Depois da renovação do motor a diesel, que passava a ser um potente V8, o
Range Rover aparecia na série Autobiography Black para celebrar seus 40 anos
A versão de 510 cv também foi avaliada pelo Best Cars, que destacou: “O que dizer desse conjunto motor-câmbio? No mínimo, que seja fabuloso, pela grande desenvoltura que traz a um carro com 2.810 kg e aerodinâmica muito longe do ideal. Se o V8 fosse limitado a 1.500 rpm ainda permitiria acompanhar qualquer tráfego urbano — e talvez deixá-lo para trás. Ele funciona de forma macia ao extremo, com ruído quase imperceptível a maior parte do tempo. Só mesmo ao pressionar a fundo o acelerador seu ronco agradável e vigoroso se manifesta, sem qualquer vibração”.
O comportamento em geral também agradou: “No uso em estrada, o Range Rover parece capaz de esgotar o tanque de 101 litros de combustível sem que os passageiros se cansem. Nos pisos irregulares, a suspensão manteve excepcional conforto. O melhor mesmo foi o trecho mais veloz, em que devorou quilômetros com a mesma facilidade de uma estrada asfaltada, absorvendo todas as irregularidades e mantendo o ambiente interno em pleno conforto — e sem a infiltração de um grama de pó. Talvez não fosse o primeiro a chegar em um rali como o Dakar, mas certamente seus ocupantes sairiam dele bem menos fatigados que os adversários”.
Definitiva até no nome, a edição Autobiography Ultimate era oferecida em 2011
com bancos traseiros individuais, geladeira e Ipads para os dois passageiros
Dentro da proposta de revigorar o modelo sob o capô, um motor V8 a diesel de 4,4 litros aparecia em 2011 para substituir o anterior de 3,6 litros com ganhos expressivos: 15,1% em potência, 9,4% em torque, emissões poluentes 14% menores e consumo 18,5% mais baixo pelos dados fornecidos pelo fabricante. Com 313 cv e 71,3 m.kgf — estes disponíveis entre 1.500 e 3.000 rpm —, o V8 fazia a importante massa de 2.810 kg acelerar de 0 a 100 km/h em 7,8 segundos, típico de bons sedãs esportivos. Velocidade máxima não estava entre as prioridades, mas aumentou de 200 para 210 km/h.
Muito conforto, conveniência e segurança: monitores de DVD, câmera sem fio, tela central de dupla exibição, sistema de áudio Harman/Kardon com 700 watts, freios Brembo
O 4,4-litros usava dois turbocompressores paralelos sequenciais. Uma turbina de geometria variável operava em baixas rotações, mas a partir de 2.400 rpm se abriam válvulas no coletor de escapamento e o segundo turbo, de dimensões inferiores, acelerava muito rápido até que o efeito de biturbo fosse conseguido. Outra novidade estava na caixa de câmbio automática ZF com nada menos que oito marchas.
Tudo isso vinha associado a uma fartura de itens de conforto, conveniência e segurança, como freios da renomada marca Brembo, monitores de DVD nos encostos dianteiros, câmera sem fio com transmissão em tempo real, tela central sensível ao toque com navegador por GPS integrado (com disco rígido para armazenar as informações) e dupla exibição (o motorista vê uma imagem; o passageiro ao lado, outra ao mesmo tempo), sistema de áudio Harman/Kardon com 700 watts e 14 alto-falantes e rodas de 20 pol.
Expressiva redução de peso é o destaque da quarta geração, apresentada
em 2012 com linhas tradicionais e elementos que lembram o Evoque
Para celebrar o aniversário de quatro décadas, o Range Rover aparecia também na edição especial Autobiography Black 40th Anniversary, limitada a 700 unidades. Oferecida apenas na cor preta, vinha com detalhes cromados e revestimento em couro bege ou vermelho. Essa não foi a última série limitada da geração: a Autobiography Ultimate Edition vinha com acabamento ainda mais luxuoso e dois bancos individuais na traseira, cujos passageiros desfrutavam dois Ipads e uma geladeira. Apenas 500 unidades foram produzidas.
Mais leve, mais refinado
A quarta geração do Range Rover (código L405) era anunciada em agosto de 2012. A estrutura monobloco de alumínio era o principal fator para que o novo utilitário esporte pesasse 350 kg a menos que o anterior, no caso de uso do mesmo motor, ou 420 kg na versão a diesel, que voltava a ter seis cilindros. Apesar de elementos de estilo inspirados no moderno Evoque, mantinha formas conservadoras, que preservavam clara conexão com o modelo inicial lançado em 1970.
A fábrica britânica o definia como o mais refinado Range Rover já feito, o que não se referia apenas ao luxuoso acabamento da versão Autobiography, dotada também de rodas de 22 pol. Os recursos de conveniência passavam por fechamento suave e automático de portas, compartimentos refrigerados, sistema de áudio Meridian de alta definição, ar-condicionado de quatro zonas, sistema de massagem nos bancos e câmeras ao redor.
Até bancos que fazem massagem foram adotados no novo Range Rover; os
motores consumiam menos e o Terrain Response ganhava atuação automática
Na parte técnica, a sofisticação do utilitário incluía amortecimento com controle eletrônico, assistente para estacionamento e controlador de velocidade e da distância segura à frente, capaz de parar o veículo se preciso. O Terrain Response, seletor que ajusta diversos parâmetros do veículo (como tração, acelerador, suspensão e câmbio), passava a ter atuação automática em vez de comandada apenas pelo motorista. A tração integral permanente continuava a oferecer redução.
O motor de topo era o conhecido V8 de 5,0 litros a gasolina com compressor e 510 cv, capaz de levar o Range Rover de 0 a 96 km/h em 5,1 segundos e de consumir 9% a menos. Na gama a diesel, o V6 de 3,0 litros prometia redução de 22% em consumo em relação ao antigo V8 de 4,4 litros, motor este ainda oferecido.
O fato de haver hoje utilitários esporte de quase todas as marcas, da Cadillac à Porsche, da Lincoln à BMW, não incomoda a Land Rover. Ela sabe que seu inovador 4×4 de luxo conquistou uma reputação de conforto, resistência e prestígio inabalável, que resiste ao passar do tempo e às modas que vêm e vão. Se um dia todos se cansarem desses veículos e voltarem a usar automóveis, é uma certeza que ainda existirão inúmeros adeptos desse estilo de vida chamado Range Rover.
Ficha técnica
Range Rover 3,5 (1970) | Range Rover 4,3 (1992) | Range Rover 4,6 (1995) | Range Rover 5,0 (2011) | |
1ª. geração | 2ª. geração | 3ª. geração | ||
MOTOR | ||||
Posição e cilindros | longitudinal, 8 em V | |||
Comando e válvulas por cilindro | no bloco, 2 | duplo no cabeçote, 4 | ||
Diâmetro e curso | 88,9 x 71,1 mm | 94 x 77 mm | 94 x 82 mm | 92,5 x 93 mm |
Cilindrada | 3.528 cm³ | 4.275 cm³ | 4.552 cm³ | 4.999 cm³ |
Taxa de compressão | 8,5:1 | 8,95:1 | 9,35:1 | 9,5:1 |
Potência máxima | 135 cv a 4.750 rpm | 203 cv a 4.850 rpm | 226 cv a 4.750 rpm | 510 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 25,5 m.kgf a 2.500 rpm | 34,7 m.kgf a 3.250 rpm | 38,7 m.kgf a 3.000 rpm | 63,7 m.kgf a 2.500 rpm |
Alimentação | 2 carburadores | injeção multiponto | injeção direta, compressor | |
TRANSMISSÃO | ||||
Tipo de câmbio e marchas | manual, 4 | manual, 5 ou automático, 4 | automático, 4 | automático, 6 |
Tração | integral | |||
FREIOS | ||||
Dianteiros | a disco | a disco ventilado | ||
Traseiros | a disco | a disco ventilado | ||
Antitravamento (ABS) | não | sim | ||
SUSPENSÃO | ||||
Dianteira | eixo rígido | indep., McPherson | ||
Traseira | eixo rígido | indep. multibraço | ||
RODAS | ||||
Pneus | 205/80 R 16 | 255/65 R 16 | 255/50 R 20 | |
DIMENSÕES | ||||
Comprimento | 4,47 m | 4,65 m | 4,715 m | 4,972 m |
Entre-eixos | 2,54 m | 2,74 m | 2,88 m | |
Peso | 1.725 kg | 2.080 kg | 2.150 kg | 2.605 kg |
DESEMPENHO | ||||
Velocidade máxima | 153 km/h | 176 km/h | 200 km/h | 225 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 15,2 s | 10,0 s | 9,9 s | 5,9 s |
Dados do fabricante; ND = não disponível |