Civic: central com navegador e tomada HDMI, freio de estacionamento elétrico, difusor de ar para a traseira
Corolla: ajuste elétrico de faróis (como no Cruze) e chave presencial para acesso e partida, comum aos três
O que pode melhorar? No Chevrolet é muito limitado o espaço para pequenos objetos, os comandos de áudio atrás do volante exigem hábito para o uso, os detalhes internos cromados são fonte de reflexos do Sol no motorista (sobretudo a moldura da alavanca de transmissão) e faltam ajuste da ancoragem superior dos cintos dianteiros (o do passageiro pode ficar fora da posição ideal, por não haver regulagem de altura do banco), alça de teto para o motorista (útil para uma pessoa mais pesada entrar e sair, por exemplo) e faixa degradê no para-brisa.
No Honda as tomadas USB, HDMI e de 12 volts abaixo do console são difíceis de ver — práticas apenas quando o cabo já está conectado. No Toyota faltam comando a distância para abrir e fechar vidros, limpador de para-brisa automático e rebatimento elétrico dos retrovisores.
Revestimento marrom sai do lugar-comum no Cruze; motorista e passageiros acomodam-se bem nos três com certa restrição em altura
Posto do motorista
Com a posição mais baixa típica de sedãs — em contraste à dos SUVs —, os três modelos oferecem bom conforto: banco bem definido, apoios corretos para coxas, lombar e laterais, volante correto com ajustes em altura e distância (com ressalva ao do Corolla, que deixa o braço esquerdo mais esticado que o direito, sem incomodar). Não considere no Cruze a regulagem elétrica do banco, parte do pacote opcional. Nele o apoio lombar poderia ser mais pronunciado.
O Civic tem o quadro de instrumentos mais elaborado, todo digital, sendo o do Corolla simples demais para a categoria do carro. Os três incluem repetidor digital de velocímetro e computador de bordo, do qual falta a segunda medição no Toyota. Apenas o Cruze tem indicadores de pressão de cada pneu (o Civic monitora de forma indireta) e da vida útil restante do óleo do motor.
A adoção de faróis de leds no Civic EXL 2021 (ausentes no modelo 2020 das fotos), incluindo os de neblina, deixa-o em vantagem quanto à iluminação, pois os rivais usam lâmpadas halógenas com refletores elipsoidais que servem aos dois fachos. Todos têm luzes diurnas de leds, faróis de neblina (sem a luz traseira correspondente no Civic) e repetidores laterais das luzes de direção. As colunas dianteiras do Cruze causam maior prejuízo à visibilidade que as dos rivais.
Capacidade de bagagem é bem melhor no Honda: 519 litros ante 470 do Toyota e 440 do Chevrolet, apesar do estepe temporário deste
Espaço interno
A proximidade de dimensões externas entre os três — menos de 3 cm de variação em largura, o mesmo entre-eixos — fazia esperar o que se percebe dentro deles: espaço muito semelhante. São amplos na frente, ótimos em vão para pernas no banco traseiro, razoáveis em largura (não o ideal para três adultos atrás) e um pouco limitados em altura útil: tanto ao entrar quanto já acomodados, os passageiros não terão o espaço desejado acima da cabeça, imposição das carrocerias com perfil mais esportivo. Além disso, a forma do banco traseiro torna desconfortável rodar com três pessoas e o ocupante central sofre com o encosto.
Não há grandes diferenças em espaço interno, mas a capacidade de bagagem do Civic, 519 litros, supera a do Corolla (470) e sobretudo a do Cruze (440)
Porta-malas
Aqui a vantagem do Civic fica à mostra: capacidade de 519 litros contra 470 do Corolla e apenas 440 do Cruze. Todos têm encosto bipartido 60:40 no banco traseiro e usam na tampa os braços tradicionais, que tomam espaço da carga e podem amassá-la no fechamento se não for preciso local para seu movimento. Chevrolet e Honda usam estepe temporário, bem fino. O do Toyota é um pneu comum, mas diferente dos outros, o que o limita a uso emergencial da mesma forma.
Motor e desempenho
O Cruze é o único dos três com motor turboalimentado, que confere torque mais alto em menores rotações, mas não lhe dá vantagem em potência — nesse item, o superior por larga margem é o Corolla. Só que há outras diferenças entre eles, como peso (maior no Toyota) e tipo de transmissão, que acabam por afetar seus desempenhos.
Turbo garante maior torque ao Cruze; embora seja o mais potente, Corolla não vence em aceleração por ser bem mais pesado
Na pista de testes, Cruze e Corolla andaram praticamente juntos, ora um à frente, ora outro, deixando o Civic claramente para trás. A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, deu-se em 9,4 segundos no Chevrolet, 9,5 s no Toyota (beneficiado por ser o único testado com álcool) e 10,4 s no Honda, que ficou em último também nas retomadas. Com gasolina como os outros, o XEi provavelmente perderia do Premier por pouco em cada prova.
Os três motores fornecem boas respostas desde baixa rotação: o turbo do Cruze “enche” rápido e o torna mais ágil que os rivais em regimes médios, na faixa de 2.000 a 3.500 rpm. Todos são silenciosos, mas o Civic mostra operação mais suave em alta rotação. O Cruze 2020 enfim recebeu botão para desativar a parada/partida automática do motor (que só ele usa) quando indesejada.
Próxima parteDesempenho e consumo
Cruze | Civic | Corolla | |
Aceleração | |||
0 a 100 km/h | 9,4 s | 10,4 s | 9,5 s |
0 a 120 km/h | 13,1 s | 14,2 s | 12,9 s |
0 a 400 m | 16,8 s | 17,5 s | 16,8 s |
Retomada | |||
60 a 100 km/h | 5,0 s | 6,0 s | 5,3 s |
60 a 120 km/h | 8,8 s | 10,2 s | 8,9 s |
80 a 120 km/h | 7,2 s | 7,5 s | 6,5 s |
Consumo | |||
Trajeto leve em cidade | 13,8 km/l | 15,6 km/l | 14,5 km/l* |
Trajeto exigente em cidade | 7,0 km/l | 8,4 km/l | 7,5 km/l* |
Trajeto em rodovia | 15,6 km/l | 15,0 km/l | 14,7 km/l* |
Testes de desempenho com gasolina (Cruze e Civic) e álcool (Corolla); retomadas com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; *valores estimados a partir dos obtidos com álcool, seguindo a proporção dos resultados de fábrica; conheça nossos métodos de medição |