Eficiência do motor turbo do Onix é inquestionável: ele concilia o melhor desempenho com o menor consumo entre os três
Embora com disposição adequada ao dia a dia, o Peugeot realmente poderia oferecer um motor turbo e mais potente, até porque o chassi tem folga para isso, como veremos. Há também alguma aspereza em regimes mais altos, assim como no Yaris, que é o mais ruidoso dos três nessas condições. No Onix percebe-se leve oscilação em marcha-lenta e em alta rotação, causada pelos três cilindros.
Onix e 208 usam transmissão automática epicíclica de seis marchas, enquanto o Yaris tem uma de variação contínua (CVT) com simulação de sete marchas. Todas operam bem, mas a do Toyota às vezes responde em excesso ao comando do acelerador, elevando a rotação além do desejado. Há também diferenças de operação. No Peugeot fazem-se mudanças manuais pela alavanca (com reduções para frente), e no Toyota, tanto por ela quanto pelos comandos do volante, com trocas automáticas para cima no limite de rotações. Ao acelerar a pleno em modo manual, o 208 faz redução e o Yaris não.
Caixa CVT com comandos no volante no Toyota e automática comum nos outros; o Chevrolet é limitado em seleção de marchas
No Chevrolet pode-se apenas selecionar a marcha mais alta a ser usada, deixando para a caixa escolher outra abaixo dela (por exemplo, ao selecionar 4, ela pode usar de primeira a quarta). Não é o que se espera de um comando manual. Ele também oferece a posição L, que força marchas baixas para obter freio-motor, útil em descidas de serra íngremes. Apenas o 208 dispõe de três programas de operação da caixa: normal, eco (para economia) e esportivo.
Motor turbo e o maior torque do grupo garantem ao Onix as melhores acelerações e retomadas, como de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos contra 11,5 s do Yaris e 12,2 s do 208
Consumo
A vantagem do turbo ficou clara nas medições de consumo: o Onix foi mais econômico nos três trajetos em variadas condições, com vantagem mais expressiva em rodovia. O Yaris deixa o 208 para trás por certa margem nos percursos urbanos, onde a CVT o favorece: só usa conversor de torque na saída e, com sua variação gradual, mantém o motor em regimes mais baixos no uso moderado. Em rodovia esses dois modelos ficam quase empatados.
Comportamento dinâmico
A Peugeot merece aplausos pelo acerto de suspensão do novo 208, firme de amortecedores, mas bem trabalhado em buchas. Ele associa um comportamento preciso e controlado, com bom limite de aderência, a uma absorção de irregularidades muito boa — até surpreendente para as tradições da marca. Para quem gosta de diversão, a única ressalva é que o controle eletrônico de estabilidade (item presente nos três) atua antes que se possa provocar saída de traseira para a inserção em curva.
O 208 agrada muito pela estabilidade e o conforto em irregularidades, mas os concorrentes também estão corretos em suspensão
Os outros dois também são corretos em comportamento, com acerto mais firme no Onix (poderia ter amortecedores mais suaves na traseira) e macio no Yaris. Os três contam com freios bem dimensionados e direção leve em manobras.
Segurança passiva
Todos estão bem-equipados em proteção dos ocupantes, com bolsas infláveis laterais dianteiras e de cortina — o Yaris acrescenta a dos joelhos do motorista —, além dos itens exigidos hoje: encostos de cabeça e cintos de três pontos para todos os passageiros, fixação Isofix para cadeira infantil.
Custo-benefício
Cada um em sua versão de topo, o 208 é o mais caro: R$ 95 mil, acréscimo de 4% sobre os R$ 91 mil do Yaris, que constituem 11% a mais que os R$ 82,1 mil do Onix (o único a incluir opcionais). O Peugeot certamente justifica a diferença sobre o Toyota pelos recursos de assistência (de faixa, de faróis, monitor frontal e leitor de placas), o sofisticado painel, os faróis de leds e outras conveniências, além do projeto mais moderno e do belo desenho. O problema é o Chevrolet.
Embora seja do 208 a maior média de notas, o preço bem menor do Onix lhe assegura uma relação custo-benefício imbatível
Por R$ 13 mil a menos, o Onix deixa aqueles itens de fora (embora tenha assistente de estacionamento), assim como teto solar, mas oferece um conjunto atual, bom espaço interno e motor turbo que rende vantagens em desempenho e consumo. Em outros aspectos, como segurança passiva, os carros revelam equilíbrio.
Assim, a imbatível relação custo-benefício do Chevrolet fala alto diante dos charmosos atributos do Peugeot. Quanto ao Toyota, só mesmo a imagem de confiabilidade da marca pode ajudar o último colocado do Desafio a justificar o que custa acima do Onix.
Mais AvaliaçõesNossas notas
Onix | 208 | Yaris | |
Estilo | 4 | 5 | 4 |
Acabamento e conveniência | 4 | 5 | 4 |
Posto do motorista | 3 | 4 | 3 |
Espaço interno | 3 | 3 | 3 |
Porta-malas | 3 | 3 | 4 |
Motor e desempenho | 4 | 3 | 3 |
Consumo | 4 | 3 | 3 |
Comportamento dinâmico | 4 | 5 | 4 |
Segurança passiva | 5 | 5 | 5 |
Custo-benefício | 4 | 3 | 3 |
Média | 3,8 | 3,9 | 3,6 |
Posição | 2°. | 1°. | 3°. |
As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a melhor; conheça nossa metodologia |
Ficha técnica
Onix | 208 | Yaris | |
Motor | |||
Posição | transversal | transversal | transversal |
Cilindros | 3 em linha | 4 em linha | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo | 4, variação de tempo | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | ND | 78,5 x 82 mm | 72,5 x 90,6 mm |
Cilindrada | 999 cm³ | 1.587 cm³ | 1.496 cm³ |
Taxa de compressão | 10,5:1 | 12,5:1 | 13,0:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial, turbo, resfriador de ar | injeção multiponto sequencial | injeção multiponto sequencial |
Potência máxima (gas.) | 116 cv a 5.500 rpm | 115 cv a 5.750 rpm | 105 cv a 5.600 rpm |
Potência máxima (álc.) | 116 cv a 5.500 rpm | 118 cv a 5.750 rpm | 110 cv a 5.600 rpm |
Torque máximo (gas.) | 16,3 m.kgf a 2.000 rpm | 15,4 m.kgf a 4.000 rpm | 14,3 m.kgf a 4.000 rpm |
Torque máximo (álc.) | 16,8 m.kgf a 2.000 rpm | 15,5 m.kgf a 4.750 rpm | 14,9 m.kgf a 4.000 rpm |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | automática, 6 | automática, 6 | aut. de variação contínua, simulação de 7 marchas |
Tração | dianteira | dianteira | |
Freios | |||
Dianteiros | a disco ventilado | a disco ventilado | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor | a tambor | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim | sim | sim |
Direção | |||
Sistema | pinhão e cremalheira | pinhão e cremalheira | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica | elétrica | elétrica |
Suspensão | |||
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | ||
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | ||
Rodas | |||
Dimensões | 6,5 x 16 pol | 16 pol | 15 pol |
Pneus | 195/55 R 16 | 195/55 R 16 | 185/60 R 15 |
Dimensões | |||
Comprimento | 4,163 m | 4,055 m | 4,145 m |
Largura | 1,73 m | 1,738 m | 1,73 m |
Altura | 1,476 m | 1,453 m | 1,49 m |
Entre-eixos | 2,551 m | 2,538 m | 2,55 m |
Capacidades e peso | |||
Tanque de combustível | 44 l | 47 l | 45 l |
Compartimento de bagagem | 275 l | 265 l | 310 l |
Peso em ordem de marcha | 1.118 kg | 1.178 kg | 1.150 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |||
Velocidade máxima | ND | 190 km/h | ND |
Aceleração de 0 a 100 km/h | ND/10,1 s | 12,6/12,0 s | ND |
Consumo em cidade | 11,9/8,3 km/l | 10,9/7,5 km/l | 12,6/8,8 km/l |
Consumo em rodovia | 15,1/10,7 km/l | 13,1/9,0 km/l | 13,8/10,0 km/l |
Dados dos fabricantes; consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível |