Viagem de colaborador traz aprovação a visual, suspensão
e ronco do motor, mas esse sistema de leitura de USB…
Texto: Fabrício Samahá – Fotos do autor e de Vitor Freitas
Atualização de 12/4/13
O Bravo Sporting encarou sua segunda semana conosco e, além do uso — urbano em sua maior parte — pelo editor Fabrício Samahá, foi submetido a uma avaliação pelo colaborador Vitor Freitas, um empresário que já havia participado em dezembro da análise do Citroën C3. Adepto de carros médios como o Fiat avaliado (tem um Ford Focus da primeira geração e já dirigiu modelos como Citroën C4, Peugeot 308 e VW Golf), Vitor fez uma viagem de 130 quilômetros pela Serra da Mantiqueira, a partir de São José dos Campos, passando por Monteiro Lobato e Santo Antônio do Pinhal, todas no estado de São Paulo. Rodou também em cidade e pela rodovia Carvalho Pinto.
Quais suas impressões? “Gosto muito do visual do Bravo, que parece uma releitura do interessante Brava dos anos 90, ambos bem mais agradáveis que o ‘quadradão’ Stilo que existiu entre eles. O tratamento do Sporting me agrada, com as rodas 17 e a suspensão mais baixa, mas deixaria de fora os apliques em vermelho escuro. No interior, achei o acabamento mais simples do que o preço fazia esperar, mas o desenho do painel é bacana e os bancos de couro com detalhes vermelhos caem bem à versão”, ele opina.
O Bravo na pequena Monteiro Lobato (à esquerda) e na rodovia que leva
à Serra da Mantiqueira: bom desempenho, ronco agradável e alguns senões
Tendo viajado com esposa e filhos a bordo, Vitor não acelerou muito o Bravo. “Foi um passeio para curtir a bela natureza daquela estrada, de teto solar aberto e ar-condicionado desligado. Por isso não experimentei a estabilidade nas curvas. Dei umas ‘esticadas’ para sentir o desempenho do motor E-Torq, que achei muito bom em alta rotação, mas um tanto fraco nas baixas. Sair de lombada em terceira marcha é pedir para ser ultrapassado até pelas bicicletas”, ele brinca.
Apesar desse inconveniente, o colaborador relata ter gostado de dirigir o Sporting, elogiado pela suspensão “firme, mas confortável”, a direção muito leve em manobras e com um ótimo volante e o som do motor, “que tem um toque esportivo sem ser barulhento”. Destacou ainda aspectos internos como os bancos firmes e com bom apoio lateral, o computador de bordo bastante completo e o compartimento refrigerado no console central para uma pequena garrafa. O espaço no banco traseiro foi julgado “satisfatório para um hatch de suas dimensões”, assim como o compartimento de bagagem.
“Aprovei o ‘jeito italiano’ que a Fiat deu a essa versão esportiva, com o motor que gosta de alta rotação e faz um ronco agradável, mas me faria falta um câmbio automático”
O que não agradou? “Os vidros podem ser fechados pelo controle remoto da chave, mas não o teto solar. Os instrumentos do painel são escuros e difíceis de ler, a menos que você acenda as luzes durante o dia: a Fiat deveria adotar uma iluminação permanente. Mas nada é pior que aquele Media Player”, desabafa, referindo-se ao leitor de dispositivos USB do sistema Blue & Me.
Adepto do uso de pendrive com suas músicas favoritas, Vitor explica: “Apesar da boa interface Bluetooth para o telefone, a operação de USB não é nada prática. Os comandos e o mostrador do rádio ficam inativos: é preciso controlar o pendrive pelos botões do volante e ver o nome da faixa em um pequeno quadro no painel, enquanto o computador de bordo não aparece em seu lugar. Mudar a pasta de arquivos é um ritual: apertar um botão, dizer ‘pastas’, ouvir a confirmação da voz feminina, escolher o diretório por dois botões e apertar um quarto botão no volante. Tem mais: se você tiver várias pastas com as mesmas letras iniciais, como eu, que uso o nome da banda seguido pelo do álbum, terá que adivinhar qual delas escolher, pois aparecem só as primeiras 12 letras. Muito ruim!”.
O espaço interno e para bagagem do Bravo é satisfatório para o colaborador, que
gostou da decoração do Sporting, mas não do sistema de leitura de pendrive
A condução moderada, a passeio, escolhida pelo motorista concorreu para a melhor marca média de consumo registrada até agora pelo Bravo: 12,6 km/l de gasolina, incluindo o trecho de rodovia com ar-condicionado ligado. “Acho muito boa para o percurso que fiz, pois há uma diferença de altitude de cerca de 400 metros entre São José e Santo Antônio, o que exige mais potência que em uma estrada plana”, ele analisa.
Perguntado se compraria um Bravo Sporting como o avaliado pelo preço sugerido de R$ 64 mil, Vitor pensa um pouco e responde: “Gostei bastante do carro, apesar de alguns detalhes que precisam ser corrigidos. Nunca tive Fiat, mas aprovei o ‘jeito italiano’ que a fábrica deu a essa versão esportiva, com o motor que gosta de alta rotação e faz um ronco agradável. Acho que me fariam falta mais torque em baixos giros e um câmbio automático ‘de verdade’, pois conheço o automatizado Dualogic e não o considero um substituto à altura. Se pudesse deixar esses aspectos de lado, eu compraria um, sim. O preço me parece justo para o que carro tem a oferecer”.
No restante da semana o Bravo circulou mais em cidade, obtendo a média de consumo de 9,8 km/l de gasolina nessas condições, melhor marca que a do período urbano anterior. Mas cumpriu também nosso ciclo-padrão de consumo em rodovia, que consiste em 38 quilômetros, a maior parte deles a 120 km/h constantes (usando o controlador de velocidade), com ar-condicionado ligado e direito a retomadas, breve parada, subidas e descidas. O valor obtido, de exatos 11 km/l, é aceitável diante do registrado pelo Citroën C3 automático (11,4 km/l), um carro mais leve e menos potente, que foi o único outro modelo testado até agora no mesmo trajeto.
Outro colaborador coloca as mãos no Sporting neste fim de semana para acrescentar quilômetros de rodovia ao hodômetro e nos trazer mais impressões, que você lê na próxima sexta-feira (19).
Atualização anterior |
Último período
7 dias |
328 km |
Distância em cidade | 129 km |
Distância em estrada | 199 km |
Consumo médio (gasolina) | 11,2 km/l |
Melhor marca média | 12,6 km/l |
Pior marca média | 9,8 km/l |
Indicações do computador de bordo |
Desde o início
14 dias |
684 km |
Distância em cidade | 287 km |
Distância em estrada | 397 km |
Tempo ao volante | 14h 58min |
Velocidade média | 46 km/h |
Consumo médio (gasolina) | 10,5 km/l |
Melhor marca média | 12,6 km/l |
Pior marca média | 8,3 km/l |
Consumo médio (álcool) | 9,2 km/l |
Melhor marca média | 10,1 km/l |
Pior marca média | 8,1 km/l |
Indicações do computador de bordo |
Preço
Sem opcionais | R$ 59.310 |
Como avaliado | R$ 63.996 |
Preços públicos vigentes em 4/4/13 |
Teste do Leitor
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Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4 |
Diâmetro e curso | 80,5 x 85,8 mm |
Cilindrada | 1.747 cm³ |
Taxa de compressão | 11,2:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas/álc.) | 130/132 cv a 5.250 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 18,4/18,9 m.kgf a 4.500 rpm |
Transmissão | |
Tipo de câmbio e marchas | manual / 5 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | 7 x 17 pol |
Pneus | 215/45 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,336 m |
Largura | 1,792 m |
Altura | 1,488 m |
Entre-eixos | 2,602 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 58 l |
Compartimento de bagagem | 400 l |
Peso em ordem de marcha | 1.372 kg |
Desempenho | |
Velocidade máxima (gas./álc.) | 191/193 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h (gas./álc.) | 10,3/9,9 s |
Dados do fabricante; consumo não disponível |