Sistema de áudio com tela de 6,5 pol, ar-condicionado de duas zonas, comando elétrico de freio, assistente de estacionamento, estepe integral de alumínio, porta-malas reduzido
Pela legislação brasileira o uso de diesel por utilitários é permitido sob algumas condições, como picapes (caçamba aberta) com capacidade de carga mínima de 1.000 kg e “jipes”, modelos fechados com tração nas quatro rodas e caixa de transferência (reduzida). Este conceito, porém, tem sido flexibilizado e já são vários os casos — Mercedes-Benz, Land Rover e agora Jeep — de utilitários esporte a diesel que não trazem reduzida de verdade, embora ofereçam outros sistemas para uso fora de estrada, como o Renegade.
A suspensão traz conforto acima da média, transpõe lombadas como se não existissem e tem curso suficiente para o fora de estrada médio
O modo 4WD Low (4×4 baixa), acionado por botão no console central, não limita a caixa ao uso da primeira: trabalha com as várias marchas mantendo rotações mais altas em cada uma, para simular o efeito de uma reduzida tradicional. Outros comandos são o 4WD Lock, que bloqueia a repartição de torque em 50% para cada eixo (no modo normal a tração é dianteira até que seja detectada necessidade de transmitir torque à traseira, caso em que a repartição varia conforme as condições), e o HDC do controlador de velocidade em declive, que a mantém sem o motorista precisar frear.
A Jeep adotou também nas versões 4×4 o seletor de terrenos Selec-Terrain, operado por um botão giratório, que adapta o carro ao uso em neve (Snow), areia (Sand), lama (Mud) ou modo automático (Auto). Parâmetros como distribuição de torque entre os eixos, velocidade de resposta do acelerador e a patinação permitida pelo controle de tração são alterados conforme o modo em uso. A cada seleção, aparece no quadro de instrumentos uma diferente imagem do carro sujo.
Suspensão do 4×4 é mais alta e traz rodar macio, mas estabilidade não é seu forte
A versão Diesel diferencia-se da flexível também pelo para-choque dianteiro com perfil mais favorável ao ângulo de entrada e pela altura de rodagem 10 mm maior, embora a suspensão básica não mude. De resto, mantém os pneus de uso misto — Pirelli Scorpion Verde no avaliado — em mesma medida, 225/55 R 18 V no caso do conjunto opcional do Longitude. Apenas a versão Trailhawk recebe itens específicos (leia mais).
Embora nos tenha faltado um trajeto fora de estrada mais severo — este não é um site voltado ao tema —, o Renegade 4×4 saiu-se muito bem nas condições de avaliação. O vão livre mínimo do solo de 195 mm garante tranquilidade ao rodar por pisos desnivelados, sem qualquer interferência mesmo nos trechos mais esburacados das estradas de terra que usamos para esse tipo de veículo. O perfil do para-choque dianteiro elimina um inconveniente comum do modelo 4×2: o desenho que provoca frequentes contatos com o solo em desníveis acentuados.
Com boa calibração para um utilitário esporte, a suspensão traz conforto acima da média ao rodar, transpõe lombadas como se não existissem e tem curso suficiente para o uso fora de estrada médio. Apenas os pneus de perfil baixo não são os mais adequados a essa utilização, pelo maior risco de danos a eles ou às rodas: seria preferível o conjunto de 17 polegadas de série, que no entanto priva o comprador da opção por bancos de couro — um ponto a ser revisto pela marca.
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Desempenho e consumo
Embora os valores de aceleração e retomadas obtidos pelo Best Cars não configurem um carro rápido, marcas como 0 a 100 km/h em 11,6 segundos revelam desenvoltura, bem diferente do Renegade flexível (também com caixa automática), que levou 14,6 s na mesma prova. Curiosamente, a transmissão fica próxima de passar à sexta marcha nessa medição, de tão próximas são as relações. Já a velocidade máxima informada, caso confirmada, seria obtida em oitava com o motor “cheio”.
A repartição de torque pode ser alterada pelos programas de terreno, mas não faz diferença em asfalto seco, no qual o pequeno Jeep sai “limpo”, sem perdas de tração, em modo automático. As retomadas de velocidade, mesmo que satisfatórias, não impressionam. O Honda HR-V de apenas 139 cv, por exemplo, foi mais rápido que o Renegade Diesel em todas as medições.
Onde a versão realmente sobressai é em economia de combustível, como ao fazer 15,5 km/l no trajeto rodoviário com ar-condicionado ligado, ante apenas 8,2 km/l da versão flexível com álcool. Assim, o tanque de combustível permite rodar mais de 800 km entre abastecimentos nessa condição de uso.
Aceleração | |
0 a 100 km/h | 11,6 s |
0 a 120 km/h | 16,3 s |
0 a 400 m | 18,5 s |
Retomada | |
60 a 100 km/h* | 8,4 s |
60 a 120 km/h* | 12,5 s |
80 a 120 km/h* | 10,2 s |
Consumo | |
Trajeto leve em cidade | 15,7 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 8,6 km/l |
Trajeto em rodovia | 15,5 km/l |
Autonomia | |
Trajeto leve em cidade | 848 km |
Trajeto exigente em cidade | 464 km |
Trajeto em rodovia | 837 km |
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Dados do fabricante
Velocidade máxima | 190 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 9,9 s |
Consumo em cidade | 12,3 km/l |
Consumo em rodovia | 15,9 km/l |
Consumo conforme padrões do Inmetro |
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