Quadro digital do Peugeot oferece três modos e efeito tridimensional; os outros são simples, com mais informações no Chevrolet
Alguns itens podem melhorar. Em todos falta a faixa degradê no para-brisa. No Chevrolet o alerta de porta mal fechada não indica qual delas, os difusores de ar não permitem direcionar para o alto e os painéis de porta traseiros usam a textura do painel, embora sem o tom bege, enquanto os dianteiros usam o tom bege, mas não a textura — parecem pertencer a carros diferentes. No Peugeot a iluminação interna é ínfima, um só ponto na frente (embora melhor, a dos outros também deixa os passageiros de trás no escuro), e o aplique prateado sob a central de áudio às vezes causa reflexos do Sol. Nos dois faltam ajuste de altura da ancoragem superior dos cintos dianteiros.
O Toyota é o único sem comando a distância para abrir e fechar vidros, seu apoio de braço para o motorista fica baixo a ponto de pouco servir, os parafusos da base dos bancos dianteiros estão bem à mostra, não há botão da chave presencial na porta do passageiro, o controle elétrico de vidros segue o obtuso padrão japonês (inibir os botões das portas traseiras deixa o passageiro com vidro bloqueado e o motorista sem comando sobre os demais) e o piso do porta-malas é de uma simplicidade inaceitável.
Espaço para pernas é maior no Yaris, enquanto Onix vence em altura e largura, mas nenhum é amplo o bastante para três atrás
Posto do motorista
O 208 mantém o conceito de instrumentos em posição elevada, lidos por cima do compacto volante, uma boa solução por deixá-los mais perto do campo visual do motorista — embora possa complicar o ajuste de posição a condutores que gostam de direção mais alta. É dele também o melhor banco, bem definido e com apoio adequado em cada parte. No Onix o assento é estreito e apoia mal as coxas; no Yaris o suporte lombar é escasso e o volante sem ajuste em distância fica mais longe do que deveria — mal que afetou o Corolla no passado —, além de ficar enviesado, mais perto do braço direito.
Tanto o Onix quanto o 208 perderam espaço para bagagem nas novas gerações: assim, deixam a desejar em relação ao porte dos carros e ficam para trás do Yaris
O quadro de instrumentos também faz sobressair o Peugeot, com ótimo efeito (visual e para leitura) dos mostradores digitais que simulam elementos sobrepostos para um aspecto tridimensional. Pode-se escolher entre três padrões, um deles com destaque ao monitor frontal e ao assistente de faixas, mas o conta-giros de poucas marcações se torna apenas referência. Entre os outros dois, vantagem do Onix é informar o que resta da vida útil do óleo do motor.
Faróis de leds do 208 são os mais eficientes; como o Onix, ele tem luzes diurnas, mas não faróis de neblina, que vêm no Yaris
O 208 é o único a usar leds nos faróis, que obtêm grande eficiência e facho mais branco que os de lâmpadas halógenas dos concorrentes. Os outros ao menos usam bons refletores duplos, sendo elipsoidal para o facho baixo. O Peugeot tem ainda leds para luzes diurnas como o Onix. Só o Yaris traz faróis de neblina; os dois últimos têm a luz traseira de mesmo fim, ausência inesperada no 208. Nos três a visibilidade é adequada, com prejuízo mediano à visão dianteira pelas colunas.
Espaço interno
Hatches compactos não são os melhores carros para levar alguém no banco traseiro, mas esses até que atendem à necessidade mais comum. O Onix agrada mais em espaço lateral e para cabeça, e o Yaris, em acomodação das pernas. Se nenhum oferece bom conforto para três adultos atrás, o 208 é o melhor acomoda o passageiro do meio pelas formas do banco.
Capacidade de bagagem de 310 litros é vantagem do Toyota, pois os oponentes perderam espaço nas novas gerações
Porta-malas
Tanto o Onix quanto o 208 perderam espaço para bagagem nas novas gerações. O Chevrolet caiu de 289 para 275 litros, e o Peugeot, de 285 para 265 litros. Assim, ambos deixam a desejar em relação ao porte dos carros e ficam para trás do Yaris, que oferece 310 litros de capacidade. No Peugeot falta banco traseiro bipartido, inaceitável em um modelo de seu preço. Ele e o Onix usam estepe temporário, bem fino. O do Yaris é um pneu comum de 14 pol, menos restritivo quando posto para rodar, mas inútil para rodízio ou reposição.
Motor e desempenho
Apenas o Onix tem motor de três cilindros e com turbocompressor, o que lhe garante o maior torque do grupo, mas sem vantagem em potência (veja ficha técnica na página 3). Ele é também o mais leve por pequena margem. Essa combinação, mais o fato de que o motor turbo não perde desempenho com a altitude — testamos os carros 600 metros acima do nível do mar —, garantiu ao Chevrolet as melhores acelerações e retomadas, como de 0 a 100 km/h em 10,2 segundos contra 11,5 s do Yaris e 12,2 s do 208.
Desempenho e consumo
Onix | 208 | Yaris | |
Aceleração | |||
0 a 100 km/h | 10,2 s | 12,2 s | 11,5 s |
0 a 120 km/h | 14,3 s | 17,1 s | 16,2 s |
0 a 400 m | 17,3 s | 18,7 s | 18,2 s |
Retomada* | |||
60 a 100 km/h | 5,5 s | 6,7 s | 7,1 s |
60 a 120 km/h | 9,9 s | 12,3 s | 11,6 s |
80 a 120 km/h | 7,2 s | 8,8 s | 8,6 s |
Consumo | |||
Trajeto leve em cidade | 15,5 km/l | 13,8 km/l | 14,5 km/l |
Trajeto exigente em cidade | 8,1 km/l | 7,2 km/l | 7,5 km/l |
Trajeto em rodovia | 14,2 km/l | 12,9 km/l | 13,0 km/l |
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