O projeto da Chevrolet S10 e do Blazer veio dos Estados Unidos, onde utilitários em geral usam gasolina. Foi preciso desenvolver aqui a versão a diesel para atender à demanda local. Ford Ranger e Dodge Dakota passariam por isso em 1998. A frente dos modelos da GM também era outra no Brasil.
Os primeiros compradores da Renault Scénic notaram falta da cor preta no catálogo: os franceses achavam que ela não teria procura em um país quente e alegre como o Brasil. O engano logo foi corrigido.
Ao fazer o Golf nacional, a Volkswagen mudou a estrutura frontal para retirar as bolsas infláveis. Os brasileiros ainda não davam muito valor à segurança. Pouco tempo depois, a Renault tirou as bolsas que vinham de série no Clio.
O Mercedes-Benz Classe A apareceu em 1999 com uma caixa manual longa, confortável para viajar, mas que deixava as respostas lentas em quinta marcha. Dois anos depois, um forte encurtamento trazia agilidade ao custo de maiores consumo e ruído.
Na Europa a Ford tinha o Fusion, uma espécie de perua derivada do Fiesta. Para o Brasil, seu departamento de marketing viu espaço para um ar de utilitário esporte, com molduras plásticas e estepe na tampa traseira, e assim nasceu o Ecosport. A ideia deu tão certo que hoje o modelo é mundial.
A Fielder que a Toyota fabricou aqui era a única do mundo com essa frente. É que seguíamos o modelo norte-americano do Corolla, mas a perua só existia com a dianteira mais curta do sedã europeu ou japonês.
O motor flexível, por si só, foi uma adaptação para o Brasil. Mas a Honda não queria usar tanque de partida a frio junto ao motor, como todas faziam aqui desde os anos 70. No Fit e no Civic, ele foi montado no para-lama em uma resistente caixa de aço com portinhola separada.
Na Europa há lugar para carros bem pequenos de uso urbano. Aqui, espaço para bagagem tem mais importância, o que exigiu alongar a traseira do Volkswagen Up nacional em 6 cm. Outra medida foram os vidros de descer nas portas traseiras, que o alemão não tinha.
O Mitsubishi Lancer com rodas de 18 pol e suspensão baixa tinha um visual esportivo, mas foi reprovado em conforto no piso nacional. Em 2015, três das quatro versões ganhavam rodas 16 e suspensão elevada e mais macia.
A eficiente transmissão de dupla embreagem do Audi A3 e do Volkswagen Golf, em pisos irregulares, fazia ruídos e relutava em trocar marchas. Por isso, os carros feitos aqui receberam uma caixa automática tradicional, o que se repetiria no Polo.
O projeto espartano do Toyota Etios precisou de mudanças para nosso mercado. O painel se tornou digital, os motores ganharam potência e surgiu uma caixa automática, que ainda não existe na Índia, onde ele nasceu.
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