1956
Em 16 de maio Juscelino Kubitschek criava o Geia. O primeiro carro nacional, o Romi-Isetta, com motor de 250 cm³ de motocicleta e uma só porta frontal, era lançado em 5 de setembro ainda sem os incentivos — que a empresa nunca desfrutaria, pois o modelo não tinha os quatro lugares exigidos nos requisitos do governo. Em novembro vinha o primeiro modelo dentro das normas do Geia: a perua DKW-Vemag Universal, fabricada sob licença da Auto Union pela Vemag e derivada do modelo F-91 alemão, com tração dianteira e motor de três cilindros, dois tempos e 900 cm³.
1957
Volkswagens “brasileiros” existiam desde 1951 por meio da Brasmotor, que os importava e depois passou a montá-los, mas só em julho desse ano era iniciada a fabricação local de um modelo da marca: a Kombi com motor de 1,2 litro. O mesmo acontecia com o Jeep e a perua Rural, ambos da Willys-Overland: montados aqui havia três anos, ganhavam produção no País com motor de seis cilindros e 2,6 litros. A Ford começava em agosto a fabricar caminhões (o F-600) e dois meses depois a picape F-100, com motor V8 de 4,5 litros a gasolina.
1958
A Vemag ampliava sua oferta: chegavam o sedã DKW de quatro portas, uma nova perua (com carroceria mais larga dos F-94 alemães) e um jipe com tração permanente nas quatro rodas. Mais tarde seriam chamados de Vemaguet, Belcar e Candango, nesta ordem. Outro jipe, o Land Cruiser, começava a sair da unidade da Toyota no bairro paulistano do Ipiranga, ainda montado com peças importadas e motor de seis cilindros e 4,0 litros a gasolina.
1959
Estreava em janeiro o Volkswagen sedã 1200, o Fusca, que havia chegado ao país em 1950 via importação. A Willys passava a fabricar, sob licença da Renault, o pequeno sedã Dauphine com motor traseiro de 845 cm³, enquanto a filial brasileira da Simca (também francesa) trazia o Chambord, um amplo quatro-portas com motor V8 de 2,35 litros e a primeira suspensão dianteira McPherson do Brasil. No fim do ano o motor do DKW crescia para 1,0 litro e a Chevrolet estreava um veículo de passageiros: a perua Amazona, baseada na picape 3100, com oito lugares, três portas laterais (duas na direita) e motor 4,3 de seis cilindros.
1960
Chegava o FNM 2000 JK, versão brasileira do Alfa Romeo 2000 Berlina italiano, pelas mãos da Fábrica Nacional de Motores. Introduzia aqui pneus radiais, motor com duplo comando de válvulas e transmissão de cinco marchas. Outro lançamento da Willys-Overland, o Aero-Willys estreava em março. Era um amplo sedã com estilo já superado nos EUA e motor de seis cilindros e 2,6 litros, o mesmo do Jeep. A Rural brasileira ganhava frente exclusiva, o Candango da Vemag passava a vir em versão com tração dianteira, sem reduzida, e o Simca recebia a opção de luxo Présidence, dotada até de minibar para o banco traseiro.
1961
Em um ano de poucas novidades, a Willys começava a fazer a Pickup Jeep, com a mesma parte dianteira da Rural e tração traseira apenas (4×4, um ano depois). O Romi-Isetta saía de linha.
1962
O ano dos carros esporte de fábrica. A Willys passava a fazer sob licença da Alpine francesa o atraente Interlagos, com carroceria de plástico com fibra de vidro e versões cupê, Berlineta e conversível. Os motores de 850, 900 e 1.000 cm³ forneciam até 70 cv. E a VW trazia da matriz as belas linhas do cupê Karmann Ghia, que não cumpria no desempenho do motor 1,2 a promessa de esportividade da carroceria. O Aero-Willys mostrava em setembro um novo estilo elaborado no Brasil, a Simca fazia o primeiro sedã com aspecto esportivo (o Rallye) e o Renault Gordini era opção ao Dauphine com mais potência e caixa de quatro marchas. A Ford F-100 era remodelada, o Jeep ganhava versão longa e Toyota adotava em seu jipe, agora com motor a diesel Mercedes-Benz, um nome bem brasileiro: Bandeirante.
1963
Em outubro era fundada a Indústria Brasileira de Automóveis Presidente (IBAP), que anunciava planos de produzir um carro popular, um utilitário e o médio de luxo Democrata, com motor V6 traseiro de 2,5 litros. Depois de cinco anos e muita turbulência a empresa seria encerrada. O DKW-Vemag Belcar e a Vemaguet adotavam portas dianteiras normais no lugar das invertidas (“suicidas”) e a Simca lançava a perua Jangada, que seria nossa única com cinco portas por 22 anos. Da mesma marca surgia o sedã Alvorada, de acabamento simplificado. A picape F-100 tinha versão de cabine dupla com três portas laterais.
1964
Nascia o primeiro carro com desenho exclusivo para o Brasil: o Fissore da Vemag, com estilo europeu e o motor 1,0-litro do Belcar. A Willys seguia a onda de versões esportivas com o 1093, derivado do Gordini, com motor de 850 cm³ e 42 cv e conta-giros. Outra variação era o Teimoso, muito simples. O JK agora era apenas FNM 2000, por causa do golpe militar, e o Aero-Willys recebia traseira mais longa. A Simca adotava motor Emi-Sul V8 de 2,5 litros. Rigoberto Soler mostrava no Salão seu carro esporte 4200 GT, depois Uirapuru, com motor Chevrolet de seis cilindros e 4,3 litros e máxima de 200 km/h. A GM lançava a picape C-14, sucessora da série 3100 “Brasil”, e a perua da mesma linha, C-1416 (logo renomeada Veraneio), ambas com motor 4,3. A Rural aparecia com tração traseira.
1965
O segmento de esportivos ganhava o GT Malzoni, com mecânica DKW, que evoluiria para a série Puma. A onda dos carros econômicos prosseguia com as versões Profissional do Simca (sucessora da Alvorada), Pé-de-Boi do Volkswagen e Pracinha da Vemaguet. Apesar do preço atraente, não tiveram êxito, pois carros ainda eram vistos como símbolos de riqueza. O Fusca vinha com opção de teto solar de aço, de pouca aceitação.
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