O Abarth Grande Punto sucedia à altura os potentes antecessores: com 155 cv no
motor 1,4-litro turbo de 16 válvulas, acelerava de 0 a 100 em 8,2 segundos
Em 2007 vinha o Punto TJet, com o motor 1,4 16V dotado de turbo para alcançar 120 cv e 21 m.kgf. No ano seguinte eram lançadas a versão Natural Power, com o 1,4 de oito válvulas adaptado para gás natural (com seu uso a potência caía em 7 cv); e o Multijet 1,6 16V a diesel, com 120 cv e 32,6 m.kgf, que substituía o 1,9. Embora não acelerasse tanto quanto o TJet — fazia de 0 a 100 km/h em 9,5 contra 8,9 segundos —, esse Multijet era a opção mais veloz, capaz de 200 km/h ou 5 a mais que o esportivo a gasolina.
O Grande Punto 1,25 turbodiesel enfrentou na Quattroruote o Corsa 1,3, o Peugeot 207 1,6 e o Clio 1,5, todos em nova geração. Comportamento em estrada, posição de dirigir e controle de estabilidade de série foram destaques do modelo italiano; suspensão dura e retomada lenta em sexta marcha, os pontos criticados. Em aceleração ele perdeu apenas para o 207, mas seu consumo foi um dos mais altos — melhor só que o do Corsa em uso urbano.
Uma versão realmente esportiva chegava em 2007, o Abarth Grande Punto — o nome precede o do modelo porque ele era vendido sob a submarca Abarth & C. S.p.A., sem a denominação Fiat. O motor 1,4 turbo era modificado para alcançar 155 cv e 21 m.kgf, que se traduziam em 0-100 em 8,2 segundos e máxima de 208 km/h. Todo o conjunto vinha apropriado ao novo desempenho, com câmbio de seis marchas, rodas de 17 pol e pneus 215/45, suspensão mais firme e freios especiais.
Ao contrário do Brasil, na Europa a designação TJet era usada para esse Grande
Punto esportivo, mas não muito, com 120 cv extraídos do motor 1,4 turbo
O visual denunciava suas intenções com grandes tomadas de ar, faixas laterais e retrovisores em vermelho, além de bancos esportivos revestidos em camurça sintética. O botão Sport no console central permitia aumento temporário da pressão de superalimentação — o que elevava o torque para 23,5 m.kgf — e reduzia a assistência de direção para deixar o volante mais pesado.
No Abarth Grande Punto o motor 1,4-litro
com turbo alcançava 155 cv, que se
traduziam em 0-100 km/h em 8,2 segundos
Na avaliação da inglesa Autocar o Abarth impressionou bem, mas com ressalvas: “O botão Sport deixa a média rotação bem recheada, tornando fácil ultrapassar e permitindo um ritmo elevado de viagem. Exija mais do motor, porém, e a combinação de pouco torque em baixa rotação e uma potência que cai após 5.500 rpm deixa-o insatisfeito. É quase como um turbodiesel. Mas não falta aderência e o carro segue decidido para onde e quando você quer que ele vá. O problema é o rodar: em nossas estradas onduladas, o Punto é desconfortável, sem a fluidez que você tem em um Fiesta ST”.
Renovado e mais potente
Apesar do estilo duradouro do Grande Punto, depois de quatro anos a Fiat decidiu implantar algumas alterações, que vinham em outubro de 2009 com o chamado Punto Evo — uma adição à linha, sem substituir o modelo de 2005. As mudanças visuais passavam pelos para-choques, um “bigode” envolvendo o logotipo da marca na frente (inspirado no Fiat 500), faróis e lanternas traseiras. O interior recebia painel, volante e console redesenhados e sete bolsas infláveis de série, incluindo a dos joelhos do motorista. Permanecia a escolha entre três e cinco portas, com acabamentos Dynamic, Sport e Emotion.
Frente e traseira eram retocadas com o Punto Evo, que trazia também novo painel,
bolsas infláveis para os joelhos e motores revistos com a tecnologia MultiAir
Na linha de motores, os conhecidos 1,25 e 1,4 de oito válvulas ganhavam companhia do 1,4 de 16 válvulas com a nova tecnologia MultiAir, um sistema eletro-hidráulico de controle das válvulas que as usava para controlar a admissão de ar, em vez da borboleta de aceleração, da mesma forma que no Valvetronic da BMW. O objetivo era reduzir as perdas por bombeamento com acelerador pouco aberto; com isso, o motor ganhava até 10% em potência e 15% em torque e reduzia em 10% o consumo e a emissão de gás carbônico (CO2).
Podia-se escolher entre o MultiAir de aspiração natural, com 105 cv e 13,2 m.kgf, e o turbo, com 135 cv e 21 m.kgf. As opções a diesel continuavam o 1,25 com 75 ou 95 cv e o 1,6 com 120 cv, sendo apenas o de 95 oferecido com câmbio Dualogic. Outros novos recursos eram parada e partida automáticas em todos os motores e faróis de neblina que iluminavam as curvas. O Grande Punto era mantido em linha, mas apenas com os motores Fire 1,25 e 1,4 e Multijet 1,25.
Não poderia faltar o Evo da Abarth, que chegava às ruas em junho de 2010 com motor MultiAir turbo de 1,4 litro e 16 válvulas ajustado para obter 165 cv e 25,5 m.kgf, além de menor consumo que no anterior. Capaz de passar de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos, o esportivo trazia um seletor entre os modos normal e esporte que afetava a atuação do motor, dos freios e da direção. No modo esporte entrava em ação um controle eletrônico dos freios (o TTC) que produzia o efeito de um diferencial autobloqueante. A versão trazia ainda bancos esportivos bastante envolventes, freios com pinças Brembo, rodas de 17 pol e anexos aerodinâmicos.
O Abarth passava pelas mesmas mudanças, ganhava bancos esportivos e
chegava a 165 cv com o MultiAir; agora levava 7,9 segundos de 0 a 100 km/h
A revista inglesa Evo avaliou em 2010 o Abarth e descreveu: “O motor MultiAir é muito eficiente e usa um controle eletrônico de diferencial para enviar os 165 cv às rodas com eficiência. O chassi parece aprimorado em relação ao do último Abarth, mas a direção é um pouco artificial. Falta ao Punto o envolvimento íntimo com o motorista do RenaultSport Clio”.
A versão Abarth recebia no Salão de Paris em setembro de 2010 o pacote Esseesse (SS), que levava o motor 1,4 turbo a 180 cv e 27,5 m.kgf. Com rodas de 18 pol e cobertura do cabeçote em vermelho, o esportivo acelerava de 0 a 100 em 7,5 segundos a caminho da máxima de 216 km/h. O mesmo conjunto foi oferecido um ano mais tarde na série especial Scorpione — em referência ao escorpião da Abarth —, limitada a 99 unidades, com pintura em preto e bancos especiais.
Na opinião da inglesa Autocar, o Abarth Esseesse estava aprovado: “A execução da Fiat parece impecável. Mesmo o turbo básico mostra velocidade e precisão na pista, coerente com o reverenciado logotipo de escorpião da Abarth, mas é o Esseesse que realmente se destaca. Rebaixado, com bancos de corrida e o motor de 180 cv, ele faz sentir algo rápido e especial. Três coisas impressionam: o desempenho geral do pequeno motor 1,4-litro, a precisão da direção e a ausência de esterçamento por torque. O carro anda tão forte e se comporta tão bem, que não importa que o controle de estabilidade com calibração esportiva não possa ser desativado”.
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Nas telas
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É possível ver o Punto em diversos filmes europeus, sobretudo italianos e franceses. A primeira geração tem presença relevante nas comédias francesas Les Clefs de Bagnole (2003) e Virgil (2005) e nas italianas Manuale d’Amore (2005) e C’è chi Dice No (2011). Também está no romance italiano Vacanze di Natale 2000 (1999) e, em versões conversíveis, nas comédias Tout doit Disparaître (1997) e Para Roma, com Amor (To Rome with Love, 2012).
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Menos comum, o segundo modelo pode ser visto em outras comédias, como as francesas Tout pour l’Oseille (2004) e Um Conto de Natal (Un Conte de Noël, 2008), a franco-portuguesa Sex is Comedy (2002) e a italiana La Tigre e la Neve (2005). Também são raros os exemplares do Grande Punto, mas valem os registros do filme de terror italiano O Retorno da Maldição – A Mãe das Lágrimas (La Terza Madre, 2007) e do policial norte-americano Um Homem Misterioso (The American, 2010). Não poderia faltar o simpático modelo do desenho animado Carros 2 (Cars 2, 2011).
Para ler
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One Hundred Years of Fiat Products, Faces, Images – editora Umberto Allemandi and Company. O livro de 100 páginas, publicado em 2000, traz documentos e fotos históricos do primeiro século da Fiat, desde a construção da primeira fábrica, incluindo trens, tratores e motores marítimos.
Great Small Fiats – por Phil Ward, editora Veloce. Embora não inclua o Punto, o livro de 176 páginas traz um bom apanhado de “pequenos grandes Fiats”, ou seja, carros compactos no tamanho e grandes no significado histórico, do Topolino dos anos 30 ao Panda dos anos 2000, incluindo modelos de competição e aqueles elaborados por pequenos construtores. Publicado em 2007.
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