Geração atual oferece estilo, desempenho e bom índice de
satisfação por preço pouco maior que de modelos de 1,0 litro
Texto: Luiz Fernando Wernz – Fotos: Fabrício Samahá e divulgação
Você se formou, cresceu, foi promovido e acha que chegou a hora de mudar de carro — sair daquele simples hatchback de 1,0 litro, subir um degrau na “escala evolutiva”, por assim dizer. Ou então, sua família aumentou e você precisa de um sedã, mas procura algo entre o tamanho pequeno e o médio sem abrir mão de conforto, bom acabamento e estilo moderno. Se você se encaixa em um desses perfis, o Ford Fiesta da geração atual é uma válida opção para seu próximo carro.
Mais do que a atualização visual do modelo anterior (que continua à venda, em segmento inferior), o atual Fiesta representa um verdadeiro divisor de águas, uma evolução no sentido mais amplo da palavra. Tudo evoluiu em relação a seu antecessor, do estilo ao interior, da parte mecânica à oferta de equipamentos de segurança.
O sedã SE foi o primeiro novo Fiesta a chegar, em 2010, com o motor Sigma 1,6
de 110/115 cv; bancos de couro e bolsas infláveis vinham na última configuração
O New (novo) Fiesta, como é chamado pela Ford, começou a ser vendido no Brasil como sedã em agosto de 2010, já como modelo 2011, trazendo a linha moderna da família europeia. Era importado do México, o que permitia preço competitivo ao de modelos nacionais por ficar isento de Imposto de Importação. A novidade também trazia a nova família de motores da Ford, chamada Sigma e então já usada pelo Focus, com evoluções consideráveis em relação ao Zetec Rocam.
Nosso Fiesta não era exatamente o mesmo
dos mexicanos: lá oferecia controle de
estabilidade e câmbio de dupla embreagem
Havia uma única versão de acabamento, SE, com três configurações. A primeira trazia de série ar-condicionado, direção com assistência elétrica, vidros, travas e retrovisores com controle elétrico, computador de bordo, ajuste de altura e distância do volante, rodas de alumínio de 15 pol, rádio/toca-CDs com leitor de MP3, alarme com comando a distância de travas, fixações de padrão Latch para assento infantil, cintos de três pontos e encostos de cabeça para todos os passageiros. A segunda configuração acrescia apenas freios com sistema antitravamento (ABS).
A opção de topo trazia, além do pacote descrito, sete bolsas infláveis (duas frontais, duas laterais nos bancos dianteiros, duas cortinas para toda a área envidraçada lateral e uma para os joelhos do motorista) e revestimento interno em couro. O fato curioso era que nas configurações anteriores não havia a opção nem mesmo por bolsas frontais. A razão é que a Ford mexicana produzia o Fiesta destinado aos Estados Unidos sempre com as sete bolsas infláveis, mas no México também estava disponível a versão sem bolsa alguma.
![Ford Fiesta SE](https://autolivraria.com.br/bc/wp-content/uploads/2014/05/Ford-Fiesta-SE-hatch-2012-09-270x179.jpg)
Estilo era um destaque no Fiesta hatch, que chegou na linha 2012; a mesma
versão SE trazia novidades como rodas de 16 pol, leds diurnos e sistema Sync
Nosso Fiesta não era exatamente o mesmo do mercado mexicano. Lá a fábrica já oferecia controle eletrônico de estabilidade e câmbio automatizado de dupla embreagem Powershift. O motor Sigma também perdeu a variação do tempo de abertura das válvulas no Brasil, embora só aqui fosse flexível em combustível. Sua potência era de 110 cv com gasolina e 115 com álcool.
A Ford ainda devia a nova geração da carroceria hatch, que só chegou a nosso mercado em outubro de 2011. Com desenho muito bem resolvido, conquistou em cheio seu público. Como o sedã, ele vinha do México em versão única SE e em três configurações. A primeira seguia a do modelo conhecido; já a intermediária acrescentava, além dos freios ABS, bolsas infláveis frontais e recursos não disponíveis com a outra carroceria como controle de estabilidade, auxilio para partida em rampa e o sistema de multimídia Sync, que incluía conexão Bluetooth para celular, entrada USB e comando de voz em português para funções de áudio e telefone.
Por fim, a configuração de topo adicionava bancos de couro, luzes diurnas dianteiras de leds, rodas de alumínio de 16 pol, apoio de braço no banco do motorista, luz de leitura traseira, retrovisores com luzes indicadoras de direção e área convexa para diminuir pontos cegos e o terceiro encosto de cabeça traseiro. O motor era o mesmo do sedã, assim como a linha de estilo, embora a grade frontal na cor da carroceria fosse exclusiva do hatch. As rodas 16 e os leds chegaram pouco depois ao sedã como opcionais.
A remodelação da frente vinha em 2013, já com produção no Brasil; a versão
S (fotos) deixava o Fiesta mais barato, mas abria mão de certos confortos
Em abril de 2013 era lançada a remodelação do Fiesta hatch, invertendo a ordem anterior, na qual o sedã chegou primeiro. Dessa vez fabricado no Brasil, o carro trouxe mais do que a frente adotada então na Europa: agora havia duas opções de motores, incluindo o Sigma de 1,5 litro, também com quatro válvulas por cilindro, disponível na inédita versão de entrada S e na conhecida SE.
O Fiesta S trazia de série bolsas infláveis frontais, rodas de aço de 15 pol, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD), fixação Isofix para cadeiras infantis, ar-condicionado, direção assistida, controle elétrico dos vidros dianteiros, travas e retrovisores, alarme com ultrassom e sistema My Connection com rádio/toca-CDs com MP3, conexão USB e interface Bluetooth.
O SE passava a ser intermediário e adicionava ao pacote do S rodas de alumínio, faróis de neblina e acabamento interno diferenciado. Se equipado com motor 1,6, o conteúdo incluía controle de estabilidade, auxílio à partida em rampa, ar-condicionado com controle automático, comando elétrico de todos os vidros com abertura e fechamento a distância e sistema Sync com controles no volante. Como opção havia, enfim, a caixa automatizada Powershift de dupla embreagem.
Além de conteúdos adicionais com o mesmo motor de 1,5 litro, o SE podia vir
com a unidade 1,6 e câmbio Powershift automatizado de dupla embreagem
Também inédita do modelo era a versão Titanium, disponível apenas com motor 1,6 e câmbio manual ou Powershift, que acrescentava bolsas infláveis laterais nos bancos dianteiros, cortinas infláveis, bolsa inflável para os joelhos do motorista, rodas de alumínio de 16 pol, bancos de couro, controlador de velocidade, faróis e limpador do para-brisa automáticos, sensores de estacionamento na traseira e retrovisor interno fotocrômico. Não havia opcionais. Algumas perdas em relação ao mexicano eram notadas, como o material inferior do painel e o banco traseiro sem cinto de três pontos e encosto de cabeça central.
O motor de 1,5 litro produzia 107 cv com gasolina e 111 cv com álcool. O 1,6, agora com variação de tempo de válvulas, mostrava ganho expressivo de potência ao passar de 110/115 cv para 125/130 cv, embora sofresse ligeira redução de torque. Nas duas versões havia sistema de partida a frio com aquecedores na linha de combustível, que permitiam ligar o motor com álcool sem tanque auxiliar de gasolina.
Três meses depois, em julho, chegava a versão reestilizada do sedã, que continuou sendo importada do México. Os acabamentos SE e Titanium (não havia o S) seguiam os conteúdos do hatch, mas sempre com motor 1,6. No sedã as mudanças visuais foram mais extensas, pois além da nova frente recebeu tampa do porta-malas, para-choque e lanternas traseiras redesenhados. O conjunto não escondia sua inspiração no Fusion lançado no ano anterior.
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