Depois do Santana de quatro portas, a VW redesenhava a Quantum, que não buscava semelhança com a Variant alemã; pintura parcial dos para-choques vinha para 1993
A reformulação da Quantum vinha em março de 1992, com resultado bastante positivo, mesmo sem lembrar a Passat alemã — esta trazia lanternas semelhantes às do sedã e não verticais, como no modelo brasileiro. Seu Cx baixava de 0,42 para 0,37. Dela saía a perua do Versailles, a Royale, com estilo próprio.
Para-choques e retrovisores com pintura parcial na cor da carroceria eram novidades do Santana 1993, ao lado de carpete mais espesso, controle elétrico dos vidros com função um-toque, proteção antiesmagamento e fechamento automático ao trancar o veículo, ar-condicionado redimensionado e alarme antifurto volumétrico (com sensor de ultrassom). A versão Sport para o sedã de duas portas vinha com motor 2,0 com injeção e freios ABS, até então exclusivos do GLS, além de lanternas fumê e defletor traseiro.
Pouco depois surgia o carburador com controle eletrônico de marcha-lenta, fonte de problemas para muitos: era um paliativo até a chegada da injeção monoponto digital FIC (Ford) para as versões inferiores, em setembro de 1993, que trazia mais 5 cv ao motor 1,8 (agora com 99 cv). Na mesma época vinham teto solar com comando elétrico (GL e GLS, opcional), indicador de portas abertas, temporizador dos faróis, sistema de verificação e controle, terceira luz de freio de série, ajuste do apoio lombar dos bancos dianteiros, volante ajustável em altura (CL e GL) e novas rodas de alumínio. O GLS podia receber revestimento dos bancos em couro uruguaio e toca-CDs.
Rodas raiadas e novos itens de conveniência vinham no Santana 1993 (em cima o GLS); a versão Sport, embaixo, oferecia injeção e ABS com aspecto mais jovial
Novas evoluções vinham em 1996: grade inspirada no Passat alemão, cintos dianteiros com regulagem de altura, tanque de combustível em plástico polipropileno, correia do tipo poli-V (com acionamento integrado dos componentes do motor) e ar-condicionado com gás R134a, inofensivo à camada de ozônio se liberado por qualquer motivo. A edição Quantum Family era uma Evidence com adesivos, mais equipamentos e novas rodas. Uma conversão para gás natural da empresa Silex era homologada pela fábrica.
A carreira do Santana entrava em declínio: a fábrica poupava alterações mecânicas, limitando-se a retoques estéticos e uma gradual redução de preços
Santana GLi, Versailles GL, Monza GLS e o Fiat Tempra i.e., todos já em idade avançada no mercado, foram comparados pela Quatro Rodas: “O Santana levou ligeira vantagem nos itens de desempenho e na frenagem. Ele apresentou um câmbio fácil de manusear e a suspensão proporcionou conforto, mas teve a pior estabilidade. Dos quatro modelos, ele é o menos equipado”. Mais difícil foi enfrentar o novo Chevrolet Vectra na Auto Esporte: “O Santana encontra-se num nível elevado de qualidade, perceptível ao dirigir. O motor AP-2000 continua um dos pontos altos. Mesmo que ele esteja bem posicionado em preço, o Vectra representa uma relação custo-benefício melhor. A Volkswagen terá mesmo de fazer alguma coisa neste segmento”.
A carreira do Santana entrava em declínio. Dali em diante a fábrica pouparia alterações mecânicas, limitando-se a retoques estéticos e uma gradual redução de preços para o manter competitivo. As versões para 1997 passavam a 1.8 Mi, 2000 Mi (básicos), Evidence (de aspecto esportivo, com defletor traseiro e volante do Gol GTI) e Exclusiv (de topo). Os motores com injeção multiponto de gasolina produziam 99 cv/15,5 m.kgf (1,8 litro) e 114 cv/17,5 m.kgf (2,0 litros).
Os para-choques “lisos” de 1999 não combinavam com a carroceria retilínea, mas enfim os quebra-ventos eram removidos; o Santana seguiu assim até 2006
Os para-choques e lanternas da linha 1999 tornavam-se um tanto “lisos” para as formas retilíneas, já ultrapassadas, do carro. Enfim desapareciam os quebra-ventos. Outras novidades eram imobilizador eletrônico do motor, novo volante de quatro raios e painel iluminado por luz verde. O Evidence desaparecia e módulos de opcionais eram adotados para 2000. Um ano depois, vinham os pacotes Comfortline e Sportline e desaparecia a trava adicional, e desnecessária, na alavanca para engatar a marcha à ré. Para 2002, apenas novos revestimentos internos. No mesmo ano a Quantum era descontinuada.
O Santana enfim despedia-se do mercado em maio de 2006, depois de 22 anos e 548.494 unidades fabricadas no Brasil. O primeiro carro de luxo da Volkswagen do País, pioneiro na injeção eletrônica entre os sedãs e nos freios ABS, chegou ao fim de sua produção apoiado no sucesso entre os taxistas, que apreciavam a combinação de espaço, robustez e baixo custo de manutenção. Mesmo que de requinte ou inovação técnica nada mais restasse ao veterano Santana, ele passou à história com um currículo respeitável.
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Ficha técnica
Santana CD 1,8 (álcool, 1984) | Santana GLS 2,0 (álcool, 1988) | Santana GLS 2,0 (gasolina, 1992) | |
Motor | |||
Posição e cilindros | longitudinal, 4 em linha | longitudinal, 4 em linha | longitudinal, 4 em linha |
Comando e válvulas por cilindro | no cabeçote, 2 | no cabeçote, 2 | no cabeçote, 2 |
Cilindrada | 1.781 cm³ | 1.984 cm³ | 1.984 cm³ |
Potência máxima | 92 cv a 5.000 rpm | 112 cv a 5.200 rpm | 114 cv a 5.600 rpm |
Torque máximo | 14,9 m.kgf a 2.600 rpm | 17,3 m.kgf a 3.400 rpm | 17,6 m.kgf a 3.200 rpm |
Alimentação | carburador de corpo duplo | carburador de corpo duplo | injeção multiponto |
Transmissão | |||
Tipo de caixa e marchas | manual, 5 ou automática, 3 | manual, 5 ou automática, 3 | manual, 5 ou automática, 3 |
Tração | dianteira | dianteira | dianteira |
Freios | |||
Dianteiros | a disco | a disco | a disco ventilado |
Traseiros | a tambor | a tambor | a tambor |
Antitravamento (ABS) | não | não | sim (opc.) |
Suspensão | |||
Dianteira | independente McPherson | independente McPherson | independente McPherson |
Traseira | eixo de torção | eixo de torção | eixo de torção |
Rodas | |||
Pneus | 185/70 R 13 | 185/70 R 13 | 195/60 R 14 |
Dimensões | |||
Comprimento | 4,53 m | 4,52 m | 4,57 m |
Entre-eixos | 2,55 m | 2,55 m | 2,55 m |
Peso | 1.070 kg | 1.120 kg | 1.150 kg |
Desempenho | |||
Velocidade máxima | 171 km/h | 182 km/h | 187 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 11,9 s | 10,5 s | 10,3 s |
Dados do fabricante |