Agora em versão de alto desempenho, o grande hatchback da
marca das argolas esbanja tecnologia, conforto e esportividade
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
O que meio milhão de reais pode comprar em termos de automóvel? Por tanto dinheiro é lícito esperar altas doses de estilo, conforto, desempenho e segurança, e é isso que a Audi se propõe a entregar com o S7 Sportback — nova versão de alto desempenho de seu grande hatchback de cinco portas, que traz pela primeira vez no Brasil o motor V8 de 4,0 litros com dois turbocompressores e potência de 420 cv. O preço de exatos R$ 500 mil pode chegar a R$ 551,5 mil com opcionais.
Dentro da terminologia habitual na marca, o S7 é uma opção mais esportiva ao A7 Sportback, lançado no Brasil há dois anos com motor V6 de 3,0 litros dotado de compressor e 300 cv. Posicionado entre os sedãs A6 e A8 na linha da marca de Ingolstadt, o modelo tem formas já habituais na frente, combinadas a uma traseira em estilo fastback que termina à mesma altura do capô, baixa demais para alguns olhos (como os nossos). Há uma clara inspiração no 100 S Coupé, lançado em 1970 com base no sedã 100 de primeira geração. Rodas de 19 pol com pneus 255/40, capas de retrovisores em alumínio e defletor traseiro que se destaca em velocidade são características da versão. O coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,30 é mais modesto do que se espera.
Amplo, o S7 mede quase cinco metros de comprimento, com 2,91 m de distância entre eixos, e pesa nada menos que 1.945 kg, apesar de usar alumínio em parte do monobloco (associado ao aço) e em componentes como as portas. O espaço interno é farto, mas poderia ser melhor para as pernas de quem viaja atrás se houvesse como colocar os pés sob os assentos dianteiros. Embora na Europa existam configurações de quatro e cinco lugares, apenas a segunda foi prevista para o mercado brasileiro. O porta-malas tem capacidade de 535 litros e sistema automático de abertura e fechamento da grande tampa.
Rodas de 19 pol, retrovisores de alumínio e defletor móvel dão o tempero esportivo
ao desenho do A7, com sua silhueta inspirada na do Audi 100 S Coupé de 1970
O que se pode imaginar em conforto está no interior do S7, como bancos de couro com ajuste elétrico (memorizado no do motorista), ar-condicionado automático de quatro zonas, volante com regulagem elétrica, projeção de informações no para-brisa (opcional) para leitura mais fácil, sensores de estacionamento traseiros e dianteiros, câmera de ré para manobras, controlador de velocidade e da distância do tráfego à frente (opcional), acesso e partida sem uso de chave, teto solar e acionamento elétrico do freio de estacionamento.
O sistema de áudio Bose (há opção pelo Bang & Olufsen) inclui amplificador de 12 canais com mais de 600 watts, toca-DVDs, recepção de TV e tela sensível ao toque, além de haver navegador na mesma tela. As diversas funções são comandadas por botões no console central. Para que ruídos não incomodem os ocupantes, a Audi aplicou um sistema de cancelamento sonoro, que analisa o ambiente por quatro microfones no teto e faz emitir sons pelos alto-falantes (mesmo com o áudio desligado) para cancelar as frequências indesejadas.
Espetáculo à parte é o assistente de visão noturna: uma câmera infravermelha detecta pedestres e animais na pista durante a noite, pois reage ao calor irradiado pelos seres
O conteúdo de segurança não é menos farto, com controle eletrônico de estabilidade e tração, faróis de xenônio, alerta para veículo em ponto cego nas laterais, detector de risco de colisão frontal (aciona os freios, tensiona os cintos, fecha vidros e teto solar) e bolsas infláveis também nas laterais dianteiras e do tipo cortina nas janelas laterais.
Espetáculo à parte é o assistente de visão noturna: uma câmera infravermelha detecta pedestres e animais na pista durante a noite, a uma distância entre 15 e 90 metros à frente da faixa iluminada pelos faróis. Montada na grade dianteira, ela reage ao calor irradiado pelos seres e objetos; um computador converte suas informações em imagens mostradas no quadro de instrumentos. Um alerta sonoro e visual é disparado em caso de risco de colisão com o objeto.
O interior traz todo o conforto imaginável com um acabamento esmerado; a
tela central é comandada por botões no console e pode ser recolhida no painel
O sistema Drive Select permite que se configure o conjunto mecânico em quatro modos de uso: Comfort, Dynamic, Auto (automático, que alterna entre aqueles dois modos conforme as ações do motorista) e Individual. Este habilita a escolha dos mesmos três modos anteriores para cada item configurável: motor/câmbio, suspensão pneumática, direção, som do motor, pré-tensor dos cintos de segurança e controlador de velocidade e distância.
Lançado na linha 2012 dos esportivos S6 e S7, o motor V8 de 4,0 litros conta com dois turbos (localizados no vão superior do “V” entre as bancadas de cilindros, para melhor fluxo e menor aquecimento dos cabeçotes), resfriador de ar, injeção direta, variação do tempo de abertura e do levantamento das válvulas e sistema de desligamento de metade dos cilindros.
Em condições de baixa necessidade de potência — rotação de 900 a 3.500 rpm, em terceira marcha ou superior, com motor em temperatura acima de 40° C e pequena abertura do acelerador —, o sistema Valvelift fecha as válvulas de admissão e de escapamento de quatro dos cilindros (os dois centrais de uma bancada e os das extremidades da outra). O V8 então funciona como um V4 de 2,0 litros, o que reduz o consumo e as emissões de gás carbônico (CO2). Se o motorista acelera mais ou a rotação supera 3.500 rpm, o sistema retoma o funcionamento normal. Para evitar que esse dispositivo aumentasse as vibrações, os coxins do motor são hidráulicos e variáveis: suaves no modo V4, rígidos em acelerações fortes.
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