Preço subiu e alguns conteúdos se perderam, mas o sedã continua a sobressair na categoria pela esportividade
Texto: Wagner Gonzalez – Fotos: divulgação
Motor brasileiro em plataforma mexicana é uma descrição simples demais para definir o novo Volkswagen Jetta, apresentado na última quinta-feira (20) em São Paulo, SP, em sua versão destinada ao Brasil. Projetado com ênfase no refinamento, o sedã médio cresceu nas medidas de comprimento, largura e entre-eixos e ganhou linhas mais marcantes, com um paralelismo discreto que reforça a ideia de dimensões maiores do que realmente tem.
Os preços de R$ 110 mil para a versão Comfortline e R$ 120 mil para a mais sofisticada R-Line, ambas com motor 250 TSI de 1,4 litro com turbo e potência de 150 cv, deixam quase nenhum espaço para opcionais: você pode gastar mais R$ 5 mil pelo teto solar panorâmico ou R$ 400 por um carregador de celular por indução, que dispensa o uso de fios.
Com ou sem ele, a generosa tela de 8 polegadas da central de informações e entretenimento permite conectividade com Android Auto, Apple Car Play e Mirrorlink, oferece imagem de boa resolução para a câmera traseira de manobras, navegador integrado, orientação para condução econômica e uma enorme lista de opções para escolher o que será mostrado nesse espaço e nos mostradores do quadro principal da versão R-Line.
Jetta Comfortline começa em R$ 110 mil com mesmo conjunto mecânico do R-Line; perfil lembra muito o do Virtus; faróis e lanternas traseiras usam leds
O painel tem cobertura e linhas suaves e, superada a fase de aprendizado das quase infinitas informações — só o manual cognitivo, baseado no programa IBM Watson, oferece respostas para 11 mil perguntas —, permite admirar a boa leitura da tela configurável de 10,25 pol com alta resolução de 1.280 x 480 pixels. Se você quer enveredar pela vertente lúdica, explore as 10 opções de cores para a iluminação do painel e portas.
Entre os recursos inéditos do Jetta R-Line estão quadro digital configurável, controlador de distância à frente e frenagem pós-colisão
O habitáculo do novo Jetta é amplo e confortável, especialmente para o motorista, cujo banco tem regulagem (manual) de altura e inclinação. Recursos inéditos no modelo que equipam a versão R-Line, além do quadro digital configurável, incluem controlador de distância à frente, monitor frontal com frenagem automática em velocidades urbanas, monitor de fadiga do motorista (compara seu modo de direção atual com períodos anteriores), frenagem automática pós-colisão (freia o carro quando ele se envolve em uma batida, o que pode evitar uma segunda) e assistente de farol alto.
Outra função do R-Line é a frenagem de manobra (RBF), inédita na categoria no Brasil. O carro freia automaticamente ao detectar a aproximação de objetos no campo de atuação dos quatro sensores de estacionamento traseiros, entre 1,5 e 10 km/h (a função pode ser desligada). Novos itens em ambas as versões passam por freio de estacionamento elétrico e seletor de modos de condução com os programas Eco, Normal, Sport e Individual (configurável).
Instrumentos do Comfortline são comuns, mas central de áudio com tela de 8 pol, freio de estacionamento elétrico e botão de partida são comuns a ambos
Algumas ausências chamam atenção, como os passageiros de trás não disporem de saídas de ar-condicionado ou tomada USB para carregar telefones (a fonte de energia mais próxima está no grande porta-objetos entre os bancos dianteiros), recursos que o irmão menor Virtus oferece. E o ocupante do meio do banco vai notar o enorme túnel central do assoalho.
A carroceria ficou bastante elegante, com vincos na grade dianteira maior, frisos paralelos nas laterais e no capô e curvas suaves, que criam a ilusão de maiores dimensões. Indisfarçável a semelhança com o Passat na seção dianteira e com o Virtus na metade traseira. O balanço dianteiro diminuiu, melhorando o ângulo de ataque — bom para as valetas e lombadas brasileiras —, e o traseiro aumentou.
Com a maior distância entre eixos os passageiros se sentam mais para trás: foi preciso então aumentar a área envidraçada, para garantir melhor iluminação e equilibrar o estilo, o que trouxe uma terceira janela lateral — jamais aplicada ao modelo desde 1979, quando surgiu o sedã derivado do Golf. O coeficiente aerodinâmico (Cx) de 0,30 está bem situado na categoria.
Próxima parte
Versões, preços e equipamentos
• Comfortline 250 TSI (R$ 110 mil) – Ar-condicionado automático de duas zonas, assistente de saída em rampa, bolsas infláveis laterais dianteiras e de cortina, banco traseiro bipartido 60:40, bloqueio eletrônico do diferencial, câmera traseira de manobras, central de áudio Discover Media com tela de 8 pol, navegador e integração a celular (Android Auto e Apple Car Play), chave presencial para acesso e partida, cintos de três pontos para todos os ocupantes, controlador de velocidade, controle eletrônico de estabilidade e tração, faróis de neblina, faróis e lanternas traseiras de leds, faróis e limpador de para-brisa automáticos, fixação Isofix para cadeira infantil, freio de estacionamento elétrico, parada/partida automática do motor, retrovisor interno fotocrômico, revestimento sintético nos bancos, rodas de alumínio de 17 pol, seletor de modos de condução, sensores de estacionamento à frente e atrás, volante de couro com comandos.
• R-Line 250 TSI (R$ 120 mil) – Como o Comfortline, mais assistente de farol alto, controlador de velocidade e distância à frente, grade, teto e retrovisores em preto, monitor de fadiga do motorista, monitor frontal com frenagem automática, quadro de instrumentos digital configurável, rodas diferenciadas, volante esportivo.
• Opcional – Teto solar panorâmico (R$ 5 mil) para ambas as versões.
• Cores – Branco, preto e vermelho (sólidas), prata e cinza (metálicas), preto (perolizada).
• Garantia – Três anos sem limite de quilometragem com as três primeiras revisões gratuitas.