Conceitos: o tortuoso caminho até chegar ao mercado

Conceitos

 

Sucesso nos salões, os estudos inspiram o estilo dos automóveis de produção, mas essa trajetória às vezes passa por trajetos conturbados

Texto: Fabrício Samahá – Fotos: divulgação

 

Por que o Volkswagen Up não tem grade dianteira? De onde veio a inspiração para modelos ousados como o Citroën DS5, o Plymouth Prowler ou o primeiro Ford Ka? O que aconteceu para que carros como Chevrolet Agile, Hyundai Veloster e Pontiac Aztek chegassem ao mercado com linhas tão controversas?

As respostas dessas questões estão em uma mesma expressão: carro-conceito. São modelos de estudo, em geral revelados nos grandes salões internacionais, que servem de plataforma para testar a aceitação do público a ideias originais de estilo e tecnologia. O sucesso — ou fracasso — do conceito baliza, então, o fabricante sobre o que deve ser mantido ou modificado no projeto.

 

 

Essa estratégia tem-se desvirtuado nos últimos anos: em muitos casos a versão “conceitual” — como se constata, em geral, depois de seis a 12 meses — não passa do futuro modelo de produção com rodas maiores, faróis e lanternas mais ousados e outras pequenas diferenças. A ideia é criar expectativa no mercado pelo que vem por aí, sem entregar em definitivo os detalhes de sua aparência. A lista desse tipo de “falso conceito” ganha dezenas de modelos a cada ano.

Em outros casos, porém, o carro colocado no mercado acaba não tão parecido ao estudo por ter de atender a requisitos como espaço interno, praticidade de uso, segurança e custos que pouco importam na fase conceitual. A diferença tende a aumentar nos projetos de gestação demorada, aqueles que requerem cinco anos ou mais até o início de produção. Torna-se comum que o fabricante repense os padrões de estilo entre a apresentação do primeiro estudo e a chegada efetiva às ruas.

Nessas categorias estão os casos mais interessantes, alguns deles brasileiros. Selecionamos 100, dispostos em ordem alfabética. O conceito é sempre o da foto à esquerda.

 

 

Alfa Romeo Brera

O conceito de 2002 anunciava motor Maserati V8 de 400 cv e tração traseira, soluções que se perderam até o lançamento em 2005 e acabaram aproveitadas anos depois no 8C Competizione. O Brera de série saiu com um V6 de 260 cv e tração dianteira ou integral. O visual foi mantido em sua essência, mas foi preciso acrescentar uma janela lateral atrás da porta, sem a qual a coluna traseira larga criaria um grande ponto cego.

 

 

Aston Martin Rapide

Pelos quatro anos decorridos entre o estudo de 2006 e o modelo de produção de 2010, tudo indica que a marca inglesa não pretendia colocá-lo em linha ao desenhar o primeiro. Mas o fez preservando todo o charme de sua silhueta de cupê, de modo que é difícil encontrar uma diferença de estilo entre eles.

 

 

Audi TT

O cupê esportivo é um dos muitos carros que a Audi antecipou como conceito (antes houve o Space Frame de 1993, praticamente igual ao primeiro A8 do ano seguinte). O estudo de 1995 partiu de projetistas da marca em suas horas vagas, com alguma inspiração nos “Flechas de Prata” da Auto Union que batiam recordes de velocidade nos anos 30, e agradou tanto que foi colocado em produção em 1998. Ao desenho original foi acrescentada apenas a pequena janela lateral traseira, para maior visibilidade.

 

 

Audi Al2 e A2

O pequeno monovolume com carroceria de alumínio A2 apareceu em 1999 com linhas quase iguais às do conceito Al2 de 1997, mas uma falsa grade (na verdade não admitia ar) foi adotada na frente, talvez para manter a identidade da marca. A julgar por seu insucesso comercial, talvez a Audi fizesse melhor em deixá-lo apenas na fase conceitual.

 

 

Audi Pikes Peak Quattro e Q7

Volkswagen e Porsche estavam apresentando seus utilitários esporte Touareg e Cayenne quando a Audi mostrou, em 2003, o conceito Pikes Peak Quattro, que fazia alusão à prova de subida de montanha nos EUA. O motor era um V8 biturbo com 500 cv. Três anos depois, o terceiro fruto do projeto conjunto dos fabricantes ganhava as ruas como Q7 com sutis alterações visuais.

 

 

Audi Le Mans e R8

R8 era apenas o carro de competição da Audi na 24 Horas de Le Mans em 2003, quando o conceito Le Mans surgiu no Salão de Frankfurt, causando impacto com seu desenho futurista. Todo esse estilo, incluindo as “lâminas” laterais, foi mantido na versão de produção R8, apresentada em 2006. Curiosamente, o motor V10 com dois turbos e 610 cv do estudo nunca chegou a ser aproveitado.

 

 

Audi Metroproject e A1

Em 2007 a marca dos anéis revelou o estudo Metroproject, um hatchback bastante compacto. Três anos mais tarde era lançado o A1, que seguia as formas do conceito e mantinha o peculiar arco lateral em cor contrastante à da carroceria. Alguns itens mudaram de uma fase para a outra, como para-choque, faróis, grade e o recorte do capô.

 

 

Audi Cross Coupe e Q3

A história do A1 repetiu-se entre os utilitários esporte: o Cross Coupe do Salão de Xangai de 2007 antecipou o que se tornaria em 2011 o Q3, modelo menor que o Q5 (que ainda não existia quando aquele conceito foi revelado). Não foi preciso ir muito além de diminuir as rodas, trocar os faróis por outros menos futuristas e arrumar um lugar para a placa dianteira.

 

 

BMW Turbo e M1

Desenvolvido como demonstração de tecnologia para o período dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972, o Turbo era diferente de tudo o que a BMW havia feito. Suas linhas imponentes inspiraram o primeiro superesportivo da marca, o M1, que chegou ao mercado sete anos depois. Mesmo que nenhum item de aparência seja igual entre eles, a semelhança é inegável. Irônico é que o M1 de rua nunca teve um turbocompressor como o que originou o nome do conceito.

 

 

BMW Z07 e Z8

Uma interpretação moderna do roadster  507 de 1955: esse era o Z07, revelado no Salão de Tóquio de 1997. O nome buscava unir o passado ao presente, pois já estava em linha o compacto Z3. Na linha 2000 a BMW estreava o Z8, muito parecido ao conceito, embora tivesse perdido a “dupla bolha” no teto removível (havia uma capota de lona), o prolongamento do encosto do motorista inspirado no Jaguar D-Type de corridas e as rodas com fixação central, enquanto luzes de direção e um defletor dianteiro foram adicionados.

 

 

BMW CS1 e Série 1

Um pequeno conversível previu, no Salão de Genebra de 2002, as linhas que a marca de Munique adotaria dois anos depois no Série 1. Só que ele nasceu como hatchback e precisou de quatro anos para ganhar sua versão a céu aberto, que então confirmou a semelhança com o conceito já distante no tempo. Em alguns aspectos o modelo de série foi menos ousado, talvez pela rejeição que vários projetos de Chris Bangle sofreram dos fãs da BMW durante seu período no comando do Estilo da empresa.

Próxima parte

 

 

 

Bugatti EB 18/4 Veyron e EB 16/4 Veyron

Foram vários os conceitos apresentados pela Bugatti desde 1998, quando o Grupo Volkswagen assumiu a marca francesa, mas só um deles chegou à produção. O Veyron, cujo nome homenageava Pierre Veyron, vencedor em Le Mans em 1939, apareceu em 1999 com a sigla EB 18/4 relativa a Ettore Bugatti, 18 cilindros e quatro turbos. O todo-poderoso Ferdinand Piëch anunciava em 2001 que ele seria fabricado, com a promessa de atingir 1.001 cv e mais de 400 km/h, e a cumpria em 2005. Além de algumas alterações visuais (caso da grade mais baixa), dois cilindros a menos que no primeiro conceito explicavam a alteração para 16/4.

 

 

Cadillac Eldorado Brougham

A versão mais avançada da linha Eldorado apareceu em 1955 como “carro de sonho”, como eram chamados à época os conceitos. Ostentava um estilo exagerado e imponente, com pontas (“dagmars”) no para-choque dianteiro, para-brisa envolvente, portas traseiras com abertura para trás sem coluna central e aletas nos para-lamas traseiros. Ainda que redesenhado, o modelo de série de 1957 mantinha todos aqueles elementos. A ausência de coluna foi um pioneirismo entre modelos de quatro portas naquele mercado.

 

 

 

Cadillac Evoq e XLR

O esforço da divisão de luxo da General Motors para se rejuvenescer teve um ponto importante no cupê de conceito Evoq de 1999, cujas formas angulosas, com faróis e lanternas traseiras verticais (inspirados em antigos modelos da marca), foram seguidas por todos os seus lançamentos dos anos 2000. Quatro anos depois desse estudo chegava ao mercado o roadster  de luxo XLR, bastante próximo em termos de estilo e baseado na plataforma do Chevrolet Corvette.

 

 

Cadillac Converj e ELR

O Converj do Salão de Detroit de 2009 previa uma variação mais luxuosa para o Chevrolet Volt, o carro elétrico da GM que usa um motor a gasolina para recarga das baterias. O ELR entrava em produção só em 2013 com estilo praticamente igual.

 

 

Chevrolet Corvette

O mais famoso carro esporte dos Estados Unidos surgiu como conceito em janeiro de 1953 no Motorama, evento organizado pela GM com carros “de sonho” e de produção. A aceitação à proposta de um conversível com mecânica dos Chevrolets comuns justificou colocá-lo em linha, o que se deu em apenas cinco meses, aproveitando a facilidade da carroceria de plástico e fibra de vidro. Pouco foi mudado no visual do Corvette além da remoção das tomadas de ar à frente do para-brisa.

 


Chevrolet Nomad

A Nomad conceitual foi um dos estudos feitos a partir do primeiro Corvette para os Motoramas de 1954. A ideia de uma perua esportiva fez adeptos, mas a Chevrolet preferiu aplicá-la a um modelo mais convencional e de construção mais barata. A Nomad de série foi fabricada de 1955 a 1957 com base no Bel Air e, embora semelhante à outra nas formas do teto, ficava longe de obter o mesmo charme.

 

 

Chevrolet Beat e Spark

Ousadia não faltava ao conceito Beat de 2007, um pequeno hatch de três portas. Lançado em 2010, o Spark deixava clara a tentativa de se parecer àquele estudo, até mesmo na cor escolhida para divulgação, mas a frente com faróis grandes demais e as cinco portas deixavam-no menos interessante.

 

 

Chevrolet GPix e Agile

Um caso típico de quanto as coisas podem piorar entre o conceito e a produção. O GPix do Salão de São Paulo de 2008 parecia um crossover  esportivo com grandes rodas e pneus, três portas e linhas robustas. Então a GM acrescentou duas portas, diminuiu as rodas, eliminou os leds, aumentou os faróis a um ponto desproporcional e… chegou ao Agile no ano seguinte.

 

 

Chevrolet Camaro

Assim como o Dodge Challenger, o Camaro de nova geração tomou as atenções no Salão de Detroit de 2006 ao trazer de volta elementos visuais dos modelos da fase áurea dos “carros musculosos”, os fins dos anos 60 e começo dos 70 — o Camaro de 1969 foi o principal inspirador. Não se sabe se a GM já pretendia colocá-lo em produção, o que acontecia em 2009 com modificações bastante sutis ao desenho. No caso do Challenger, o estilo do conceito foi preservado a tal ponto que decidimos nem colocá-lo aqui.

 

 

Chrysler Pronto Cruizer e PT Cruiser

Embora tudo tenha começado em 1997 com o Plymouth Pronto (na foto menor), um hatch conceitual com frente inspirada na do roadster  Prowler da mesma divisão da Chrysler, a mistura de retrô e atual ficou bem mais interessante no ano seguinte com o Pronto Cruizer, já sob a marca Chrysler (a Plymouth estava a caminho da desativação). Embora com três portas e perfil mais esportivo, esse conceito trazia elementos visuais que chegariam ao PT Cruiser de série, como os para-lamas bojudos e a seção mais baixa das janelas.

 

 

Chrysler Crossfire

O grupo Chrysler é um dos que mais criou conceitos ousados e acabou colocando-os em produção. O Crossfire do Salão de Detroit de 2001 inspirava-se no Bugatti Atlantic com as formas convergentes da traseira, a “espinha dorsal” e a cabine recuada com janelas pequenas. Em dois anos o modelo chegava às ruas com a plataforma do Mercedes-Benz SLK (eram tempos da associação DaimlerChrysler) e muito das formas do conceito, ainda que tenha recebido uma traseira mais larga, vidro posterior inteiriço, portas com maçanetas aparentes e, claro, retrovisores que conseguissem mostrar alguma coisa.

 

 

Chrysler Nassau e 300C

Foi uma mudança e tanto para a Chrysler, que vinha fazendo grandes sedãs com tração dianteira, cabine avançada e linhas arredondadas como o 300M. O Nassau propôs em 2000 o padrão de estilo que o 300C adotaria em 2004, com formas mais retas e imponentes e cabine recuada para destacar a tração traseira. As lanternas envolventes atrás foram um detalhe que se perdeu até a produção.

 

 

Citroën Xanae e Xsara Picasso

O aspecto mudou bastante, mas do estudo do Salão de Frankfurt de 1995 até a minivan de série, revelada em 1999, foram preservadas a linha da carroceria e algumas formas como as de faróis e janelas laterais. Até a faixa preta nos para-choques da Picasso faz lembrar a Xanae. Contudo, não chegaram à produção as portas traseiras invertidas sem coluna central, os faróis com fibra ótica e a suspensão hidroativa com controle de inclinação nas curvas cedida pelo Xantia.

Próxima parte

 

 

 

Citroën C3 Lumiere e C3

Inspirados no longevo 2CV, os franceses mostraram no Salão de Paris de 1998 o conceito que daria origem ao C3 em 2001. Mesmo perdendo alguns elementos (como as portas traseiras invertidas) e ganhando uma série de adornos e detalhes que tiraram a pureza de linhas do estudo original, o carro de produção tem muito em comum com ele, das formas de capô e grade à linha curva que serve de base às janelas.

 

 

Citroën C6 Lignage e C6

Chama atenção nesse caso — além da semelhança entre os dois — o tempo que a marca levou para passar do conceito de 1999 ao modelo de produção de 2005: seis anos, praticamente toda uma geração para um automóvel. Mesmo assim, as linhas do C6 Lignage continuaram ousadas quando transpostas para o C6 de série, mesmo que tenha sido necessário adotar maçanetas, retrovisores e espaço para placa.

 

 

 

Citroën C-SportLounge e DS5

Outro caso peculiar pelo tempo decorrido entre a apresentação do estudo (Frankfurt, 2005) e o lançamento do carro definitivo (Xangai, 2011). Ao C-SportLounge foram acrescentados muitos detalhes até o DS5, como grade superior dianteira, vincos no capô, elemento junto aos faróis de neblina, maçanetas nas portas traseiras e as curvas do vinco lateral abaixo das janelas — o que o deixou algo congestionado em comparação ao “limpo” conceito. Como em outros estudos da marca, as portas traseiras abertas para trás perderam-se na transição.

 

 

Dodge Viper

O primeiro Viper pertence a uma fase em que vários conceitos da Chrysler chegaram à produção. O modelo do Salão de Detroit de 1989 era um tanto radical, como no para-brisa baixo e envolvente, mas sua essência foi mantida com êxito no carro de série, lançado em 1992. Na segunda geração a estratégia se repetiu: o conceito de 2000 previa o modelo de produção de 2003.

 

 

Dodge Neon

Capô curto, cabine ampla com grandes vidros e faróis ovalados são elementos visuais do sedã médio de 1994 que já estavam no modelo conceitual, mostrado três anos antes. As portas traseiras de abertura inversa às dianteiras foram descartadas.

 

 

Dodge Intrepid ESX e Intrepid

O conceito ESX de 1996 antecipou em um ano a segunda geração do Intrepid, testando a aceitação do público a suas formas ousadas. Nem tudo saiu igual, porém: no estudo, elementos como para-lamas largos, janelas de perfil baixo e altura da tampa do porta-malas eram acentuados, além do tamanho das rodas e da ausência de retrovisores. Em termos técnicos, o ESX adotava propulsão híbrida com motor a diesel e duas unidades elétricas, o que o Intrepid de série nunca teria.

 

 

Fiat Trepiùno e 500

Quem viu o simpático estudo Trepiùno (referência aos três lugares mais um de emergência, ou tre più uno  em italiano) no Salão de Genebra de 2004 certamente não imaginou que a Fiat fosse explorar de forma tão intensa, em vários derivados, sua semelhança ao 500 produzido dos anos 50 a 70. As linhas foram mantidas no carro de série, lançado em 2007.

 

 

Ford Mustang II e Mustang

Embora o primeiro Mustang tenha sido um carro esporte de motor V4 central, apresentado em 1962, foi com o conceito Mustang II do ano seguinte que a Ford deu reais pistas do que chegaria ao mercado em abril de 1964 para se tornar um mito duradouro, já com 50 anos. Há muito em comum entre seus desenhos, mas a frente pontiaguda do estudo foi descartada.

 

 

Ford Probe III e Sierra

A série Probe de conceitos da Ford teve cinco versões, algumas bastante ousadas, prevendo um futuro que ainda não chegou. Mas o modelo III, do Salão de Frankfurt de 1981, parecia antecipar em apenas alguns anos as tendências de estilo ditadas pela aerodinâmica. Não deu outra: em 1982 nascia o Sierra com grande semelhança visual ao Probe III, incluindo o aerofólio traseiro com duas lâminas na versão esportiva.

 

 

Ford Mustang Mach III e Mustang

A história repetia-se 30 anos depois: o estudo Mach III de 1993 previa o padrão de estilo da geração do Mustang a ser lançada um ano depois, com linhas arredondadas e imponentes, mesmo que alguma moderação tenha sido aplicada entre um e outro (pena que também o motor tenha vindo moderado, sem os 450 cv do Mach III). A versão SVT Cobra, com faróis de neblina circulares, parece-se ainda mais com o conceito que os demais Mustangs.

 

 

Ford Ka

Tão parecidos, mas tão diferentes: quando o conceito Ka foi revelado, no Salão de Genebra de 1996, a Ford já tinha pronto um desenho mais anguloso, cheio de arestas, dentro da filosofia de estilo New Edge que passaria a vigorar em sua linha. O carro do salão visava, ao que tudo indica, a despistar a concorrência. Uma pista do que chegaria à produção foi dada pouco depois no evento de Turim com o Ghia Saetta (em azul no detalhe), um roadster  elaborado pelo estúdio de estilo cuja frente era praticamente igual à do Ka definitivo, lançado no mesmo ano em Paris.

 

 

Ford Triton e F-150

Antes de substituir a F-150 (então igual a nossa F-1000) por um modelo mais arredondado e talvez menos imponente, em 1996, a Ford testou reações com o conceito Triton no ano anterior. A versão final acabou com faróis e grade maiores e perdeu a tomada de ar do capô. Mais tarde, em 1997, o estudo Powerforce antecipou as linhas que chegariam à F-250 Super Duty (e à F-250 brasileira) no ano seguinte.

 

 

Ford StreetKa

Para o Salão de Turim de 2000 o estúdio Ghia, pertencente à Ford, preparou uma versão roadster  conceitual para o Ka de primeira geração. A ideia foi bem-aceita e, três anos depois, ganhava as ruas com poucas alterações como a eliminação dos quebra-ventos, o acréscimo de um defletor no porta-malas e a simplificação do ousado interior do conceito. Só que a produção ficou a cargo de outro estúdio italiano, a Pininfarina.

Próxima parte

 

 

 

Ford Mustang

Como nos anos 60 e 90, o Mustang 2005 foi antecipado por um conceito, o Mustang GT do Salão de Detroit de 2003. Entre as mudanças na carroceria para produção estavam grade, para-choque, capô sem tomadas de ar e colunas traseiras com janelas, necessárias para a visibilidade, embora o estilo ficasse bem sem elas.

 

 

Ford Fairlane e Flex

Com um formato retilíneo que divide opiniões, o estudo Fairlane apareceu no Salão de Detroit de 2005 como uma grande perua com portas traseiras invertidas e o tema de faixas aplicado tanto à grade quanto às laterais. As portas mudaram, as faixas ficaram menos evidentes e os faróis cresceram, mas o Flex lançado em 2008 guardava a essência do conceito.

 

 

 

Holden Coupe e Monaro

Assim como o Audi TT (leia acima),  o conceito de um Commodore cupê nasceu do entusiasmo de projetistas da marca, que em suas horas vagas criaram um belo desenho. Exposto no Salão de Sydney, Austrália, em 1998 para celebrar os 50 anos da Holden, o carro agradou tanto que foi colocado em série em 2001 com o nome Monaro, o mesmo de um cupê histórico da empresa, e chegou a ser exportado aos EUA como Pontiac GTO. A maior diferença visual, na frente, deve-se ao fato de que o sedã havia sido reestilizado nesses três anos.

 

 

Honda SSM e S2000

Os japoneses atraíram atenções no Salão de Tóquio de 1995 com o Sport Study Model (SSM), um roadster  com linhas ousadas, carroceria de alumínio, tração traseira e motor de 2,0 litros. O projeto foi levado adiante e resultou em abril de 1999 no S2000, com carroceria de aço e muitas semelhanças ao conceito, tanto no visual quanto na técnica.

 

 

Honda CR-Z

A ideia de um pequeno esportivo com propulsão híbrida foi revelada pela Honda como estudo no Salão de Tóquio de 2007, já com o anúncio de que seria produzido. A versão definitiva aparecia no evento de Detroit em janeiro de 2010 com diferenças como faróis, para-choques, retrovisores, a posição do emblema da marca e um aumento nas janelas laterais, que eram muito estreitas.

 

 

Hyundai HCD-II e Coupe/Tiburon

Revelado no Salão de Nova York de 1993, o HCD-II sugeria um cupê arredondado para substituir o retilíneo Scoupe da marca sul-coreana. O projeto evoluiu para o Coupe ou Tiburon (conforme o mercado) de 1996, de linhas mais convencionais, mas ainda assim criativas.

 

 

Hyundai HED-3 Arnejs e I30

Um caso típico de conceito apresentado para chamar atenção para um próximo lançamento, que acaba sendo simplificado nos detalhes e perdendo apelo. O Arnejs apareceu no Salão de Paris de 2006 com as principais linhas que se veriam no I30 um ano depois, só que temperadas com faróis, para-choques, rodas, frisos, maçanetas e visual interno alterados para pior no modelo de produção.

 

 

Hyundai HND-3 Veloster e Veloster

O modelo de série causou impacto no Salão de Detroit de 2011, mas haveria muito mais se saísse igual ao estudo do evento de Seul de 2007. É natural que seja assim, pois a maioria das alterações buscou torná-lo mais prático: janela adicional nas colunas traseiras, tampa do porta-malas com abertura maior, espaço para a placa posterior, maçanetas e retrovisores mais funcionais. Além disso, no conceito não havia a terceira porta do lado direito.

 

 

Isuzu Asso di Fiori e Piazza/Impulse

Exposto no Salão de Genebra de 1979, o Asso di Fiori (ás de paus, do baralho, em italiano) foi criado pelo estúdio Italdesign de Giugiaro sobre a plataforma do carro T da GM, o Chevette no Brasil. Apenas 18 meses depois o modelo de produção aparecia com os nomes Impulse (nos EUA) e Piazza, diferenciado em itens como os quatro faróis fixos em vez dos escamoteáveis antes previstos.

 

 

Isuzu Vehicross

Com uma irreverente mistura de estilo futurista e ar de carro de brinquedo, o estudo Vehicross atraiu público ao estande da Isuzu no Salão de Tóquio de 1993. A produção em série começava após quatro anos com linhas bastante próximas ao do carro original, o que causou críticas como à visibilidade traseira, comprometida por largas colunas e um volumoso suporte de estepe externo.

 

 

Jaguar C-XF e XF

“O XF de série será parecido com o conceito em 70%”, anunciava a Jaguar no Salão de Detroit de 2007, quando o estudo C-XF estreou. De fato, grande parte de seu charme foi mantido na versão de produção mostrada no mesmo ano em Frankfurt, mesmo com um perfil menos esportivo para ganhar em espaço interno e funcionalidade. Outros conceitos da Jaguar que logo chegaram às ruas foram o Advanced Lightweight Coupe de 2005, que se tornou o atual XK, e o C-X16 de 2011, transposto na íntegra para a versão cupê do F-Type.

 

 

Jeep Concept 1 e Grand Cherokee

Tudo indica que o primeiro Grand Cherokee já estivesse em desenvolvimento quando a Jeep apresentou o Concept 1, em 1988, pois as linhas são praticamente as mesmas. Mas detalhes como os quatro faróis no para-choque e as janelas “à flor da pele”, que talvez não pudessem baixar dentro das portas, foram eliminados até a versão de série de 1992.

 

 

Jeep Compass

Um Jeep mais moderno, esportivo e jovial: assim o Compass de conceito aparecia no Salão de Detroit de 2002. Quando a ideia foi transposta para produção, em 2006, surgiram mais duas portas (com maçanetas disfarçadas) e muito da esportividade se perdeu com a nova definição de estilo.

Próxima parte

 

 

 

Kia Soul

A polêmica originalidade do estilo do Soul tem suas razões, pois foi como estudo que ele apareceu no Salão de Detroit de 2006, ostentando portas traseiras invertidas sem coluna central, enormes rodas e detalhes futuristas. Foi inevitável perder parte dos atrativos no modelo de série, de 2008.

 

 

Lamborghini 350 GTV e 350 GT

O primeiro carro da marca dos touros bravos, o GTV (Gran Turismo Veloce), foi mostrado em outubro de 1963 no Salão de Turim com desenho de Bertone. Não agradou com o contraste entre frente arredondada e traseira retilínea, o que levou Ferruccio Lamborghini a contratar a empresa Touring para um redesenho. Em março seguinte, em Genebra, o 350 GT de produção surgia com linhas mais suaves, faróis fixos em vez de escamoteáveis e traseira mais arredondada.

 

 

 

Lamborghini Countach LP 5000 e Countach LP 400

Um dos supercarros mais famosos da história também nasceu como conceito, o LP 5000 do Salão de Genebra de 1971. Dali até a produção do Countach LP 400, em 1973, houve mudanças como motor de 4,0 litros em vez de 5,0 (por isso a nova denominação), frente mais baixa, janelas divididas e tomadas de ar para o motor nas laterais traseiras. Não importa: mesmo modificado, ele continuou tão ousado e intimidador que causaria sensação até ser substituído pelo Diablo em 1990.

 

 

Land Rover Range Stormer e Range Rover Sport

Em busca de um rejuvenescimento da marca, a Land Rover mostrou em Detroit em 2004 seu primeiro conceito, o Range Stormer, com três portas (as laterais abriam como lâminas de tesoura), teto de perfil baixo e linhas mais esportivas que as do Range Rover tradicional. No ano seguinte o Range Rover Sport de produção aparecia no mesmo salão com formas inspiradas pelo estudo, mas com cinco portas comuns e perfil mais alto a fim de oferecer mais espaço interno.

 

 

Land Rover LRX e Range Rover Evoque

Poucos conceitos de linhas ousadas chegaram às ruas tão intocados quanto o LRX, que a Land Rover mostrou em 2008 no Salão de Detroit. As formas que surpreenderam no estudo hoje esbanjam modernidade no Evoque, adotado pela divisão de luxo Range Rover e lançado em 2010. Pena que, ao menos no Brasil, poucos optem pela esportividade do modelo de três portas.

 

 

Lexus LF-A e LFA

Após uma longa gestação de quase seis anos desde o primeiro conceito, do Salão de Detroit de 2005, a Lexus começava a produção de seu supercarro no fim de 2010. Nesse período o estilo foi refeito, sobretudo na frente, o que deixou o carro de série mais atraente e harmonioso que o primeiro estudo. O hífen da sigla perdeu-se em algum momento do processo de desenvolvimento.

 

 

Lotus Silver Car e Esprit

Carro prateado era a simples denominação do Lotus conceitual que Giugiaro desenhou e expôs no Salão de Turim de 1972. Adotado pela fábrica inglesa, ele reapareceu no ano seguinte em Genebra com o nome Esprit e serviu de base para desenvolver a versão de linha, que chegaria ao mercado em 1976 com poucas alterações, uma delas o para-brisa menos inclinado.

 

 

Mazda RX-Evolv e RX-8

Desenho esportivo, portas traseiras abertas para trás sem coluna central e motor rotativo de 280 cv eram elementos do conceito RX-Evolv, do Salão de Tóquio de 1999. Quando o RX-8 foi lançado, em 2003, os faróis eram mais convencionais, mas muito do estilo do estudo havia sido mantido, assim como o uso de motor com rotores em vez de pistões.

 

 

Mercedes-Benz Coupe Studie e CLK

Os quatro faróis ovalados causaram controvérsia no Salão de Genebra de 1993, quando a Mercedes revelou o estudo de um cupê de médio porte. O estilo frontal chegou ao mercado em 1995 com o Classe E, mas foi preciso esperar mais um ano pelo cupê, que ressurgiu como o CLK de série com um terceiro volume mais pronunciado.

 

 

Mercedes-Benz Vision A93 e Classe A

Mesma proposta, estilos diferentes: embora o conceito do Salão de Frankfurt de 1993 previsse um Mercedes bem menor que o usual, com forma praticamente monovolume, tração dianteira e aproveitamento de espaço pela verticalização, o desenho retilíneo (elaborado pelo estúdio italiano I.DE.A, mesmo autor do Fiat Palio inicial) foi todo refeito em favor de linhas mais arredondadas e agradáveis para o Classe A de primeira geração, lançado em 1997.

 

 

Mercedes-Benz SLK

A marca da estrela já estava consagrada com o grande conversível SL quando propôs um modelo menor, o SLK, nos Salões de Turim e de Paris de 1994. O desenho foi retocado com linhas mais suaves, mas tanto a proposta quanto a solução do teto rígido retrátil foram preservados no carro de produção, apresentado dois anos depois.

 

 

Mercedes-Benz AAV e Classe M

Embora a primeira geração do utilitário esporte devesse estar pronta quando o conceito AAV (All Activity Vehicle) foi revelado no Salão de Los Angeles de 1996, a Mercedes não deixou de exagerar na imponência com os para-lamas e pneus largos. Isso deixou o Classe M definitivo, lançado no ano seguinte, um tanto tímido em comparação.

 

 

Mercedes-Benz Vision SLR e SLR McLaren

Primeiro como cupê no Salão de Detroit de 1999, depois como roadster  em Frankfurt, o Vision SLR (a Mercedes costuma denominar seus conceitos com o prefixo Vision) antecipava mais que o estilo do modelo de produção de 2003: trazia também soluções técnicas a serem aproveitadas nele, como motor V8 com compressor, chassi de alumínio e compósito, freios a disco de cerâmica, bancos de fibra de carbono e lanternas traseiras com leds. Já os freios com acionamento eletro-hidráulico estrearam antes, no conversível SL de 2001.

Próxima parte

 

 

 

Mercedes-Benz Concept A e Classe A

A terceira geração do Classe A também teve um conceito anterior, no Salão de Xangai de 2011, mas dessa vez bastante próximo em estilo do carro final, já que apenas um ano os separava. Além de mudanças em faróis, retrovisores e grade, a Mercedes optou por lançá-lo apenas com cinco portas, o que o deixou menos esportivo que o estudo de três.

 

 

Mercury MC2 e Cougar

Interessada em rejuvenescer sua oferta, a divisão Mercury da Ford apresentava em um salão europeu (Frankfurt, 1997) o conceito MC2, um cupê de linhas suaves e faróis de perfil baixíssimo. Não demorou um ano para que o modelo de série aparecesse: o Cougar, derivado da plataforma do Mondeo e vendido na Europa sob a marca Ford. Os faróis tiveram de crescer, mas as linhas básicas do estudo foram preservadas.

 

 

 

Mitsubishi SST e Eclipse

No Salão de Detroit de 1998 os japoneses mostravam o Sophisticated Sports Touring, ou SST, com uma carroceria targa (aberta sobre os dois ocupantes) e desenho esportivo. Muito de suas linhas reapareciam no ano seguinte no Eclipse de terceira geração, apesar das formas mais discretas dos para-lamas e do acréscimo de uma janela lateral traseira ao cupê.

 

 

Nissan Z e 350Z

Reinterpretar um sucesso do passado como o Datsun 240Z nem sempre é fácil. A Nissan buscou um caminho de estilo com forte apelo nostálgico para o conceito chamado apenas de Z, do Salão de Detroit de 1999, mas acabou por escolher outro mais moderno para sua versão de produção, o 350Z lançado quatro anos mais tarde.

 

 

Nissan GT-R Proto e GT-R

O fabricante há de concordar: faltava muito ao conceito GT-R Proto do Salão de Tóquio de 2001 para merecer a sigla tão cultuada pelos japoneses depois de décadas do Skyline GT-R. Dali até o GT-R de produção passaram-se sete anos (uma versão ainda conceitual de 2005 já mostrava as linhas finais), mas o resultado foi muito bom em termos de desenho, mesmo que alguns traços básicos tenham sido aproveitados.

 

 

Opel Experimental GT e GT

Não é de hoje que o braço alemão da GM experimenta desenhos com carros-conceito. Em 1965 já mostrava o Experimental GT, um pequeno cupê esportivo capaz de superar 200 km/h. Três anos depois o GT entrava em produção com estilo quase inalterado, mas com faróis fixos (não mais escamoteáveis) e traseira revista.

 

 

Opel Signum

Quando mostrado como conceito, em 1997, o Signum parecia um Astra ampliado. Mas a Opel reviu sua estratégia e reposicionou o projeto como topo de linha, acima do Vectra, o que justificou adotar uma frente diferenciada já no Signum 2, de 2001. O modelo de linha era revelado em Genebra em 2003 com a plataforma do Vectra alongada e grande semelhança ao estudo inicial.

 

 

Opel GTC Geneve e Astra GTC

Concebido — como o nome sugere  para o Salão de Genebra de 2003, o conceito com base no Astra de terceira geração (Vectra hatch no Brasil) mostrava linhas esportivas e detalhes atraentes. Um pouco da esportividade foi perdido no GTC de série, lançado para 2005 como versão de três portas do Astra. Na quarta geração, o mesmo processo: o GTC Paris anunciava em 2010 o que se tornaria o novo Astra esportivo.

 

 

Opel Insignia

Desenhado pela Bertone, o modelo de conceito apareceu em Frankfurt em 2003 como proposta de sucessor do Omega, combinando formato hatch, portas traseiras corrediças e interior futurista. O Insignia de produção chegaria apenas em 2008 com a mesma tarefa de ser o topo de linha da Opel, mas com linhas e soluções mais convencionais.

 

 

Opel Antara GTC e Antara

Conhece esse utilitário esporte de algum lugar? Certamente, pois o Antara de 2006 originou o Saturn Vue e o Chevrolet Captiva, este vendido no Brasil. Antes deles, a Opel mostrou em Frankfurt em 2005 o Antara GTC, que sugeria apenas três portas e detalhes mais esportivos.

 

 

Peugeot 20 Coeur e 206 CC

Para antecipar as linhas de seu novo carro pequeno 206, a Peugeot levou ao Salão de Genebra de 1998 o 20 Coeur (20 coração), um simpático cupê conversível com teto rígido retrátil, solução que a marca francesa havia usado já nos anos 30. O 206 nasceu seis meses depois como hatch, mas em 2000 ganhou a versão CC, que reproduzia com fidelidade as formas e a solução de teto do conceito.

 

 

Plymouth Prowler

Com ampla liberdade de criação em torno do tema de um hot rod  moderno, a recriação da ideia de um esportivo simples como os feitos “em casa” nos anos 40 e 50, os projetistas da Plymouth (divisão da Chrysler já extinta) desenvolveram o Prowler para o Salão de Detroit de 1993. Como o Viper, esse foi um conceito tão bem-aceito que justificou a entrada em produção em 1997. As poucas diferenças visuais em geral vieram por força da legislação, como faróis maiores, luzes laterais e maçanetas.

Próxima parte

 

 

 

Pontiac Trans Sport

A divisão da GM teve ideias ousadas para responder às minivans da Chrysler com um produto avançado. A Trans Sport conceitual, mostrada no Salão de Detroit de 1986, combinava formas futuristas, uma porta lateral direita aberta para cima e interior inspirado em aeronaves. Quando a versão de série apareceu, três anos depois, não havia mais que certa semelhança visual, mas a minivan estava bem menos esportiva. Ganhou o apelido de dustbuster,  nome de um aspirador de pó portátil.

 

 

Pontiac Aztek

A mescla entre minivan e utilitário esporte parecia uma boa ideia quando o Aztek surgiu como estudo, no Salão de Detroit de 1999, com seu desenho original. O problema é que até o lançamento, dali a dois anos, a Pontiac o remodelou adotando grade e faróis maiores, cabine mais retilínea e um excesso de elementos em plástico preto-fosco. O resultado foi um estilo pesado, que não agradou a ninguém e fez do modelo um dos mais famosos fracassos da indústria norte-americana.

 

 

 

Pontiac Solstice

O belo conversível e sua versão cupê podem ser considerados uma compensação da Pontiac pelo erro cometido com o Aztek. Revelados no Salão de Detroit de 2002, os Solstices chegaram praticamente intocados às ruas em 2005 e 2009, na ordem.

 

 

Porsche Gruppe B e 959

O nome do conceito do Salão de Frankfurt de 1983 justifica-se pela intenção da marca alemã de colocá-lo para competir do Grupo B de rali, com uma versão de rua para fins de homologação. Como a categoria de supercarros foi encerrada após graves acidentes, o esportivo ficou restrito às estradas. Do Gruppe B para o 959 de série, de 1986, foram acrescentadas apenas algumas entradas e saídas de ar, mantendo-se as formas baseadas nas do 911, a tração integral e o motor de 2,85 litros.

 

 

Porsche Boxster

Um pequeno roadster  com motor central-traseiro, como o clássico 550 Spyder, só poderia ser bem-recebido pelos apreciadores da Porsche. Revelado no Salão de Detroit de 1993, o Boxster (nome que combina motor boxer  e roadster)  foi aprovado para produção em série, o que resultaria no modelo de 1996 com modificações sutis de aparência, caso das tomadas de ar laterais.

 

 

Porsche Carrera GT

No Salão de Paris de 2000 a Porsche brilhava com um supercarro de conceito com soluções das pistas, como estrutura com fibra de carbono, freios a disco de cerâmica e motor na raríssima configuração V10, com 5,5 litros e 558 cv. A versão de produção, três anos mais tarde, passou a 5,7 litros e 612 cv, mas recebeu poucas alterações visuais.

 

 

Renault Scénic

Embora pouco se pareçam em desenho, as Scénics de conceito (do Salão de Frankfurt de 1991) e de produção (lançada em 1996) seguem a mesma proposta de minivan compacta, na qual foram pioneiras na era moderna. Só que o estudo foi bem mais longe em soluções como as três portas laterais corrediças (as duas dianteiras para frente, a traseira direita para trás), tração integral e câmbio comandado por teclas.

 

 

Renault Vel Satis

Ousadia é o que não faltava ao Vel Satis do Salão de Paris de 1998, um amplo dois-volumes de duas portas com para-brisa que se estendia pelo teto. O modelo de série de 2001 mostra certa inspiração em elementos de estilo, mas é mais convencional.

 

 

Renault Captur

Rodas enormes, vidros de perfil baixíssimo, duas grandes portas abertas para cima e para frente e retrovisores diminutos com câmeras faziam do Captur do Salão de Genebra de 2011 um típico carro-conceito. Essas características foram descartadas no modelo de produção, lançado após dois anos com cinco portas e linhas mais comuns, que não deixam de ser atraentes.

 

 

Rolls-Royce 100 EX Centenary e Phantom Drophead Coupe

Para celebrar seu centenário, em 2004, a Rolls-Royce preparou um conceito de conversível com portas abertas para trás, capô e estrutura do para-brisa em alumínio sem pintura e um imenso motor de 16 cilindros e 9,0 litros. O V16 ficou para trás, preterido pelo V12 de 6,75 litros do sedã Phantom, mas o carro chegou ao mercado em 2007 como Drophead Coupe.

 

 

Subaru WRX

Nos últimos anos a Subaru tem apresentado conceitos com linhas radicais, mas que acabam perdendo a ousadia quando o modelo entra em produção. Aconteceu com o Impreza, entre o estudo de 2010 e a produção em 2012, e repetiu-se com o sedã esportivo WRX (hoje modelo independente do Impreza), que mudou bastante do conceito de 2013 para o carro de produção, lançado para 2014.

 

 

Suzuki Concept S e Swift

Antes que o Swift de nova geração fosse apresentado como modelo 2004, a fábrica japonesa previu parte de suas formas com o Concept S do Salão de Paris de 2002. Embora a esportividade do estudo seja inegável, o modelo de produção nos parece mais harmonioso e proporcional.

 

 

Toyota Publica Sports e Sports 800

Já nos anos 60 o fabricante japonês usava conceitos para antecipar modelos de linha. O Publica Sports apareceu no Salão de Tóquio de 1962 com um inusitado teto que deslizava para trás, lembrando um avião de caça, o que dava acesso ao interior e dispensava portas. A plataforma vinha do sedã Publica de produção. Em 1965 chegava ao mercado o Sports 800, com teto targa e portas convencionais, preservando as linhas do conceito.

Próxima parte

 

 

 

Toyota RAV4

Apesar das grandes diferenças de estilo, há elementos em comum entre o conceito RAV Four do Salão de Tóquio de 1989 e o RAV4 de produção, de 1994, como os elementos em preto-fosco nas laterais, as grandes janelas, a larga coluna central na cor da carroceria e o estepe externo junto à tampa traseira. Contudo, as linhas ficaram bem mais agradáveis, faróis e grade cresceram e foi descartado o guincho frontal, que ficava atrás de uma tampa na parte direita da grade. Teria o RAV4 alcançado seu grande sucesso caso as linhas do conceito fossem mantidas?

 

 

Toyota Prius

Dois anos se passaram entre a apresentação do Prius conceitual, no Salão de Tóquio de 1995, e o lançamento japonês do modelo híbrido de maior sucesso no mundo. Nesse período a Toyota reviu suas linhas: adotou faróis mais simples, aplicou vincos ao capô para valorizar seu emblema, eliminou os ressaltos dos para-choques e das molduras laterais.

 

 

 

Toyota Funtime e Yaris

Se a primeira geração do Yaris, ao ser lançada como modelo 1999, tiver deixado uma sensação de produto conhecido, a culpa é do estudo Funtime do Salão de Tóquio de 1997. As formas definitivas estavam no conceito em sua maior parte, mas detalhes ousados como faróis e as diminutas maçanetas mudaram até a produção.

 

 

Audi-Karmann Asso Di Picchie e Volkswagen Scirocco

Antes que o Asso Di Fiori desse origem ao Isuzu Piazza/Impulse (leia acima),  outro conceito da série inspirou um modelo da VW. Foi o Asso Di Picchie ou ás de espadas, revelado pelo estúdio Italdesign no Salão de Frankfurt de 1973 a partir do sedã Audi 80 (similar ao primeiro Passat). Consta que a diretoria do grupo gostou da ideia, mas pediu ao projetista que desenhasse algo mais moderado nas formas e nas proporções para ser fabricado. O resultado foi o Scirocco, lançado no ano seguinte.

 

 

Volkswagen Concept 1 e New Beetle

Um dos modelos retrô mais conhecidos mundo afora começou a nascer em 1994, quando a VW mostrou no Salão de Detroit o Concept 1. Era uma releitura do Fusca (Beetle nos EUA), com direito a gradinhas para as buzinas, como no modelo brasileiro dos anos 60. Motor transversal e tração dianteira ainda eram os do Polo, depois trocados pelos do Golf 4. Uma versão conversível vinha em seguida em Genebra; no ano seguinte, em Tóquio, as linhas assumiam formato muito parecido ao do New Beetle de série, apresentado em 1998.

 

 

Volkswagen CJ e Jetta

O belo cupê do Salão de Detroit de 1997 pode ter sido interpretado por muitos como um sucessor para o Corrado, mas a resposta vinha no ano seguinte: era a nova geração do sedã de quatro portas Jetta (chamado de Bora nessa fase, aqui como na Europa), feita com base no Golf que ainda estava por ser lançado quando o CJ apareceu.

 

 

Volkswagen Concept D e Phaeton

A missão do Phaeton era anunciada no Salão de Frankfurt de 1999, quando a VW apresentava o Concept D: colocar a marca no segmento de luxo para competir com Audi A8, BMW Série 7, Lexus LS e Mercedes-Benz Classe S. Motor V10 turbodiesel de 5,0 litros e 313 cv, tração integral e uma imponente carroceria hatchback estavam no cardápio, mas ao fim o modelo foi lançado em 2002 como sedã de três volumes, configuração mais aceita nessa categoria.

 

 

Volkswagen Up

A inspiração no Fusca parece ter levado a VW a voltar a pensar na colocação traseira do motor com o conceito Up, do evento de Frankfurt de 2007. Embora a ideia tenha sido abandonada, as formas preservaram-se para o modelo de série, lançado em 2011. Além de faróis mais simples, maçanetas e retrovisores mais funcionais, vidros traseiros maiores e uma versão de cinco portas, o Up de produção recebeu alguns vãos na frente para admitir mais ar ao motor em local não previsto.

 

 

Volvo ECC e S80

Environmental Concept Car ou ECC era um conceito de 1992 no qual a marca sueca aplicava soluções mais favoráveis ao meio ambiente, como sistema híbrido com motor elétrico e turbina a gás, amplo uso de materiais recicláveis e a capacidade de consumir variados combustíveis de origem mineral ou vegetal. Se esses recursos não chegaram à produção, ao menos o estilo do ECC inspirou o do S80, o Volvo de luxo apresentado seis anos mais tarde.

 

 

Volvo SCC e C30

Para o Salão de Detroit de 2001 os suecos desenvolveram o Safety Concept Car ou SCC, um hatch com propostas para uma direção mais segura, sobretudo em relação à visibilidade: colunas dianteiras vazadas com seções em plástico transparente, sensores que apontavam veículos em pontos cegos das laterais (hoje comuns), colunas centrais bem estreitas, tampa traseira toda envidraçada. Com duas portas a menos, seu desenho reapareceu em grande parte no C30 em 2006.

 

 

Volvo ACC e XC90

Também do evento de Detroit de 2001 é o Adventure Concept Car ou ACC, que mostrava propostas para o primeiro utilitário esporte da marca. Com alguma suavização das linhas, que ganharam refinamento, a versão de produção chegava às ruas no ano seguinte como XC90.

 

 

Volvo S60

Mais um dos casos em que o modelo de conceito era mais atraente, embora o S60 de série (lançado em 2010) também mereça o adjetivo. Além da habitual mudança de rodas, faróis e maçanetas, perderam-se as portas traseiras com abertura inversa à das dianteiras, mostradas no conceito de 2008.

Mais Curiosidades

 

 

Sair da versão mobile