Apesar da sociedade entre as marcas, esses hatches abaixo de
R$ 45 mil são diferentes em estilo, atitude e no que oferecem de melhor
Texto e fotos: Fabrício Samahá
No mundo do automóvel, existem associações de fabricantes que resultam em grande cooperação entre os produtos — caso típico é o da PSA Peugeot Citroën, que faz modelos com intenso compartilhamento de plataformas, motores e componentes, como 408 e C4 Lounge. Outras fusões, porém, preservam os desenvolvimentos independentes para a maioria de seus modelos, de modo que muito pouco em cada um deles poderia sugerir que as marcas estão associadas. É o que acontece com Nissan March e Renault Sandero.
Projetados em momentos diferentes e para continentes diversos, esses hatchbacks pequenos acabam competindo entre si em alguns mercados — como o brasileiro. Coincidência ainda maior é que ambos foram remodelados quase ao mesmo tempo por aqui, nos últimos meses, com o March assumindo cidadania brasileira e o Sandero passando pela extensa reformulação que os europeus conheceram em 2012.
Nissan March SL 1,6 16V |
Renault Sandero Dynamique 1,6 |
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3,83 m | 4,06 m | ||||||||
111 cv | 98/106 cv | ||||||||
R$ 43.980 | R$ 44.915 | ||||||||
Preços públicos sugeridos, em reais, para os carros avaliados, com possíveis opcionais |
Se essa não fosse razão suficiente para compará-los, existe a semelhança nos quatro “Ps” que norteiam nossos confrontos. Em proposta de uso, ambos são hatches de cinco portas com espaço para pequenas famílias e bom desempenho, o que os torna bastante apropriados ao uso urbano e breves viagens. Em porte, o Renault mede 23 centímetros a mais em comprimento e 14 cm em distância entre eixos, diferenças importantes, mas que não os tiram do mesmo segmento (ele não chega a ser um médio, apesar de estar entre os maiores dos pequenos).
Equipados com motores flexíveis de 1,6 litro — de duas válvulas por cilindro no Sandero e quatro no March —, eles estão próximos na potência com álcool, 106 e 111 cv, na ordem, embora o primeiro perca 8 cv ao usar gasolina (no outro o valor é mantido com qualquer combustível). Quanto ao sempre importante preço, a similaridade é grande: R$ 44,9 mil pelo Dynamique da Renault e R$ 44 mil pelo SL da Nissan, ambos em versão de topo, com pintura metálica e (no primeiro) os opcionais disponíveis. São valores equivalentes aos de versões mais simples de oponentes mais elaborados, como Ford Fiesta S e Peugeot 208 Active.
Que outras semelhanças e contrastes há entre esses produtos de marcas sócias? Qual delas encontrou as melhores soluções para oferecer um hatch de concepção simples, mas bem-equipado, por praticamente o mesmo preço? Buscaremos as respostas nas páginas seguintes.
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