Embora falte um ronco mais encorpado ou outro sinal de esportividade, o 308 THP
convence em desempenho: ótimo torque em baixa, 0-100 km/h em 8,3 segundos
Pela pequena diferença de potência, a Peugeot não precisou modificar a suspensão ou os pneus (Michelin Primacy HP no carro avaliado), que já estavam superdimensionados para a versão de 2,0 litros com sua medida 225/45 R 17. O 308 THP mantém o rodar firme, com molas e amortecedores de alta carga, e a grande estabilidade já conhecida do modelo. O controle eletrônico de estabilidade pode ser desativado. O que incomoda hoje é o conforto sobre irregularidades: o carro é um tanto “seco” para absorver os pequenos impactos. Mas a Peugeot anuncia que a evolução nesse campo aplicada ao 408 será estendida ao 308, também em outubro.
Embora a direção com assistência eletro-hidráulica esteja bem calibrada quanto ao peso, também transmite mais os impactos em curvas do que o desejado — nesse aspecto, as assistências elétricas que ganham espaço a cada dia têm-se mostrado melhores. Já os freios, que usam discos dianteiros de maior diâmetro no THP, dissipam velocidade com rapidez e contam com eficazes auxílios eletrônicos, embora pudessem ter atuação mais gradual: a resposta ao pedal às vezes é brusca em baixa velocidade.
Hatchbacks de cinco portas são práticos e não é diferente nesse Peugeot; os bons
faróis incluem leds para luz diurna, mas as “saídas de escapamento” são falsas
Todo esse pacote mecânico vem envolto por uma carroceria de linhas atuais, embora seu sucessor já tenha sido apresentado na Europa, e com interior agradável para quatro adultos, já que um quinto ocupante sofre com pouco espaço e encosto desconfortável. O teto com ampla área envidraçada é agradável e, com um forro fechado de controle elétrico, deixa o sol de fora quando inconveniente. O sistema de áudio com boa qualidade de reprodução inclui conexões diversas e há navegador com ampla tela retrátil, sistema que precisa evoluir na forma de inserir endereços — é feita letra por letra por um botão giratório, nada prática.
Com suspensão e pneus inalterados, o THP mantém o rodar firme, com molas e amortecedores de alta carga, e a grande estabilidade já conhecida
A Peugeot não descuidou de itens de conveniência: controle elétrico de vidros com função um-toque para todos, temporizador e fechamento a distância (abertura, não), ar-condicionado com difusores para o banco traseiro, computador de bordo com duas medições, retrovisores externos com rebatimento elétrico, bom apoio para o pé esquerdo, retrovisor interno fotocrômico, quatro luzes de leitura, sensores de estacionamento na traseira, volante revestido em couro, dois apoios de braço centrais na frente e um atrás, para-sóis com espelhos iluminados e banco traseiro bipartido 60:40, além dos itens já citados na relação de equipamentos.
Em segurança, o THP vem com encosto de cabeça e cinto de três pontos para os cinco ocupantes, alerta para uso de cinto e alarme com proteção por ultrassom. Os limpadores de para-brisa com braços em sentidos opostos conseguem ótima varredura e há indicação específica de porta mal fechada.
O motor THP gira macio e não demora a produzir potência, bem administrada pelo
câmbio Aisin de seis marchas; na suspensão, o rodar “seco” em breve será aprimorado
O que pode melhorar? Não há ajuste elétrico de altura dos faróis (apesar de constarem do projeto original) ou faixa degradê no para-brisa, o anacrônico bocal de abastecimento requer uso da chave, os locais para objetos são algo escassos. A iluminação branca do fundo dos instrumentos (em vez de apenas os dígitos) pode incomodar, sendo preciso reduzir a intensidade, e o estepe com pneu de 16 pol é, ao mesmo tempo, caro e restrito ao uso temporário. O sistema de ventilação insiste em fornecer ar quente, mesmo ao rodar sem sol e com temperatura externa na casa de 18ºC, o que leva ao uso desnecessário do ar-condicionado. De resto, por que foi removido o prático porta-óculos de teto que havia no 308 aspirado avaliado antes?
Entre acertos e erros, o 308 Griffe THP passou por Dia a Dia com um saldo bastante positivo. Motor e câmbio — que hoje constituem os destaques da versão dentro da linha — são bastante competentes e o carro como um todo agrada, mesmo que mereça algumas evoluções. Com um preço similar ao de concorrentes de menor potência (como o Chevrolet Cruze LTZ de 140/144 cv por R$ 80 mil, o Hyundai I30 de 122/128 cv por R$ 72 mil e o novo VW Golf Highline DSG de 140 cv por R$ 75 mil), o interessado em um hatch médio de alto desempenho e farto conteúdo de conforto e segurança encontra nele uma válida opção.
Ficha técnica
Motor | |
Posição | transversal |
Cilindros | 4 em linha |
Comando de válvulas | duplo no cabeçote |
Válvulas por cilindro | 4, variação de tempo |
Diâmetro e curso | 77 x 85,8 mm |
Cilindrada | 1.598 cm³ |
Taxa de compressão | 10,5:1 |
Alimentação | injeção direta, turbocompressor, resfriador de ar |
Potência máxima | 165 cv a 6.000 rpm |
Torque máximo | 24,5 m.kgf a 1.400 rpm |
Transmissão | |
Tipo de câmbio e marchas | automático / 6 |
Tração | dianteira |
Freios | |
Dianteiros | a disco ventilado |
Traseiros | a disco |
Antitravamento (ABS) | sim |
Direção | |
Sistema | pinhão e cremalheira |
Assistência | eletro-hidráulica |
Suspensão | |
Dianteira | independente, McPherson, mola helicoidal |
Traseira | eixo de torção, mola helicoidal |
Rodas | |
Dimensões | |
Pneus | 225/45 R 17 |
Dimensões | |
Comprimento | 4,276 m |
Largura | 1,815 m |
Altura | 1,498 m |
Entre-eixos | 2,608 m |
Capacidades e peso | |
Tanque de combustível | 60 l |
Compartimento de bagagem | 430 l |
Peso em ordem de marcha | 1.392 kg |
Desempenho | |
Velocidade máxima | 215 km/h |
Aceleração de 0 a 100 km/h | 8,3 s |
Dados do fabricante; consumo não disponível |