Pesquisa aponta satisfação com espaço, estilo e custo-benefício dos Renaults; acabamento é a principal crítica
Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação
Menos estilo e refinamento, que em geral são associados aos carros franceses, e mais simplicidade e robustez: foi com essa proposta que o Renault Logan chegou ao Brasil, em 2007, seguido pelo Sandero. Ambos conquistaram seu espaço e sofreram evoluções importantes na segunda geração. O que seus donos pensam sobre eles? Quais os maiores atributos e defeitos? Como são as concessionárias? As respostas estão neste Guia de Compra.
O segundo Logan foi lançado no Brasil em 2013, e o Sandero, no ano seguinte. Em relação aos modelos anteriores, mostravam grande avanço em estilo por fora e por dentro e traziam mais equipamentos. Espaço interno e para bagagem continuavam pontos altos. Havia três versões para cada um: Authentique, Expression e Dynamique. A primeira usava só o motor de 1,0 litro e 16 válvulas (potência de 77 cv com gasolina e 80 com álcool, torque de 10,2/10,5 m.kgf) e vinha de série com bolsas infláveis frontais e freios antitravamento (ABS). Ar-condicionado era opcional. O Sandero tinha direção assistida, cobrada à parte no Logan.
A Expression podia ter esse motor ou o de 1,6 litro e oito válvulas (98/106 cv e 14,5/15,5 m.kgf). Seus conteúdos incluíam ar, direção, alarme, controle elétrico de vidros e travas e rádio com MP3. Na Dynamique, sempre com motor 1,6, vinham ainda controlador e limitador de velocidade, faróis de neblina e rodas de alumínio. As duas últimas versões ofereciam opção pelo sistema de áudio Media Nav com navegador e tela de toque de 7 pol.
O Sandero Stepway, versão “aventureira”, seguia as novidades pouco depois. Tinha suspensão 4 cm mais alta e rodas de 16 pol, além do visual diferenciado. O conteúdo de série incluía ar-condicionado automático, faróis de neblina e sensores de estacionamento traseiros. Bancos de couro eram opcionais. A transmissão automatizada de cinco marchas Easy R aparecia ainda em 2014, disponível para versões 1,6.
Primeiro a mudar de geração, o Logan melhorava muito em estilo; a versão Authentique, acima, vinha com acabamento simples e motor de 1,0 litro
Em 2016 a Renault Sport lançava seu primeiro carro nacional, o Sandero RS 2.0. O motor de 2,0 litros e 16 válvulas (145/150 cv e 20,2/20,9 m.kgf) vinha do Duster, a caixa manual tinha seis marchas e a suspensão era mais firme. Esse esportivo vinha de série com controle eletrônico de estabilidade e tração, freios a disco nas quatro rodas, seletor com três modos de condução e sistema Media Nav. Podia ter ainda rodas de 17 pol. Outra opção era o Sandero GT Line, com visual mais esportivo e motor 1,6. Recebia conjunto aerodinâmico, rodas de 16 pol, novo acabamento para os bancos e sistema Media Nav.
Em 2016 a Renault Sport lançava seu primeiro carro nacional, o Sandero RS 2.0, com motor de 150 cv, caixa manual de seis marchas e suspensão mais firme
Os motores mudavam nos modelos 2017: passavam à linha SCE, mais econômica e potente. O de 1,0 litro, três cilindros e 12 válvulas produzia 79/82 cv e 10,2/10,5 m.kgf. O de 1,6 litro, agora com 16 válvulas (115/118 cv e 16 m.kgf), vinha da Nissan e podia ter a transmissão Easy R. O Sandero ganhava a versão Vibe como opção superior de 1,0 litro.
O Sandero seguia as mudanças e ganhava sistema de áudio Media Nav; motores de 1,0 e 1,6 litro podiam equipar a versão intermediária Expression, acima
A Renault também ofereceu edições limitadas. O Logan Exclusive, da linha 2015, vinha com bancos de couro, ar-condicionado automático, sistema Media Nav e câmera traseira para manobras. O Sandero Stepway teve a série Rip Curl, no modelo 2016, em parceria com a grife australiana de moda para surfistas. Tinha itens externos em cinza e bancos com revestimento similar ao neoprene. Para o Sandero R.S., a edição Racing Spirit de 2017 adicionava rodas 17 com pneus especiais e detalhes vermelhos por fora e por dentro.
“Robustez e itens de conforto”
Quem conhece o Logan ou o Sandero sabe que espaço interno é uma de suas qualidades. De fato, esse foi o item mais elogiado pelos donos no Teste do Leitor do Best Cars, com 69% de citações. Em segundo lugar estão estilo e relação custo-benefício (41% cada), seguidos pelo espaço para bagagem dos dois modelos (38%). Para 31% dos participantes, a estabilidade é um destaque desses Renaults. Depois vêm conforto da suspensão, mesmo no Sandero RS, e controlador de velocidade (28%), seguidos pelo consumo de combustível com os motores de 1,0 e 1,6 litro (24%). Vale citar ainda o sistema de áudio e navegação (21%), o desempenho com os vários motores e a robustez do carro (17% cada).
Rodas de alumínio vinham de série na versão Dynamique; o Media Nav era opcional; pouco depois a Renault lançava a caixa automatizada Easy R
Telmo Ryoiti Kubo, de Franco da Rocha, SP, dono de Logan Expression Avantage 1,6 2016, opina: “Destaco o estilo, a robustez da suspensão e a presença de itens de conforto e conveniência. O amplo espaço interno, assim como o porta-malas. Uma suspensão muito boa e que quase não requer manutenção. O ar-condicionado é muito eficiente. Surpreendente é o baixo custo do seu seguro.”
Para Hugo, do Rio de Janeiro, RJ, o Sandero R.S. 2,0 2016 tem “custo-benefício muito bom. Carro extremamente instigante. Ronco superlegal. Suspensão perfeita para um ‘esportivo’ que anda no nosso asfalto lunar. Faz muita curva. Tem uma performance comparável a veículos muito mais caros. Carro perfeito para o dia a dia. Já tive Mini Cooper S e o Sanderinho me fez lembrar muito dele, mas supera o Mini em espaço e porta-malas.”
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