Assento que rebate junto ao encosto, porta-garrafas, fixações Isofix, tela de
5 pol para áudio e câmera traseira com três ângulos são bons detalhes; estepe agora
é temporário; capô sem pintura e fixações dos bancos deixam má impressão
O Fit permanece um dos carros mais espaçosos do segmento dos compactos (e melhorou na acomodação das pernas de quem viaja atrás), embora isso não signifique poder levar cinco adultos com conforto: a largura na traseira, típica de carros pequenos, é insuficiente para isso. Melhor que seja assim, pois eventual passageiro central senta-se em uma estreita elevação do assento e tem um encosto incômodo. Estranho foi a capacidade de bagagem ser reduzida de 384 para 363 litros, apesar da adoção de estepe temporário, que ocupa menos espaço; mesmo assim é um bom valor para seu tamanho.
Desempenho mediano, bom consumo urbano
Se mercados como Japão e Estados Unidos adotaram motor com injeção direta de gasolina e 130 cv, no Brasil o Fit mantém o 1,5-litro flexível em combustível da geração anterior, com algumas alterações e aumento de torque (saiba mais sobre técnica no quadro desta página). Com o peso do carro reduzido em 37 kg no caso da versão EX com caixa automática, o motor revela boa disposição desde baixas rotações e permite desempenho adequado ao Fit, como mostraram nossas medições (veja quadro também abaixo).
O motor de 1,5 litro usado desde o primeiro Fit tem novidades, mas não ganhou
potência; câmbio CVT contribui para aproveitá-la melhor que o automático anterior
Em altos giros obtém suavidade de funcionamento apenas razoável, com nível de ruído que incomoda quando mais exigido. Estranhamos o acelerador pesado, talvez intencional para favorecer a economia de combustível (com CVT a rotação aumenta com maior abertura do pedal, o que impede o uso do eficiente método carga).
O CVT colabora com a agilidade, ao elevar a
rotação do motor com rapidez; acelerando pouco
podem-se manter 120 km/h com 2.150 rpm
O câmbio de variação contínua é a maior novidade técnica da terceira geração, pois a segunda usava uma caixa automática tradicional de cinco marchas. Com evoluções em relação à transmissão de mesmo tipo usada no primeiro Fit, o CVT colabora com a agilidade ao elevar a rotação do motor com rapidez quando se pisa fundo no acelerador, enquanto a queda de giros ao aliviar o pé favorece a economia. Acelerando pouco podem-se manter 120 km/h com apenas 2.150 rpm, regime dos mais baixos na categoria, mas um leve aclive no trajeto já leva os giros a 3.500 ou mesmo 4.000 rpm.
Como não foi prevista a simulação de marchas — recurso oferecido em outros mercados, como já ocorria na primeira geração —, em condições de aceleração gradual nota-se que a rotação fica estável enquanto a velocidade aumenta, o que não agrada a todos. Torna-se realmente chato quando se exige mais do motor, como em uma ultrapassagem apertada, pois o giro chega a 6.000 rpm e ali estaciona com um ruído de motor constante e bem presente. Mas é o preço a pagar pela eficiência de manter a rotação em seu melhor valor para cada condição de uso.
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Medições Best Cars
Aceleração | |
0 a 80 km/h | 7,2 s |
0 a 100 km/h | 10,9 s |
0 a 120 km/h | 15,1 s |
0 a 400 m | 17,2 s |
Retomada | |
60 a 100 km/h* | 7,0 s |
60 a 120 km/h* | 11,3 s |
80 a 120 km/h* | 8,9 s |
Consumo | |
Trajeto leve em cidade | 10,4 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 5,5 km/l |
Trajeto em rodovia | 9,8 km/l |
Autonomia | |
Trajeto leve em cidade | 430 km |
Trajeto exigente em cidade | 228 km |
Trajeto em rodovia | 406 km |
Testes efetuados com álcool; *com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; conheça nossos métodos de medição |
Dados do fabricante
Gasolina |
Álcool |
|
Velocidade máxima | ND | |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND | |
Consumo em cidade | 12,3 km/l | 8,3 km/l |
Consumo em rodovia | 14,1 km/l | 9,9 km/l |
Consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível |
Comentário técnico
• Embora nos mercados de vanguarda — como Japão e Estados Unidos — o novo Fit tenha adotado um motor da série Earth Dreams, com injeção direta de combustível, o modelo brasileiro permanece com a unidade L15A, desenvolvida para sua primeira geração e usada desde 2001 no exterior (no Brasil chegou em 2005). Seu comando de válvulas conta com variação de tempo e levantamento das válvulas de admissão e pode manter uma delas (em cada cilindro) praticamente fechada até 2.300 rpm, para que o motor opere como se tivesse apenas duas válvulas por cilindro.
• Taxa de compressão aumentada de 10,4:1 para 11,4:1, novo comando de válvulas e reduções em atrito e peso de componentes buscam mais eficiência no novo Fit. Não houve aumento de potência, mas o torque cresceu 0,5 m.kgf com álcool (0,4 com gasolina) no ponto máximo e subiu mais nas faixas inferiores, até 4.000 rpm. Já presente no Civic e no CR-V, a tecnologia Flex One usa preaquecimento de álcool para as partidas a frio e dispensa o tanque suplementar de gasolina.
• O câmbio de variação contínua da nova geração usa conversor de torque para as saídas, em vez da embreagem do primeiro Fit. Entre as vantagens estão a possibilidade de elevar mais as rotações do motor nas acelerações e a resistência superior em condições severas, como ao manter o carro parado em subidas pelo uso do acelerador e não dos freios (procedimento não recomendado, porém).
• A Honda informa ter reestudado a estrutura do modelo, com maior uso de aços de alta resistência, subchassi mais reforçado na suspensão dianteira e amortecedores com batente hidráulico para suavizar os impactos de fim de curso, como ao transpor lombadas em certa velocidade.
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