Suspensão | |||
Dianteira | ind. McPherson | independente, braços sobrepostos | |
Traseira | ind., multibraço | independente, multibraço | |
Rodas | |||
Pneus | 245/40 R 18 | 245/50 R 18 | 245,40 R 20 (diant.), 275/35 R 20 (tras.) |
Dimensões | |||
Comprimento | 5,18 m | 5,22 m | 5,24 m |
Entre-eixos | 3,13 m | 3,21 m | 3,21 m |
Peso | 2.180 kg | 2.250 kg | 2.255 kg |
Desempenho | |||
Velocidade máxima | 250 km/h | 250 km/h | 250 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 5,6 s | 4,6 s | 3,7 s |
ND = não disponível |