Sedã HB20S buscou semelhança ao novo Elantra e ganhou em espaço de bagagem; interior segue as novidades do hatch, mas com acabamento em cinza claro
Injeção direta no motor turbo
Apesar da carroceria toda nova, o bastante para falarmos em segunda geração (entenda a diferença para reestilização), o novo HB20 baseia-se na plataforma anterior, reforçada pelo maior uso de aços de grande resistência. As medidas cresceram: 30 mm na distância entre eixos (para 2,53 metros), 20 mm no comprimento do hatch (3,94 m) e 30 mm no do sedã (4,26 m), 40 mm na largura (1,72 m), mantendo a altura. Por outro lado, o peso até diminuiu um pouco: o hatch mais equipado com motor 1,6 e caixa automática, por exemplo, caiu de 1.071 para 1.062 kg. Se ele preserva a capacidade de bagagem de 300 litros, a do HB20S passou de 450 para 475 litros.
O motor aspirado de 1,0 litro recebeu sistema de preaquecimento de álcool para partida a frio, enquanto o 1,6 (que já usava esse recurso) ganhou 1 cv com gasolina e 2 cv com álcool, passando a 123 e 130 cv, na ordem. A maior novidade é a injeção direta no 1,0-litro turbo, recurso que aumenta tanto a potência quanto a eficiência, ao permitir o aumento da taxa de compressão de 9,5:1 para 10,5:1. O item explica a sigla TGDI (Turbocharged Gasoline Direct Injection) e também dispensa tanque auxiliar para partida a frio.
Com a ajuda de variação do tempo de abertura das válvulas de escapamento (antes, só das de admissão), o motor turbo passou a produzir 120 cv e torque de 17,5 m.kgf a 1.500 rpm com qualquer dos combustíveis. Antes eram 98 cv e 13,8 m.kgf com gasolina e 105 cv e 15 m.kgf com álcool, com o pico de torque a 1.550 rpm. Como o 1,6 ainda oferece mais potência, é com ele que o HB20 acelera mais rápido com álcool: de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos ante 10,7 s do TGDI, ambos automáticos. O manual de seis marchas é ainda mais ágil: 9,3 s.
Molduras largas nos para-lamas e rodas de 16 pol destacam o HB20X, que não recebeu o motor turbo; interior troca o acabamento marrom por escuro com detalhes laranja
Entre os automáticos sem parada/partida automática do motor, o TGDI é pouco mais econômico em cidade que o 1,6 e menos em rodovia conforme os padrões do Inmetro. Esse sistema (inédito no modelo) equipa as versões Diamond e Diamond Plus em toda a linha, sendo disponível no 1,6 apenas no HB20X. As suspensões foram mantidas, mas o “aventureiro” passou ao vão livre de 211 mm, mais 5 que antes. Os demais HB20 ganharam assistência elétrica de direção (só o “X” a usava), mais eficiente e prática em manutenção que a antiga hidráulica.
O HB20 TGDI deixa a sensação de carro “esperto”, com bom torque para o trânsito, e revela comportamento da suspensão que passa confiança em curvas
O Best Cars fez os testes oferecidos pela Hyundai na pista do aeroporto de Una-Comandatuba, com direito a provas de desempenho com um hatch TGDI. Foi possível acelerá-lo até 183 km/h indicados no painel (a velocidade final declarada é de 190 km/h), limitados pelo comprimento da pista, apenas 2 km. Seu funcionamento é suave, notando-se apenas em alta rotação as vibrações características dos motores de três cilindros. Também foram feitos testes de comportamento, em que o modelo se mostrou muito bem acertado e confirmou a utilidade do controle de estabilidade.
Em seguida a avaliação foi feita em rodovia em trecho de 90 quilômetros. Ao primeiro contato agrada a sensação de carro “esperto”, com o regime de torque bem trabalhado para o trânsito — o conversor de torque da caixa automática ajuda nessa impressão, amenizando eventual retardo até o turbo pressurizar. O HB20 revelou bom comportamento da suspensão e da direção, que passam confiança em curvas e alta velocidade com a sensação de controle do carro nas mãos. A suspensão trabalha bem tanto em irregularidades de altas frequências quanto em baixas, mas ao passar mais rápido em lombadas se mostra um pouco rígida.
Câmera determina frenagem automática e alerta de saída de faixa; injeção direta deu ao motor turbo mais potência e torque; ele agora vem com caixa automática
Em rolagem ele é silencioso e isola bem os ruídos externos. Apesar do bom arranjo do motor, a transmissão automática poderia ser mais rápida em retomadas: algumas vezes é lenta para responder. Por outro lado, as aletas atrás do volante permitem uma condução mais precisa e divertida que o antigo sistema limitado às trocas na alavanca. Não pudemos dirigir o sedã, enquanto o HB20X estava ausente da frota de avaliação.
A boa imagem criada pela marca para o HB20 tem um desafio com a nova geração: mostrar que o estilo pode, com o tempo, obter aceitação tão ampla quanto a de seu antecessor. É certo que o carro melhorou em vários aspectos — sobretudo em itens de segurança —, corrigiu algumas omissões em conveniências e aumentou um pouco o espaço interno, além de manter o argumento da ampla garantia de cinco anos. Contudo, terá pela frente o reforço de seu arquirrival Chevrolet Onix, que avançou mais em segurança e aplicou motor turbo em toda a linha do sedã Plus. Será uma boa competição pelo consumidor.
Mais Avaliações
Ficha técnica
HB20 1,0 | HB20 1,6 | HB20 1,0 TGDI | |
Motor | |||
Posição | transversal | transversal | transversal |
Cilindros | 3 em linha | 4 em linha | 3 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo | 4, variação de tempo | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 71 x 84 mm | 77 x 85,4 mm | 71 x 84 mm |
Cilindrada | 998 cm³ | 1.591 cm³ | 998 cm³ |
Taxa de compressão | 11,5:1 | 11,0:1 | 10,5:1 |
Alimentação | injeção multiponto sequencial | injeção direta, turbo, resfriador de ar | |
Potência máxima (gas./álc.) | 75/80 cv a 6.000 rpm | 123/130 cv a 6.000 rpm | 120 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo (gas./álc.) | 9,4/10,2 m.kgf a 4.500 rpm | 16,0/16,5 m.kgf a 4.500 rpm | 17,5 m.kgf a 1.500 rpm |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | manual, 5 | manual ou automática, 6 | automática, 6 |
Tração | dianteira | dianteira | dianteira |
Freios | |||
Dianteiros | a disco ventilado | a disco ventilado | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor | a tambor | a tambor |
Antitravamento (ABS) | sim | sim | sim |
Direção | |||
Sistema | pinhão e cremalheira | pinhão e cremalheira | pinhão e cremalheira |
Assistência | elétrica | elétrica | elétrica |
Suspensão | |||
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal | ||
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal | ||
Rodas | |||
Dimensões | 5 x 14 pol ou 5,5 x 15 pol | 5,5 x 15 pol | 5,5 x 15 pol |
Pneus | 175/70 R 14 ou 185/60 R 15 | 185/60 R 15 | 185/60 R 15 |
Dimensões | |||
Comprimento | 3,94 m | 3,94 m | 3,94 m |
Largura | 1,72 m | 1,72 m | 1,72 m |
Altura | 1,47 m | 1,47 m | 1,47 m |
Entre-eixos | 2,53 m | 2,53 m | 2,53 m |
Capacidades e peso | |||
Tanque de combustível | 50 l | 50 l | 50 l |
Compart. bagagem | 300 l | 300 l | 300 l |
Peso em ordem de marcha | 989 kg | 1.030 kg* | 1.091 kg |
Desempenho e consumo (gas./álc.) | |||
Velocidade máxima | 158/161 km/h | 185/190 km/h* | 190 km/h |
Acel. 0 a 100 km/h | 15,4/14,5 s | 9,7/9,3 s* | 10,7 s |
Consumo em cidade | 12,8/9,1 km/l | 12,5/8,6 km/l* | 12,2/8,6 km/l** |
Consumo em rodovia | 14,6/10,1 km/l | 14,7/10,3 km/l* | 13,9/10,3 km/l** |
Dados do fabricante; consumo conforme padrões do Inmetro; *caixa manual; **com parada/partida automática |