A terceira geração do cupê esportivo chega com formas angulosas,
motor de 230 cv e um acerto que garante o prazer ao motorista
Texto: Geraldo Tite Simões – Fotos: autor e divulgação
O Audi TT é um daqueles carros especiais já na origem. Foi há 20 anos que ele apareceu no Salão de Frankfurt como modelo conceitual, desenhado por J Mays e Freeman Thomas, com certo apelo nostálgico e nome de competição — a Tourist Trophy, tradicional prova de motocicletas na Ilha de Man. Três anos depois ele entrava em produção com poucas alterações visuais e, em 2006, ganhava a segunda geração.
Agora a Audi traz ao Brasil o terceiro modelo do TT, de início apenas como cupê de tração dianteira, com o motor turbo de 2,0 litros com potência de 230 cv e câmbio automatizado S-tronic com seis marchas e dupla embreagem — as opções roadster, com tração integral e TTS de 310 cv ficam para mais adiante. Estão disponíveis duas versões de acabamento: Attraction (preço de R$ 210 mil) e Ambition (R$ 230 mil).
Ângulos assumiram o lugar de curvas em vários elementos de estilo do
TT; a versão Ambition vem com rodas de 19 pol e faróis de leds
Os equipamentos de série da Attraction abrangem controle eletrônico de estabilidade e tração, bolsas infláveis laterais dianteiras e cortinas, faróis bixenônio, rodas de 18 polegadas com pneus 245/40, bancos revestidos de couro e camurça sintética com ajuste elétrico nos dianteiros, controlador de velocidade com limitador, faróis e limpador de para-brisa automáticos, quadro de instrumentos “virtual” (leia mais adiante), comutação automática de faróis, aerofólio traseiro que se ergue ao atingir 120 km/h, parada/partida automática do motor, alarme e sistema de áudio com interface Bluetooth.
Conforme o ajuste, o painel privilegia outras funções como mapa de navegação, informações de áudio e seleção de modos de condução
A Ambition acrescenta áudio MMI Plus com navegação (opcional na Attraction), seletor de modos de condução Drive Select, ar-condicionado automático com controles junto aos difusores de ar, faróis formados por leds e rodas de 19 pol com pneus 245/35. Seu sistema de áudio inclui toca-DVDs, duas entradas para cartões de memória e disco rígido com memória interna. O sistema Bang & Olufsen, opcional na versão superior, traz amplificador com 14 canais e 12 alto-falantes. Outras opções desse TT são acesso e partida do motor sem uso de chave e sensores de estacionamento à frente em adição aos traseiros.
O estilo do novo carro não deixa dúvidas de que se trata de um TT, como no perfil do teto, em curva descendente que começa antes mesmo dos encostos dianteiros, e a traseira curta e arredondada. No entanto, ângulos marcantes substituem as curvas suaves do antecessor em itens como faróis, grade dianteira, tomadas de ar e lanternas traseiras. Permanece o aerofólio escamoteável, que se ergue ao alcançar a velocidade de 120 km/h, sem afetar a pureza das linhas quando recolhido — o modelo inicial não previa aerofólio, adotado mais tarde para melhorar a estabilidade em curvas de alta. Como no carro original, a tampa do tanque lembra a de antigos modelos de corrida.
A linha curva do teto e a tampa estilizada do tanque remetem à primeira
geração do cupê; o aerofólio destaca-se da carroceria a 120 km/h
Em dimensões, o comprimento e a altura praticamente foram mantidos, mas a distância entre eixos cresceu 37 mm para 2,505 metros. O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,29, ante 0,30 do modelo antigo, é expressivo para os dias atuais, em que as formas nem sempre favorecem o deslocamento pelo ar. Elementos tradicionais do TT aparecem também no interior, como os três difusores de ar circulares no centro do painel e a forma básica do volante, de base achatada, mas a Audi reservou uma novidade para o quadro de instrumentos: o Virtual Cockpit, uma tela de 12,3 pol com alta resolução (1.440 x 540 pixels) que permite configurar a exibição dos mostradores.
Na versão clássica, o painel mostra velocímetro e conta-giros em primeiro plano, enquanto no modo progressivo surgem instrumentos menores para privilegiar outras funções, como mapa de navegação, informações de áudio e seleção de modos de condução. Parte da seleção é feita por botões no volante e parte pelos comandos no console. Ali, a inserção de endereço do destino pode ser feita por escrita manual em um painel tátil no próprio botão que seleciona funções. Um ponto negativo da solução adotada é que o passageiro não tem fácil acesso à tela como no caso de montagem central.
O seletor de modos de condução, bem conhecido de outros Audis, mas inédito no TT, oferece os programas Comfort, Dynamic (mais esportivo) e Individual (para configuração em separado de cada item) e altera o funcionamento do motor, do câmbio e da assistência de direção. O comando do freio de estacionamento passou a ser elétrico e trouxe a função de retenção automática, que mantém o carro parado sem uso dos pedais.
Nada de tela central no painel: navegação e outras funções aparecem no
próprio quadro de instrumentos, uma tela de 12,3 pol e alta resolução
O TT tem bancos confortáveis e bem envolventes na frente, mas não pense em levar adultos no banco traseiro: além de um acesso difícil, correm o risco de ficar com a cabeça batendo no vidro. Aliás, se abrir a tampa do porta-malas com algum passageiro atrás, não feche a tampa sem avisar para que ele se abaixe. O compartimento em si oferece espaço razoável para a proposta, com 305 litros de capacidade; o estepe é temporário.
Mais leve e potente
A estrutura do novo cupê segue o conceito Space Frame (estrutura espacial) usado pela geração anterior, mas passou a usar cinco tipos de aço e três tipos de alumínio. São deste material as soleiras, o teto, o capô, as portas e a tampa do porta-malas, o que permitiu reduzir em 50 kg o peso do carro. A versão trazida ao Brasil pesa 1.335 kg.
Próxima parte |