Equinox, Compass, Sportage e 3008: SUVs de R$ 150 mil

Mais espaço e potência, melhor conteúdo ou menor preço? Compare quatro utilitários esporte e encontre seu ideal

Texto e fotos: Fabrício Samahá

 

Existem carros que chegam para sacudir um segmento: da noite para o dia, os concorrentes se tornam caros demais ou atraentes de menos, porque o novo adversário impõe um padrão de relação custo-benefício.

Parece ter sido assim com o Jeep Compass. Lançado no fim de 2016, ele é fabricado em Goiana, PE, e por isso não recolhe o Imposto de Importação de 35% que penaliza competidores como Honda CR-V, Kia Sportage e Toyota RAV4. É um projeto moderno, ao contrário do também nacional Hyundai IX35. E, como poucos modelos da classe, tem versão a diesel com tração nas quatro rodas, que o Best Cars avaliou.

 

 

Chevrolet Equinox Premier Jeep Compass Limited Kia Sportage EX Peugeot 3008 Griffe
4,66 m 4,42 m 4,48 m 4,45 m
2,0 litros, turbo 2,0 litros 2,0 litros 1,6 litro, turbo
262 cv 159/166 cv 156/167 cv 165 cv
R$ 155.990 R$ 155.190 R$ 137.990 R$ 145.990
Potência com gasolina/álcool (Compass e Sportage); preços sugeridos para os carros avaliados, em mar/18, com possíveis opcionais

 

 

Mas o Compass não ficou sossegado por muito tempo. Em junho do ano passado a Peugeot trazia o novo 3008, agora um utilitário esporte (antes, uma minivan com ar “aventureiro”), com motor turboalimentado e desenho atraente. E a General Motors respondia em outubro com o Equinox importado do México.

Tal como aconteceu com o Jeep, o lançamento da Chevrolet balançou os alicerces da categoria — a começar pelo fato de que não pertence a ela. Isso mesmo: pelos critérios da Eleição dos Melhores Carros, o Equinox é um SUV médio como o Ford Edge e o Hyundai Santa Fe, enquanto Compass e 3008 são compactos. O carro da GM é também muito mais potente. No entanto, sua faixa de preços o coloca como desafiante da categoria abaixo.

É natural que o interessado em um SUV na faixa de R$ 150 mil tenha dúvidas. Para saná-las, o Best Cars opôs em um teste comparativo Equinox Premier, Compass Limited, Sportage EX e 3008 Griffe, todos com motor a gasolina ou flexível em combustível.

 

Quatro opções com preços próximos e a mesma proposta de uso, três delas com porte e potência semelhantes: vamos descobrir a melhor para você?

 

São modelos similares em proposta de uso: utilitários esporte adequados ao transporte familiar e a incursões fora de estrada leves. Como sabemos, em porte o Equinox se distingue, com 17 centímetros a mais em comprimento e 5 cm em distância entre eixos que o rival mais próximo. Entre os outros três as diferenças são bem menores: até 7 e 4 cm, na ordem.

Em potência o Chevrolet fica, outra vez, em outro patamar: 262 cv no motor turbo a gasolina de 2,0 litros, ante 165 cv no turbo a gasolina de 1,6 litro do Peugeot, 159 cv (gasolina) ou 166 cv (álcool) no aspirado de 2,0 litros do Jeep e 156/167 cv no de mesmas características do Kia. Todos têm transmissão automática (de nove marchas no Equinox e seis nos demais) e tração dianteira como padrão; só a do Chevrolet pode atuar como integral.

 

 

Apesar das diferenças, o carro da GM é competitivo em preço: o Premier custa R$ 156 mil ante R$ 155,2 mil do Compass com os opcionais da unidade avaliada (parte de R$ 137 mil), R$ 146 mil do 3008 e R$ 138 mil do Sportage. Oferecem versões mais em conta com o mesmo motor a Chevrolet (LT por R$ 137,5 mil), a Jeep (Sport por R$ 110 mil, Longitude por R$ 119 mil e Night Eagle por R$ 123 mil) e a Kia (LX por R$ 113 mil). Na Peugeot a alternativa é a Griffe Pack, superior (R$ 155 mil).

Os quatro “Ps” que definem nossos comparativos exigiram maior tolerância dessa vez, mas não importa: o que todos queremos saber é qual oferece mais pelo dinheiro que custam. Saberemos nas próximas páginas.

Próxima parte

 

 

Mais ousados como o Peugeot ou convencionais como o Jeep, são quatro SUVs de desenho atraente; no Kia nota-se inspiração no Porsche Macan

 

Concepção e estilo

O Sportage existe desde 1993 e está na quarta geração, lançada em 2015 no exterior — todas elas foram vendidas no Brasil. Apenas a primeira seguia o conceito de jipe, com chassi separado, eixo traseiro rígido e caixa de transferência na transmissão. Desde a segunda, os sul-coreanos adotaram o padrão construtivo de utilitário esporte urbano, com monobloco, suspensão traseira independente e opção de tração integral sem reduzida.

 

 

Mais novo, o Compass surgiu em 2007 na linha norte-americana da Jeep e foi oferecido aqui sem sucesso, até que a FCA escolhesse o nome para seu terceiro produto de Goiana em 2016. O Equinox apareceu em 2005 nos Estados Unidos e teve duas gerações antes da atual, lançada no ano passado. E o 3008, lançado em 2009 como minivan “aventureira”, assumiu de vez o formato de utilitário esporte nesta segunda geração de 2016.

São quatro belos SUVs, disso não há dúvida. Os mais ousados Chevrolet e Peugeot impressionam ao vivo, o primeiro pela esportividade das formas longilíneas, o segundo pela sensação de robustez e os detalhes criativos. O Kia também agrada bastante, com linhas esportivas que não escondem a inspiração no Porsche Macan em alguns pontos. Embora mais simples no estilo, o Compass não fica atrás: é equilibrado, agradável e com tendência a ser duradouro.

O Equinox tem o melhor coeficiente aerodinâmico (Cx) declarado, 0,336, contra 0,35 do Compass e do Sportage (o do 3008 não é fornecido).

 

Interiores bem-acabados e com posição de dirigir bem definida; no Peugeot, a solução peculiar dos instrumentos lidos por cima do volante compacto

 

Conforto e conveniência

Os interiores são agradáveis aos olhos e ao tato, com bancos de couro e plásticos bem escolhidos, alguns de toque suave. Peculiares e de bom gosto no 3008 são os apliques no painel e nas portas com aspecto de brim, mas lisos, enquanto o Equinox usa inserções de couro. Ambos têm leds para iluminação de cortesia em vários pontos. O Peugeot adota a segunda versão do conceito de quadro de instrumentos elevado, lido por cima de um volante pequeno e ovalado. Os comandos do tipo interruptor combinam com o ambiente futurista, embora não sejam muito intuitivos.

 

O 3008 usa como mostradores uma tela que pode operar em três modos; comodidade restrita a Compass e Equinox é o assistente de estacionamento

 

Seus mostradores são uma tela configurável que pode operar em três modos: normal (velocímetro e conta-giros que simulam analógicos), mínimo (apenas velocímetro digital, bom para viagens noturnas) e pessoal, que pode ser ajustado para mostrar computador de bordo e termômetro de óleo, entre outras funções. Além do bom efeito visual, é um conjunto fácil de ler, mas sempre se estranha o conta-giros invertido. Na versão superior disponível na Europa, a tela admite toque e mais configurações.

Os outros têm instrumentos comuns e bem legíveis. No Compass e no Equinox o mostrador digital inclui termômetro de diversos fluidos, voltímetro e pressão de pneus, a que o Chevrolet acrescenta manômetro de óleo e a distância em segundos até o veículo adiante (você se surpreenderia em constatar como, no dia a dia, raramente conseguimos manter os dois segundos recomendados sem que outros entrem à nossa frente). O computador de bordo completo e com duas medições, neles e no 3008, supera em muito o do Sportage, que nem mesmo indica consumo — falha inaceitável.

 

Espaço na traseira é destaque do Equinox; no Compass, mais conforto ao ocupante central

 

O motorista acomoda-se bem nos quatro carros em um banco espaçoso e com apoios laterais bem definidos. Há ajuste elétrico (também no do passageiro em Sportage e 3008), que inclui apoio lombar (para ambos no Peugeot). Equinox e 3008 trazem duas memórias de posição; o francês tem ainda ajuste manual do apoio das coxas, item em que o Chevrolet poderia ser melhor. Dos volantes bem desenhados e reguláveis, é curioso que o Jeep tenha aro espesso — na certa, intencional para dar sensação de veículo robusto — e o Kia bem o contrário.

 

 

Os sistemas de áudio mostram alta qualidade sonora, com destaque para os sons graves no Compass; trazem as conexões habituais (USB, auxiliar e Bluetooth) e integram-se a telefone celular por Android Auto e Apple Car Play. Nenhum tem toca-CDs. As telas sensíveis ao toque medem 8,4 polegadas no Compass, 8 pol no Equinox e no 3008 e 7 pol no Sportage. Apenas o 3008 vem sem navegação, que depende do celular. No Equinox há nada menos que quatro tomadas USB.

Um inconveniente do Peugeot é exigir toques na tela para comandar o áudio e até regular o ar-condicionado, o que deveria ser revisto: requer mais atenção e torna-se um problema em pisos irregulares aos quais esses carros se propõem. Os demais oferecem comandos físicos redundantes aos da tela. Os comandos de áudio atrás do volante do Jeep e do Chevrolet são estranhos a quem não está habituado.

 

Sportage e 3008 têm ajuste elétrico também para o banco do passageiro da frente

 

Comodidade restrita a Compass e Equinox é o assistente de estacionamento, que os coloca em vagas paralelas ou perpendiculares ao tráfego. Por vir acompanhado de sensores em 360 graus, o sistema facilita também manobras nas quais não seja acionado. Entre as câmeras externas, o 3008 mostra a traseira em três modos de vista (aproximada, de 180 graus e superior) e oferece a visão de cima, ideal para acompanhar obstáculos nas laterais. O Sportage tem câmera traseira simples e, como o Peugeot, sensores de estacionamento à frente e atrás.

Todos os carros trazem alertas para uso de cinto (a todos os ocupantes em Equinox e 3008), para porta mal fechada (indica qual delas) e para veículo em ponto cego nas faixas laterais, apoios de braço centrais à frente e atrás, ar-condicionado automático de duas zonas com difusor para o banco traseiro, chave presencial para acesso ao interior e partida do motor, comando automático para faróis e limpador de para-brisa, comando do bocal de tanque integrado à trava central (enfim em um Peugeot), controlador de velocidade, espelhos iluminados nos para-sóis, monitor de pressão dos pneus, quatro luzes de leitura, rebatimento elétrico de espelhos externos, retrovisor interno fotocrômico e teto solar panorâmico de deslocamento externo e com controle elétrico também do forro.

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Equinox: tela de 8 pol, porta-malas para 468 litros com tampa elétrica, monitor da distância à frente, assistente de faróis, partida remota e prático rebatimento do banco

 

Detalhes exclusivos do Equinox são cancelamento ativo de ruídos (emite sons pelos alto-falantes que anulam frequências desagradáveis do ruído do motor), comando para acesso do motorista (faz o banco recuar e abaixar), indicador da vida útil remanescente do óleo do motor e monitor de distância adiante (avisa, por exemplo, se o carro à frente frear e o motorista não tiver reagido de acordo).

Ele permite escolher entre alerta sonoro e uma vibração no assento para avisos em geral, como saída da faixa e proximidade de obstáculos: bom quando se quer evitar ruídos no interior, como no caso de bebê dormindo. Há ainda a assistência On Star para emergências e serviços de conveniência e o monitor de banco traseiro: se uma porta de trás for aberta, o motorista dirigir e então sair do carro sem abri-la novamente, o sistema sugere verificar o banco para prevenir o esquecimento de um objeto, animal ou mesmo criança.

 

Compass: mostrador multifunção no quadro, tela de 8,4 pol, o menor porta-malas (410 litros), controlador da distância à frente e sistema de áudio com falante de subgraves

 

O 3008 é o único a ter botão para o motorista acionar as travas infantis das portas traseiras (prático, mas não permite bloquear apenas uma), checagem de nível de óleo do motor e roteamento de internet. Oferece ainda massagem nos encostos dianteiros (em cinco padrões e três níveis de intensidade, agradáveis em longos trajetos), aquecimento desses bancos e enorme compartimento refrigerado no console central. No Chevrolet e no Peugeot existe carregador de celular por indução no console e as portas encobrem a soleira para as manter limpas: evitam sujar a barra da calça ao entrar e sair, embora resultem em menor vão livre abaixo das portas quando abertas.

 

 

No grupo apenas o Compass vinha com controlador da distância à frente (o 3008 agora pode tê-lo na versão Pack), mas precisa de refinamento: sua atuação ao frear e reacelerar é bem mais abrupta que em outros que usamos. Também são exclusivos dele alerta programável para excesso de velocidade, tanque de combustível sem tampa de rosquear e tomada de 230 volts para os passageiros de trás (em padrão norte-americano de três pinos). Como o 3008, o Jeep traz alarme volumétrico (ultrassom) e limitador de velocidade; como o Equinox, ele permite dar partida ao motor a distância mantendo o carro travado, conveniente para começar a refrigerar o interior, e tem assistente de facho dos faróis.

 

Sportage: instrumentos e tela central (de 7 pol) simples, porta-malas para 503 litros e encosto traseiro regulável; como os demais, têm câmera traseira de manobras

 

A favor do Sportage estão para-brisa com faixa degradê, seletor de modos de condução com três programas (Sport, Normal e Eco; há os dois primeiros também no Peugeot) e três tomadas de 12 volts na cabine (duas no 3008).

 

O Equinox sobressai em acomodações internas, sendo o mais largo e com espaço excelente para as pernas; o maior compartimento de bagagem é o do 3008

 

Há pontos melhoráveis. No Jeep o defletor dianteiro raspa facilmente em lombadas e valetas (mais que na maioria dos automóveis, o que é inaceitável em um SUV); o sensor de estacionamento emite alerta exagerado e o espaço para objetos é mais escasso. No Kia causa má impressão a falta de verniz na pintura ao redor do compartimento de bagagem, vista com tampa aberta, e faltam função um-toque para o controle elétrico de vidros de passageiros, abertura/fechamento de vidros e teto comandados a distância e freio de estacionamento com controle elétrico e automático (usa o anacrônico pedal). No Peugeot o forro do teto deixa passar um pouco dos raios solares e cabe correção às inscrições “mensagem” (refere-se à massagem dos bancos) e “temperatura do motor” (na verdade é de seu óleo). Nos quatro, o capô bem poderia ser sustentado por mola a gás.

 

3008: mostradores configuráveis, tela de 8 pol, porta-malas para 520 litros, câmera que simula a visão por cima, comando para trava infantil, massagem nos bancos dianteiros, comandos do tipo chave, amplo compartimento refrigerado

 

O Equinox volta a sobressair em acomodações internas: é o mais largo e tem espaço excelente para as pernas no banco traseiro. Os demais são amplos o bastante na frente e atrás em comprimento e altura — um pouco menos o 3008 na traseira. Apesar da largura, três pessoas não vão muito bem no banco traseiro em qualquer um deles: a forma do banco prevê apenas dois lugares. O passageiro central tem mais conforto no Compass e menos no 3008 e no Equinox. Este último e o Sportage oferecem ajuste de inclinação do encosto.

O maior compartimento de bagagem até a altura padronizada é o do Peugeot, 520 litros, ante 468 do Chevrolet e 410 do Jeep. A Kia informa 868 litros em medição até o teto; na Europa são divulgados 503, que consideramos para fins de nota. Equinox e Compass trazem acionamento elétrico da tampa, que no primeiro pode ser comandado pelo movimento do pé sob o para-choque, ideal quando se está de mãos ocupadas. Todos trazem banco traseiro bipartido 60:40; no Chevrolet e no Peugeot isso inclui o assento. Só o Sportage usa estepe integral, até com roda de alumínio — ideal em veículo apto ao fora de estrada, embora consuma mais espaço. Os outros adotam o tipo temporário.

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Equipamentos de série e opcionais

Equinox Compass Sportage 3008
Ajuste de altura dos bancos mot./pas. S/ND S/ND S/ND S/S
Ajuste de apoio lombar mot./pas. S/ND S/ND S/ND S/S
Ajuste do volante em altura/distância S/S S/S S/S S/S
Ajuste elétrico dos bancos mot./pas. S/ND O/ND S/S S/S
Ajuste elétrico dos retrovisores S S S S
Alarme antifurto/controle a distância S/S S/S S/S S/S
Aquecimento S S S S
Ar-condicionado/controle automático/zonas S/S/2 S/S/2 S/S/2 S/S/2
Assistente de estacionamento S O ND ND
Bancos/volante revestidos em couro S/S S/S S/S S/S
Bolsas infláveis laterais/cortinas/joelhos mot. S/S/ND S/S/S S/S/ND S/S/ND
Caixa automática/automatizada S/ND S/ND S/ND S/ND
Câmera traseira para manobras S S S S
Chave presencial para acesso/partida S S S S
Cintos de três pontos, todos os ocupantes S S ND S
Computador de bordo S S S S
Conta-giros S S S S
Controlador/limitador de velocidade S/ND S/S S/ND S/S
Controlador de distância à frente ND O ND ND
Controle de tração/estabilidade S/S S/S S/S S/S
Controle elétrico dos vidros diant./tras. S/S S/S S/S S/S
Controles de áudio no volante S S S S
Direção assistida S S S S
Encosto de cabeça, todos os ocupantes S S S S
Faróis com lâmpadas de xenônio/leds ND/S S/ND ND ND/S
Faróis de neblina S S S S
Faróis/limpador de para-brisa automático S/S S/S S/S S/S
Fixação Isofix para cadeira infantil S S S S
Freios antitravamento (ABS) S S S S
Interface Bluetooth/integração a celular S/S S/S S/S S/S
Limpador/lavador do vidro traseiro S S S S
Luz traseira de neblina S S ND S
Navegador por GPS S S S ND
Rádio com toca-CDs/MP3 ND/S ND/S ND/S ND/S
Repetidores laterais das luzes de direção S S S S
Retrovisor interno fotocrômico S S S S
Rodas de alumínio S S S S
Sensores de estacionamento diant./tras. S/S S/S S/S S/S
Tampa traseira com acion. elétrico S O ND ND
Teto solar/comando elétrico S/S S/S S/S S/S
Travamento central das portas S S S S
Convenções: S = de série; O = opcional; ND = não disponível; NA = não aplicável
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Cerca de 100 cv adicionais garantem o melhor desempenho ao Chevrolet, apesar do maior peso; leve e dotado de turbo, o Peugeot vem em segundo lugar

 

Mecânica, comportamento e segurança

Os motores pertencem a duas escolas. Chevrolet e Peugeot seguem uma fórmula que ganha espaço a cada dia, com turbocompressor e injeção direta de gasolina, enquanto Jeep e Kia usam unidades aspiradas e flexíveis em combustível com injeção multiponto (leia mais sobre técnica).

 

 

As soluções aplicadas ao 3008 compensam sua menor cilindrada (1,6 litro) e o deixam com 165 cv, potência similar às dos 2,0-litros do Compass (159 cv com gasolina, 166 com álcool) e do Sportage (156 e 167 cv, na ordem). Aqui o Equinox arrasa, pois soma os mesmos recursos do francês à cilindrada dos demais: alcança 260 cv. O torque do Chevrolet (37 m.kgf) também supera os outros por larga margem, pois são 24,5 m.kgf no Peugeot, 19,9/20,5 m.kgf no Jeep e 18,8/20,2 m.kgf no Kia, com fornecimento em regime bem mais baixo no caso dos turbos.

Embora lide com maior peso (quase 1,7 tonelada, entre 120 e 320 kg acima dos adversários em valores redondos), o motor do Equinox traz prazer pela desenvoltura com que o move. Não se engane pela resposta inicial algo lenta, que resulta da grande massa e da atuação progressiva do acelerador: o turbo logo atua e o volumoso SUV acelera como um sedã esportivo, com ímpeto que empolga na faixa alta de velocidade. Além disso, o motor é macio como seda e mal se ouve no uso moderado, ajudado pelo cancelamento ativo de ruídos.

 

Duas escolas: Equinox e 3008 usam turbo e injeção direta, enquanto os outros são aspirados, com injeção convencional e flexíveis em combustível

 

Entre os demais, o alto torque em baixos regimes e o peso bem menor trazem agilidade ao 3008. Compass e Sportage precisam de mais rotações no dia a dia e, no Jeep, o acelerador algo lento para responder e a transmissão calibrada para economia não ajudam na sensação de desempenho. A resposta abrupta do acelerador faz o Kia parecer rápido na primeira pisada, mas logo se chega ao torque máximo possível naquela rotação e não há mais o que desenvolver. Embora os três sejam suaves e silenciosos nas condições mais comuns, Sportage e 3008 ficam um pouco ásperos acima de 5.000 rpm.

 

O motor do Equinox traz prazer pela desenvoltura com que o move: o turbo logo atua e o volumoso SUV de 1,7 tonelada acelera como um sedã esportivo

 

A superioridade do Equinox em desempenho ficou clara na pista de testes, com os melhores tempos de aceleração e retomada, seguido pelo 3008 e mais de longe pelos outros. Em consumo de combustível o Peugeot é que sobressai: foi bem mais econômico nos três trajetos medidos, com o Chevrolet em último (veja resultados e análise detalhada).

As caixas automáticas operam com suavidade e respondem bem aos pedidos de mudança via acelerador, seja para cima ou redução. O modo manual pode ser comandado pela alavanca no Compass (subindo para trás) e no Sportage (para frente) ou pelos comandos do volante no Compass e no 3008. Este adota alavanca ao estilo BMW, que volta à mesma posição após um comando e usa botão (P) para estacionamento.

 

Boa atuação nas quatro caixas automáticas; a do Chevrolet tem nove marchas, ante seis das outras; Jeep e Peugeot admitem mudanças pelos comandos do volante

 

O Chevrolet é peculiar: não há modo manual como costumeiro, mas a posição L ativa o botão seletor no topo da alavanca. A seleção feita ali apenas estabelece a marcha mais alta que pode ser usada: por exemplo, colocar em 5 tira de ação da sexta até a nona; a escolha continua a depender da velocidade e do uso do acelerador. Embora útil para obter freio-motor em declives e resposta rápida em certas condições, não é uma seleção pelo motorista como a dos outros.

Em modo manual, ao chegar ao limite de giros o Equinox mantém a marcha enquanto os demais trocam para cima. Ao acelerar até o fim de curso, o diferente é o Sportage, único a não fazer reduções — apenas o conversor de torque é desbloqueado para ligeiro aumento de rotação. Em operação automática, sua caixa reduz marchas em subidas de rodovia com mais frequência; o 3008 sustenta muito bem a sexta graças ao generoso torque.

 

 

As suspensões de Equinox e Sportage são superiores do ponto de vista técnico pelo moderno e elaborado conceito multibraço na traseira, ante os simples McPherson do Compass e eixo de torção do 3008. No entanto, é preciso analisar os resultados de cada calibração — nem sempre bons ingredientes garantem o sabor da receita.

O Chevrolet e, curiosamente, o Peugeot acabam por ter o rodar mais confortável, mesmo que transmitam alguns impactos em dose maior do que deveriam. O Kia deveria controlar mais os movimentos em lombadas: a traseira “despenca” e atinge os batentes de fim de curso, um mal conhecido na marca e na Hyundai. Embora o Jeep pareça macio de início, certos impactos (como lombadas, irregularidades em rodovias e emendas ao entrar em pontes) são bastante transmitidos para depois faltar controle pelos amortecedores. Ficou distante da excelência do “irmão menor” Renegade: teria sido um calibrado pela Chrysler, ao estilo norte-americano, e o outro pela Fiat, talentosa em seu padrão europeu?

 

Equinox e 3008 são mais confortáveis ao rodar, mas nenhum iguala a estabilidade do Peugeot; nos outros dois, o acerto de suspensão precisa melhorar

 

Onde o 3008 cativa o motorista é em estabilidade: ataca curvas como um carro esporte, com aderência excepcional, atitude mais neutra e pouca inclinação de carroceria. Vemos em segundo o Equinox, acima da média para o tipo de veículo. Interessante nele como é possível fazer a traseira sair um pouco ao cortar o acelerador, para inserção em curvas, qualidade inesperada em um SUV. Os rivais são apenas regulares, com subesterço excessivo e (sobretudo no Sportage) intervenções frequentes do controle eletrônico ao andar mais rápido.

Uso fora de estrada não é o objetivo desses SUVs, como se nota pelos pneus de perfil baixo e desenho para asfalto. Pelos dados de fábrica, os maiores vãos livres do solo estão no 3008 (226 mm) e no Compass (210 mm), seguidos por Sportage (182 mm) e Equinox (apenas 160 mm). Em todos, o controle de tração ajuda a evitar patinação dos pneus. O Chevrolet é o único a ter tração integral, que opera sob demanda e pode ser desativada (leia mais). Nele e no Kia há controle de velocidade em declives, que mantém o ritmo desejado sem o motorista precisar frear.

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As medições de desempenho deixaram evidente a vantagem do Chevrolet, mas seu consumo é o mais alto; neste quesito, o Peugeot foi superior

 

A assistência elétrica deixa as direções leves em manobras, mas também aqui 3008 e Equinox mostram o melhor acerto. No Sportage em modo Sport o volante requer esforço acima do desejável em curvas e, em qualquer dos programas, é um tanto “anestesiado” sem comunicar o que se passa sob os pneus. O Compass se beneficiaria de um pouco mais de peso em velocidade. Inconveniente do Chevrolet é o diâmetro de giro, um dos maiores entre os carros avaliados, junto à Fiat Toro e ao Ford Fusion. Embora o valor informado pela GM não faça parecer (só 0,1 m a mais que no Jeep), pode haver diferença entre os padrões de medição de cada marca.

 

Inigualável em estabilidade, o 3008 ataca curvas como um carro esporte, com aderência excepcional; o Equinox é o único a ter tração integral, que opera sob demanda

 

Os freios com discos nas quatro rodas e assistência adicional em emergência (item ausente do Compass) atuam bem nos três carros. A resposta do 3008 pareceu exagerada, enquanto a do Equinox, mais tênue, dá a falsa impressão inicial de que os freios não sejam potentes.

Em iluminação estão em vantagem Chevrolet, Peugeot (que usam leds nos faróis alto e baixo) e Jeep (com lâmpadas de xenônio em ambos os fachos). O Kia, embora use leds nos de neblina, mantém as velhas lâmpadas halógenas nos principais. Os quatro adotam refletores elipsoidais que permitem acender os dois fachos em simultâneo na posição alta, têm luzes diurnas (halógenas no Jeep e de leds nos demais) e repetidores laterais das luzes de direção. Facho autodirecional e correção automática de altura do facho vem só no 3008; ajuste elétrico, no Compass; luz traseira de neblina, em ambos e no Equinox.

 

Faróis de xenônio no Jeep, de leds no Chevrolet e no Peugeot e apenas halógenos no Kia, apesar do bom efeito visual dos quatro leds nos faróis de neblina

 

Em todos, a visibilidade é regular nos ângulos dianteiros (pior no Jeep) e complicada nos traseiros, onde as colunas são bem largas. Os quatro têm sensores de veículos em ponto cego nas faixas laterais. Os retrovisores externos biconvexos favorecem o Compass (o esquerdo do Equinox é do mesmo tipo).

 

 

A dotação de segurança passiva dos quatro abrange bolsas infláveis frontais, laterais dianteiras e de cortina, encostos de cabeça para cinco ocupantes e fixações Isofix para cadeiras infantis. O Compass acrescenta a bolsa para os joelhos do motorista. O Sportage comete a falha imperdoável de deixar o passageiro central com cinto subabdominal em vez do tipo três-pontos, que vários carros pequenos oferecem.

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Desempenho e consumo

Como temos feito em comparativos, submetemos os resultados das medições ao consultor técnico Felipe Hoffmann, da FHB Performance, para uma detalhada análise.

A grande vantagem do Equinox em potência e torque só poderia se traduzir em desempenho muito superior, mesmo com o peso adicional. Na pista de testes, com medições pelo Race Capture Pro, o modelo da GM foi tão rápido quanto um Volkswagen Jetta 2,0 TSI: acelerou de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos ante 9,4 s do 3008 e 12,1 s tanto do Compass quanto do Sportage, em uma ordem constante em todas as provas. Impressionam também suas retomadas, como 80-120 km/h em 4,8 segundos.

Ao acelerar a pleno, todas as caixas fazem trocas automáticas entre 6.000 e 6.200 rpm, rotação que poderia ser maior no Jeep e no Kia. Como ambos atingem o pico de potência a 6.200 giros, seria proveitoso que alcançassem 300 ou 500 rpm adicionais antes da mudança. O Kia também se beneficiaria de regime de estol mais alto: só 1.500 rpm ante 1.800 do Chevrolet, 2.400 do Peugeot e 2.800 do Jeep.

 

Como a tração integral do Chevrolet pode operar em modo automático ou ser desligada, testamos de ambas as formas. Os tempos de 0 a 100 variaram pouco, sendo o melhor em 4×4 só 0,14 s mais baixo que o melhor em 4×2. Interessante é que, com tração apenas dianteira, o carro não destraciona ao sair: parece fazê-lo adiante, entre 4.000 e 5.000 rpm.

A explicação para o fato veio ao analisar a pressão no coletor de admissão, informada pelo Race Capture Pro. No Sportage o valor mostrava 92 kPa, a pressão atmosférica onde fazemos os testes. Ao nível do mar o valor oficial é de 101,32 kPa. Portanto, qualquer valor acima disso significa que o turbo está empurrando ar para os cilindros. No carro da GM, durante o teste, o valor não superou 140 kPa, algo como 40% de sobrepressão — e tal valor só foi aparecer na quinta marcha a 140 km/h. Durante a saída com estol, o valor inicial foi de apenas 60 kPa: o motor estava longe de entregar tudo o que poderia, tanto que seus melhores tempos foram sem estol (usar esse procedimento melhora a arrancada no 3008 e pouco altera nos outros).

Qual o motivo? Pode ser para proteger a transmissão: se fosse dimensionada para suportar todo o torque do motor juntamente com a multiplicação pelo conversor de torque, ela teria que ser muito mais resistente e com maiores massas e inércia, o que prejudicaria o consumo no dia a dia. Pode ser também uma forma de evitar que as rodas destracionem na arrancada. Além disso, a pressão vai aumentando à medida que se passa às marchas mais altas. De qualquer modo, seu desempenho surpreende para o tipo de veículo, a massa e o tamanho. Afinal, não é todo carro que atinge 165 km/h em 20 segundos (gráfico acima) ou que obtém retomadas tão vigorosas (abaixo).

 

O 3008, com o menor motor e também com turbo, mostrou que entrega a pressão máxima de trabalho (por volta de 160-165 kPa) desde a primeira marcha, garantindo o melhor “pulo inicial” (até 1,5 s) entre os quatro carros. Seu desempenho superior aos de Compass e Sportage, apesar da potência máxima semelhante, deve-se a obter maior torque e, em consequência, maior potência por toda a faixa de rotações, como é comum nos motores turbos modernos.

Além disso, o turbo preserva o desempenho na altitude da pista (600 metros), onde motores aspirados perdem potência pela menor pressão atmosférica. Soma-se a isso o menor peso (cerca de 250 kg mais leve que Kia e Jeep) e a receita para o desempenho superior está pronta, a ponto de acompanhar o Equinox nos primeiros 3 s. Sportage e Compass tiveram desempenho muito próximo, devido às configurações semelhantes de motores e transmissão.

Leve e com motor eficiente, o 3008 brilhou em consumo com marcas entre 10% e 34% melhores que as do Compass, segundo colocado; o Equinox ficou pouco atrás deste. A ausência de computador de bordo no Sportage impediu sua medição, mas pelos dados de fábrica conforme padrões do Inmetro o Kia fica entre o Jeep e o Peugeot.

 

Equinox Compass Sportage 3008
Aceleração
0 a 100 km/h 7,4 s 12,1 s 12,1 s 9,4 s
0 a 120 km/h 10,1 s 16,5 s 16,6 s 13,0 s
0 a 400 m 15,5 s 18,3 s 18,7 s 17,2 s
Retomada
60 a 100 km/h* 4,3 s 6,8 s 6,7 s 5,5 s
60 a 120 km/h* 6,8 s 11,4 s 11,0 s 9,2 s
80 a 120 km/h* 4,8 s 8,4 s 8,3 s 6,7 s
Consumo
Trajeto leve em cidade 10,0 km/l 10,8 km/l ND 13,6 km/l
Trajeto exigente em cidade 4,9 km/l 5,6 km/l ND 7,5 km/l
Trajeto em rodovia 9,3 km/l 11,1 km/l ND 12,3 km/l
Autonomia
Trajeto leve em cidade 531 km 583 km ND 659 km
Trajeto exigente em cidade 261 km 302 km ND 358 km 
Trajeto em rodovia 494 km 599 km  ND 587 km
Testes efetuados com gasolina; *com reduções automáticas; melhores resultados em negrito; ND = não disponível; conheça nossos métodos de medição

 

Dados dos fabricantes

Equinox Compass Sportage 3008
Velocidade máxima (km/h) 210 188/192 ND/182 206
Aceler. de 0 a 100 km/h (s) 7,6 10,9/10,6 ND/12,2 8,9
Consumo em cidade (km/l) 8,4 8,1/5,5 8,7/6,0 9,2
Consumo em rodovia (km/l) 10,1 10,5/7,2 11,0/7,5 11,5
Gasolina/álcool para Compass e Sportage; gasolina para Equinox e 3008; consumo conforme padrões do Inmetro; ND = não disponível

 

 

Todos têm plataforma de automóveis; a suspensão traseira é multibraço no Equinox e no Sportage, McPherson no Compass e por eixo de torção no 3008

 

Comentário técnico

• Os quatro modelos usam plataformas derivadas de automóveis, como é frequente hoje em utilitários esporte. A do Equinox, designada como D2 XX, serve também ao atual Cruze e ao Opel Astra alemão, substituindo tanto a Delta II (do primeiro Cruze) quanto a Theta (do Equinox anterior e do Captiva). As maiores dimensões, a tração integral e a suspensão traseira independente, em vez do eixo de torção do Cruze, fazem parte da flexibilidade de projeto das plataformas atuais.

O mesmo aplica-se à do Compass, basicamente a mesma do Renegade e da Fiat Toro (esta com suspensão traseira própria, multibraço), que deriva em certo grau da lançada em 2005 na Europa no Fiat Grande Punto e no Opel Corsa. A do Sportage é compartilhada com os Hyundais IX35 e novo Tucson e derivada do sedã Elantra. No novo 3008 está a moderna EMP2 modular, comum à Citroën C4 Picasso e ao 308 europeu.

• Chevrolet e Peugeot usam os motores mais avançados, com turbocompressor e injeção direta. Todos têm quatro válvulas por cilindro com variação de tempo de abertura, bloco de alumínio e acionamento dos comandos por corrente. No Jeep o sistema de preaquecimento de álcool para partida a frio dispensa o tanque auxiliar de gasolina, evolução que falta ao Kia.

O motor do Equinox, chamado de LTG, é evolução do Ecotec da Opel alemã e pode ser considerado a terceira geração do Família II amplamente usado pela GM brasileira — isso explica o diâmetro e o curso de 86 mm, iguais aos do Monza de 1987. O Tigershark do Compass é evolução da linha desenvolvida nos anos 2000 pela Global Engine Alliance, associação da Chrysler com Hyundai e Mitsubishi. No Kia, o motor Nu é o mesmo do Hyundai IX35. Por sua vez, o do Peugeot é o conhecido Prince desenvolvido em parceria entre PSA e grupo BMW, que não mais o usa nos modelos Mini.

• A transmissão automática de nove marchas, que no grupo só o Equinox usa (o Compass a tem na versão a diesel), permite maior variação de relações: 7,6 (divisão da primeira pela última) contra 6,7 do Compass, 6,0 do 3008 e 5,7 do Sportage. Ao mesmo tempo, a queda de rotação a cada mudança é menor, o que favorece a eficiência, pois a caixa pode fazer as trocas em regime mais baixo. Chama atenção a baixíssima rotação em velocidade de viagem do Chevrolet, como 1.750 rpm a 120 km/h em nona.

• O Equinox é único aqui também pela tração integral, que segue o conceito usual hoje de atuação sob demanda. Com a tecla 4WD do console ativada, o torque pode ser transmitido apenas às rodas dianteiras ou repartido entre os eixos, conforme as condições de direção e de aderência do piso. Desativar a tecla inibe essa distribuição, mantendo o carro com tração só dianteira, para economia de combustível.

• Chevrolet e Kia adotam a suspensão traseira mais sofisticada, independente multibraço. A do Compass é independente, mas segue o mais simples conceito McPherson; no 3008 permanece o eixo de torção, típico de carros de menor preço.

• O peso divulgado pela Peugeot brasileira (1.567 kg) nos pareceu alto demais para um carro de sua concepção e que passou por importante dieta em relação ao antecessor. A checagem na Europa revelou o valor correto: 1.375 kg para uma versão como a nossa, salvo pelas rodas de 18 pol em vez de 19. Não é a primeira vez que esse tipo de engano acontece na PSA local.

 

Ficha técnica

Próxima parte

 

Jeep e Kia são os mais baratos; com opcionais, o primeiro quase alcança o mais caro Chevrolet, com o Peugeot em valor intermediário

 

Preços

Equinox Compass Sportage 3008
Sem opcionais R$ 155.990 R$ 136.990 R$ 137.990 R$ 145.990
Como avaliado R$ 155.990 R$ 155.190 R$ 137.990 R$ 145.990
Completo R$ 157.690 R$ 156.740 R$ 137.990  R$ 148.780
Preços sugeridos em 12/3/18; menores preços em destaque; consulte os sites: Equinox, Compass, Sportage, 3008

 

Custo-benefício

Apesar do menor preço inicial, o Compass precisa receber a opção de teto solar (R$ 7.200), de série nos outros. O avaliado trazia também o pacote High Tech (R$ 11 mil) com controlador de distância à frente (único no grupo), tampa traseira com acionamento elétrico e assistentes de faróis e para estacionar — presentes no Equinox —, entre outros itens. Assim equipado ele chegava a R$ 155.190, próximo do Chevrolet (R$ 156 mil) e mais caro que 3008 (por 6%) e Sportage (por 12%). Os três não oferecem opcionais, embora exista versão superior (Pack) para o Peugeot.

 

 

Conforme avaliados, como eles se comparam em conteúdo? Há certa coerência aos preços, pois Jeep e Chevrolet trazem os itens adicionais citados, enquanto o mais barato Kia é o menos equipado do grupo. A tração integral conta pontos pelo carro da GM. A favor do Peugeot estão amenidades como massagem nos bancos e o quadro configurável, que não valem tanto assim.

 

O Equinox é espaçoso e potente; o Compass, bem-equipado; o Sportage tem o menor preço; e o 3008 combinou grandes atributos para terminar em primeiro lugar

 

O que realmente os distingue — e faz a relação custo-benefício ser melhor em uns que em outros — são os atributos analisados nas notas abaixo. O Equinox é o melhor do grupo em espaço interno, motor e desempenho; o 3008, em posição de dirigir, consumo, direção, estabilidade e visibilidade; os demais não sobressaem em nenhum aspecto. As piores notas foram para o Chevrolet em consumo, para o Jeep em estilo e porta-malas e para o Kia em instrumentos, motor, direção, visibilidade e segurança passiva; o Peugeot não ficou sozinho em último nenhuma vez.

 

O Equinox vence em espaço interno, motor e desempenho; o 3008, em posição de dirigir, consumo, direção, estabilidade e visibilidade: são os melhores nas notas

 

Esses altos e baixos indicam as prioridades que cada um atende melhor, o que o comprador deve levar em conta ao escolher. O Equinox é amplo, rápido, bem-equipado e tem tração integral — aplicável ao Jeep na bem mais cara versão a diesel. O 3008 anda bem, faz curvas ainda melhor e consome menos que qualquer outro. Embora com bons atributos em conveniência e segurança, o Compass é modesto em porta-malas e tem limitações em suspensão e desempenho como o  Sportage — que traz o conteúdo mais escasso.

Em uma análise geral, dois modelos revelam-se os melhores do grupo: o Chevrolet e o Peugeot. Só que este somou mais pontos e custa menos, o que faz dele a opção insuperável em custo-benefício. Dos demais, o Jeep é vantajoso sobre o Kia, mas nenhum justifica seu preço tão bem quanto o concorrente francês.

Mais Avaliações

 

 

Nossas notas

Equinox Compass Sportage 3008
Estilo 5 4 5 5
Acabamento 5 4 4 5
Posição de dirigir 4 4 4 5
Instrumentos 5 5 3 4
Itens de conveniência 5 5 4 5
Espaço interno 5 4 4 4
Porta-malas 4 3 5 5
Motor 5 4 3 4
Desempenho 5 3 3 4
Consumo 3 4 4 5
Transmissão 4 5 4 5
Freios 4 4 4 4
Direção 4 4 3 5
Suspensão 4 3 3 4
Estabilidade 4 3 3 5
Visibilidade 4 4 3 5
Segurança passiva 5 5 4 5
Custo-benefício 4 3 3 5
Média 4,39 3,94 3,67 4,67
Posição 2º. 3º. 4º. 1º.
As notas vão de 1 a 5, sendo 5 a melhor; conheça nossa metodologia

 

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