Potência e preço similares, filosofias mecânicas diferentes: o que há
em comum e em contraste entre esses bons hatches médios
Texto e fotos: Fabrício Samahá
Motor turboalimentado ou de aspiração natural? Caixa de câmbio manual ou automática? Decoração mais esportiva ou mais sóbria? Opções, felizmente, não faltam no mercado brasileiro em segmentos como o de hatchbacks médios, no qual se inserem os competidores que reunimos para este comparativo: o Fiat Bravo e o Hyundai i30.
Ambos são modelos conhecidos, mas de formas distintas. O i30 ganhou fama na geração anterior, vendida aqui desde 2009 a preços atraentes em uma época na qual os similares nacionais estavam mais defasados. Ao ser reprojetado, em 2013, sofreu aumento de preço que tirou muito de sua competitividade, com o agravante de substituir o motor de 2,0 litros por um bem menos potente 1,6. Com o tempo a Hyundai conseguiu reposicioná-lo em valor e adotou motor de 1,8 litro, o que recuperou em parte suas chances na categoria.
Fiat Bravo TJet |
Hyundai i30 GLS |
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4,37 m | 4,30 m | ||||||||
152 cv | 150 cv | ||||||||
R$ 87.808 | R$ 81.990 | ||||||||
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
O Bravo está entre nós desde 2010 e, apesar de seus atributos, nunca foi protagonista na classe. Sua linha 2016 recebeu ligeiras alterações e, ao que parece, um novo esforço da Fiat em promovê-lo, o que justificou a inclusão no confronto. Fato interessante é que sua versão de topo, a TJet com motor turbo de 1,4 litro, tem potência equivalente à do 1,8 aspirado do i30 — 152 cv no Fiat, 150 no Hyundai —, ou seja, caminhos distintos que levam a um resultado semelhante.
Além da potência, outros “Ps” revelam o equilíbrio desejado de um comparativo. Em porte, o Bravo mede apenas 7 centímetros a mais em comprimento, enquanto o i30 tem 5 cm adicionais em distância entre eixos. A proposta de uso é basicamente a mesma — hatches de cinco portas com espaço mediano e bom desempenho, ideais para solteiros, casais e pequenas famílias —, embora haja no Bravo um apelo mais esportivo que o do rival. Em preço, o TJet parte de R$ 80 mil, ante R$ 76,5 mil do i30 GLS básico, mas os valores passam a R$ 87,8 mil e R$ 82 mil, na ordem, com a adição de opcionais (para maior equilíbrio incluímos na conta o teto solar opcional do Hyundai, embora o avaliado não o tivesse). Com todas as opções possíveis, o Bravo chegaria a R$ 92,9 mil, e o i30, a R$ 93,9 mil.
Alguns elementos em comum, outros em contraste — entre eles, a Fiat só oferece esta versão com câmbio manual, e a Hyundai, com um automático, ambos de seis marchas. Mas o que seria do azul se todos gostassem do amarelo? Vamos descobrir como as diferentes fórmulas desempenham para alcançar o mesmo objetivo, a preferência do comprador.
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