A remodelação nacional para 2008 deixava o Fiesta mais retilíneo e o acabamento melhorava; o pacote Trail dava-lhe aparência fora de estrada
O precoce Fiesta 2008 chegava em janeiro de 2007 com remodelação frontal e do interior. Mudavam capô, para-lamas, para-choque, grade e faróis (que ganhavam de volta os duplos refletores), além das lanternas do hatch. As melhores novidades ficaram por dentro: painel com desenho e textura mais agradáveis, comando remoto para fechar e abrir vidros, opção de laterais dos bancos revestidas em couro. O tanque de combustível crescia.
Dentro do programa One Ford, que previa oferta global de produtos, a fábrica não poderia se limitar à importação: o novo hatch ganhava produção local em 2013
Pouco depois aparecia a versão Trail com aspecto fora de estrada, sem alterar pneus ou suspensão. Vinha com elementos nos para-choques, estribos, barras de teto e capas de neoprene nos bancos dianteiros. Podia vir com os dois motores, que perderiam potência e torque para 2010 para reduzir emissões de poluentes: o 1,0-litro ficava com 69/72 cv, e o 1,6, com 101/106 cv.
O Fiesta 2011 ganhava outra remodelação na frente e pequenas mudanças internas e na traseira. Adotava faróis de forma irregular e tomada de ar inferior em forma de hexágono — conjunto discutível, que destoava das linhas retas da carroceria. Na traseira do sedã vinham lanternas transparentes. O Trail saía do catálogo, mas em 2012 a Ford oferecia o pacote Storm em concessionárias com apliques nos para-choques, saias, adesivos e barras de teto. Renomeado Fiesta Rocam após a chegada da nova geração, o modelo assumia as versões S e SE em 2013. O lançamento do novo Ka, no ano seguinte, trazia o fim dessa linha após 12 anos.
A reforma de 2011 adotava faróis em desacordo com as linhas do Fiesta; no sedã, lanternas transparentes; o pacote Storm adicionava acessórios
Terceiro nacional começou importado
New (novo) Fiesta foi como a Ford denominou a sexta geração no Brasil. O primeiro a chegar era o sedã, importado do México em acabamento SE em agosto de 2010, com motor Sigma flexível de 1,6 litro e quatro válvulas por cilindro. Com 110/115 cv e 15,8/16,2 m.kgf, era produzido em Taubaté, SP, e já equipava o Focus. Embora na América do Norte oferecesse a transmissão de dupla embreagem e seis marchas, aqui o Fiesta vinha apenas com a manual: a Ford admitiria que precisava de maior desenvolvimento para a caixa oferecer as respostas rápidas demandadas pelo brasileiro.
Também ficava de fora controle eletrônico de estabilidade, mas havia opção por sete bolsas infláveis — duas frontais, duas laterais dianteiras, duas cortinas e uma para os joelhos do motorista. O novo hatch vinha só em outubro de 2011. Além do desenho muito atraente — bem mais, é preciso reconhecer, que o do sedã com sua traseira encompridada —, trazia controle de estabilidade, auxilio para partida em rampa, sistema de áudio Sync com comando de voz, rodas de 16 pol e leds no para-choque dianteiro.
O Best Cars comparou o hatch ao Fiat Punto e ao VW Polo, todos de 1,6 litro: “O Fiesta vem com controle de estabilidade, mais bolsas infláveis e sistema Sync, além da modernidade de projeto. Sai à frente em estilo, motor, consumo, suspensão, estabilidade e segurança passiva, enquanto o Polo tem o maior espaço interno e o Punto não vence em nenhum item. Mesmo que não custasse menos que o Polo, o Ford seria claramente a melhor compra. O Fiat sai um pouco mais barato, mas não compensa as vantagens do concorrente”.
O sedã da sexta geração, seguido pelo hatch, trouxe até sete bolsas infláveis e motor Sigma de 1,6 litro; mais tarde vinha controle de estabilidade
Dentro do programa One Ford, que previa oferta global de produtos, a fábrica não poderia se limitar à importação do modelo mexicano. Enquanto o antigo Fiesta era mantido em Camaçari, o “new” hatch ganhava produção em São Bernardo do Campo, SP, em abril de 2013. Além da nova frente europeia, trazia duas opções de motores (estreava o Sigma de 1,5 litro com 107/111 cv), três de acabamento (S, SE e Titanium) e a caixa Powershift de dupla embreagem e seis marchas. O 1,6 ganhava variação de tempo de abertura das válvulas e passava a 125/130 cv.
Compunham o Titanium equipamentos incomuns no segmento como sete bolsas infláveis, controlador de velocidade, faróis e limpador do para-brisa automáticos e retrovisor interno fotocrômico. Todo Fiesta adotava preaquecimento de álcool para partida a frio. Em julho chegava do México o sedã reestilizado, que além da frente recebia tampa do porta-malas, para-choque e lanternas traseiras redesenhados. Versões SE e Titanium seguiam os conteúdos do hatch, sempre com motor 1,6.
O Sedan ganhava mais itens de série e a opção SE Plus na linha 2016. O Titanium recebia chave presencial para acesso e partida, câmera traseira de manobras e tela de 6,5 pol no painel com navegador. Havia ainda o Titanium Plus, com teto solar com controle elétrico. Depois de longa espera, a tecnologia Ecoboost chegava a um Ford brasileiro em junho de 2016 com o Fiesta Titanium Plus. Disponível como hatch com caixa de dupla embreagem, o motor de três cilindros e 1,0 litro a gasolina com turbo e injeção direta produzia 125 cv e 17,3 m.kgf, ou seja, 3 cv a menos e 1,3 m.kgf a mais que o 1,6 aspirado com álcool.
O hatch era nacionalizado com a nova frente e caixa automatizada, estendidos ao sedã; o motor Ecoboost turbo de 1,0 litro vinha em 2016
A versão S e o motor 1,5 saíam de cena. As demais opções eram SE 1,6 (caixa manual), a inédita SEL 1,6 (manual ou automatizada) e a Titanium Plus 1,6 (automatizada). Contudo, após três meses a Ford acrescentava o Titanium, com os dois tipos de transmissão, e o pacote visual Style, aplicável a SE e SEL, com rodas de 16 pol e alterações de pintura.
Comparado ao Hyundai HB20 1,6 pelo Best Cars, o Ecoboost demonstrou vantagens: “O motor está em plena forma desde rotações moderadas, com respostas imediatas. Isso o torna bastante agradável de dirigir, empolgante até, seja no trânsito urbano ou em rodovias. As medições confirmaram o desempenho superior do Fiesta, que não prejudica seu consumo. Ele saiu-se melhor em posição de dirigir, motor, desempenho, consumo, direção, suspensão, estabilidade e segurança passiva. O Ford oferece muito mais em atributos mecânicos, que fazem diferença no prazer em dirigir”.
Pequeno nas dimensões, mas não na satisfação ao motorista: esse parece mesmo ter sido um dos pontos altos do Fiesta em 40 anos de produção mundial e 20 no Brasil.
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Ficha técnica
Fiesta XR2 1,6 (1981 – 1ª. geração) | Fiesta RS Turbo (1990 – 3ª. geração) | Fiesta ST (2004 – 5ª. geração) | Fiesta ST 200 (2016 – 6ª. geração | |
Motor | ||||
Posição e cilindros | transversal, 4 em linha | |||
Comando e válv./cilindro | no bloco, 2 | no cabeçote, 2 | duplo no cabeçote, 4 | |
Diâmetro e curso | 81 x 77,6 mm | 80 x 79,5 mm | 87,5 x 83,1 mm | 79 x 81,4 mm |
Cilindrada | 1.598 cm³ | 1.597 cm³ | 1.999 cm³ | 1.596 cm³ |
Taxa de compressão | 9:1 | 8,2:1 | 10,8:1 | 10,1:1 |
Potência máxima | 84 cv a 5.500 rpm | 132 cv a 5.500 rpm | 150 cv a 6.000 rpm | 200 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 12,6 m.kgf a 2.800 rpm | 18,7 m.kgf a 2.400 rpm | 19,4 m.kgf a 4.500 rpm | 29,6 m.kgf de 2.500 a 4.000 rpm |
Alimentação | carburador de corpo duplo | injeção multiponto, turbo | injeção multiponto sequencial | inj. direta, turbo, resfriador |
Transmissão | ||||
Tipo de caixa e marchas | manual, 4 | manual, 5 | manual, 6 | |
Tração | dianteira | |||
Freios | ||||
Dianteiros | a disco | a disco ventilado | ||
Traseiros | a tambor | a disco | ||
Antitravamento (ABS) | não | sim | ||
Suspensão | ||||
Dianteira | independente, McPherson | |||
Traseira | eixo rígido | eixo de torção | ||
Rodas | ||||
Pneus | 185/60 R 13 | 185/55 R 14 | 205/40 R 17 | |
Dimensões | ||||
Comprimento | 3,65 m | 3,80 m | 3,92 m | 3,98 m |
Entre-eixos | 2,30 m | 2,45 m | 2,49 m | |
Peso | 800 kg | 945 kg | 1.137 kg | 1.163 kg |
Desempenho | ||||
Velocidade máxima | 170 km/h | 213 km/h | 208 km/h | 230 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 9,5 s | 8,2 s | 8,4 s | 6,7 s |
Dados do fabricante; ND = não disponível |